Imagem Blog Vem pra Nova York Rogéria Vianna é publicitária e vive em Manhattan há mais de 10 anos, onde faz produção executiva para programas de TV como o "Entre Mundos com Pedro Andrade", na CNN. Aqui ela não vai poupar sola de sapato nem MetroCard para provar que Nova York é muito mais do que a Times Square
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Como usar o metrô em Nova York: MetroCard, OMNY, estações, linhas e dicas

Tudo que você precisa saber para se locomover pela cidade como um verdadeiro nova-iorquino

Por Rogéria Vianna
Atualizado em 8 fev 2023, 18h58 - Publicado em 28 dez 2022, 17h20

O metrô de Nova York é um daqueles casos de amor e ódio. A gente ama porque ele está em toda a parte da cidade e funciona 24 horas por dia. E ao mesmo tempo odeia por causa da sujeira, da falta de cuidado e dos atrasos frequentes. De qualquer forma, não existe maneira melhor de se locomover pela Big Apple. Por não entender como funciona ou por medo de se perder, já vi gente fugindo do metrô como o diabo foge da cruz. Mas eu vou explicar tudo que você precisa saber para andar como um autêntico nova-iorquino:

O mapa da mina

O primeiro passo é estudar e ter sempre à mão o mapa do metrô, que indica a localização das estações, os cruzamentos das ruas e avenidas e as intersecções entre as linhas, que são os locais onde você pode fazer baldeações. Isso pode ser feito de forma analógica, com os mapas de papel distribuídos em algumas estações, ou através do aplicativo oficial da companhia de transporte MTA, o New York Subway (disponível no Google Play e na Apple Store).

Uso o aplicativo até hoje, mesmo depois de quase dez anos morando aqui, por um motivo simples: ele me mostra não só as rotas, mas também o status das linhas em tempo real, o que é indispensável visto que o metrô vive fazendo manutenções que geram atrasos e até mesmo mudanças nos trajetos. As chance disso acontecer são ainda maiores nos finais de semana, quando é bom computar um tempo extra para suas viagens.

metrô de NY
(MTA/Reprodução)

MetroCard

O cartão MetroCard já não é mais a única maneira de acessar o metrô. Os passageiros estão aos poucos aderindo a um sistema de pagamento mais moderno chamado OMNY, que até 2024 deve substituir de vez o icônico cartãozinho amarelo.

Mas vamos começar falando do tradicional MetroCard. Os cartões são vendidos por US$ 1 nas máquinas de autoatendimento instaladas nas estações, onde também é possível carregá-los nas modalidades pay-per-rideunlimited rides.

Na primeira, você carrega o valor que desejar e cada viagem custará US$ 2,75. Se estiver viajando em grupo, por exemplo, você pode adquirir um único cartão e usá-lo para liberar cada uma das pessoas na catraca. O valor será descontado de acordo.

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Já na modalidade unlimited rides, você tem direito a viagens ilimitadas de metrô e ônibus durante uma semana, pagando US$ 33, ou durante um mês, pagando US$ 127.

Para saber o que vale mais a pena, basta fazer o cálculo: US$ 33 equivalem a 12 viagens na modalidade pay-per-ride. Se você planeja fazer mais de 12 viagens, sairá mais em conta optar pelas viagens ilimitadas de uma semana, mesmo que você fique menos tempo do que isso em Nova York.

Sem falar que é mais cômodo não ter que se preocupar em fazer contas ou ter que ficar recarregando o cartão. Nos dias gelados, às vezes pego o metrô entre uma estação e outra só para não ter que caminhar no frio – e ter um cartão de uso ilimitado me deixa despreocupada para usá-lo o quanto eu quiser. 

Porém, o cartão de uso ilimitado não pode ser compartilhado: você só pode usá-lo novamente numa mesma estação depois de 18 minutos. Então não dá para bancar o espertinho e tentar usar o mesmo cartão para duas ou mais pessoas.

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OMNY

Agora vamos falar da evolução do MetroCard, o OMNY. Trata-se de um sistema eletrônico que permite o uso de cartões (crédito, débito, pré-pago), celulares e outros dispositivos touch (como o Apple Watch, por exemplo) diretamente nas catracas de metrô ou ônibus que possuem um leitor OMNY instalado. Basta aproximar o cartão ou o dispositivo que o valor é automaticamente debitado da conta ou adicionado à fatura. 

Assim como o MetroCard, o OMNY também tem uma modalidade de viagens ilimitadas durante uma semana. Se você fizer 12 viagens usando sempre o mesmo dispositivo ou cartão, poderá automaticamente viajar de graça pelo resto da semana. Mas tem uma pegadinha: enquanto no Metrocard a contagem de sete dias começa a partir do primeiro uso, no OMNY a contagem obrigatoriamente começa na segunda-feira e termina no domingo.

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Embarcando no metrô de Nova York

Tenha o trajeto em mente antes de entrar na estação. Olhe o mapa do metrô e pergunte-se: “onde estou?” e “para onde vou?”. Pode parecer até autoanálise, mas você precisa saber onde está e entender se você vai para o norte (Uptown) ou para o sul (Downtown). Outros sentidos possíveis são Manhattan-Brooklyn ou Manhattan-Queens. Assim você conseguirá identificar no mapa qual a estação mais próxima, qual sentido seguir e qual a linha que levará ao seu destino.

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Preste atenção para pegar a entrada certa: placas na rua e acima das catracas indicarão o sentido. Muitas vezes, por desconhecimento ou distração, entramos pelo lado errado e só nos damos conta depois de passar da catraca. Em algumas estações, um lado não tem comunicação com o outro. Nesse caso, você tem duas alternativas. A primeira é sair e usar a entrada certa, o que significa pagar por uma nova passagem se o seu MetroCard for pay-per-ride ou ter que esperar 18 minutos se ele for unlimited. A segunda, que é o que eu geralmente faço, é pegar o trem no sentido errado mesmo, descer na estação seguinte e trocar para o sentido certo.

Aqui, vale dizer ainda que às vezes uma rua tem diferentes estações que não são conectadas entre si. Então não basta saber apenas a rua onde você está, mas também em qual cruzamento você se encontra. Por exemplo: a 14th Street tem estações no cruzamento da 8th Avenue, da 6th Avenue, da Union Square e por aí vai.

Bolinhas pretas e bolinhas brancas

Outra coisa para ficar atento no mapa são as bolinhas pretas e brancas que marcam as estações. As bolinhas pretas indicam as estações que são paradas dos trens locais, ou seja, dos trens que param em todas as estações pelo caminho. Já as bolinhas brancas indicam as estações que são paradas dos trens expressos, ou seja, que param apenas nas principais estações para economizar tempo de viagem. Para usar um trem expresso, é preciso que tanto a sua estação de embarque quanto a sua estação de destino estejam marcadas com a bolinha branca.

Para fazer baldeações, por fim, basta procurar as estações onde as linhas se cruzam. 

O Google Maps (disponível também em aplicativo no Google Play e na Apple Store) pode fazer todo esse trabalho por você. Ele mostra as opções de linhas a se pegar, a duração de cada trajeto e outras informações em tempo real, mas é preciso ter acesso à internet. Se não tiver, faça seus roteiros antes de sair do hotel e dê um print screen para salvar o caminho.

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As linhas do metrô de Nova York

As linhas do metrô de Nova York são denominadas por letras e números. Além disso, as linhas que fazem um trajeto parecido a maior parte do tempo são agrupadas por cores. É por isso que, nas placas de sinalização, você verá bolinhas coloridas com uma letra ou um número dentro. Isso ajuda a identificar uma estação mesmo de longe. A seguir, vou falar de todas as linhas, mas para facilitar a compreensão sugiro que você me acompanhe com este mapa em pdf (não se assuste, você logo pega o jeito, vai por mim).

⇒ Linhas A, C e E – Azul

As linhas A (expressa) e C (local) fazem a rota Brooklyn-Manhattan. Boa parte do caminho é pela 8th Avenue, que depois se transforma em Central Park West e Saint Nicholas Avenue, no Harlem. Já a linha E (local) vai do World Trade Center até o Queens: o ponto final é a estação Jamaica, onde fica o aeroporto JFK, como contei nessa matéria aqui.

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Você vai usar essas linhas para visitar: World Trade Center, Dumbo, Barclays Center, Soho, Tribeca, Chelsea Market, Greenwich Village, Penn Station, Times Square, os teatros da Broadway, a rodoviária Port Authority, Quinta Avenida, MoMA, Columbus Circle, Central Park, Museu de História Natural, Harlem e o museu Cloisters (apesar de estarem no mesmo grupo, elas têm itinerários diferentes, então consulte o mapa para ver qual delas você deve usar).

⇒ Linhas B, D e F e M – Laranja

As linhas B e D (expressas) fazem o trajeto Brooklyn-Bronx. A linha F (local), faz o trajeto Brooklyn-Queens passando por Manhattan. A linha M (local), por sua vez, sai do Queens, passa por Manhattan no meio do caminho e volta por outra parte do Queens.

Você vai usar essas linhas para visitar: Industry City, Prospect Park, Red Hook, Barclays Center, Dumbo, Lower East Side, East Village, Soho, Herald Square (onde fica a Macy’s), Bryant Park, Rockefeller Center, Central Park, Museu de História Natural, Harlem, Roosevelt Island, Astoria, estádio dos Yankees e Bronx.

⇒ Linhas N, Q, R e W – Amarelo

As linhas amarelas têm trajetos um pouco variados. N e R (locais) fazem Brooklyn-Queens, passando por Manhattan. A Q (expressa) faz Brooklyn-Manhattan, ligando mais exatamente o Upper East Side. A W (local) faz Manhattan-Queens.  

Você vai usar essas linhas para visitar: Coney Island, Brighton Beach, Prospect Park, Barclays Center, South Ferry, Chinatown, Little Italy, Soho, Union Square, Herald Square, Times Square, Central Park e Astoria.

⇒ Linha L – Cinza

A linha L (local) é a que faz a ligação Manhattan-Brooklyn, mais especificamente Williamsburg, Bushwick e outras áreas do Brooklyn. Seu ponto inicial é a 14th Street com a 8th Avenue e segue por essa rua cruzando várias outras avenidas até sair de Manhattan.

Você vai usar essas linhas para visitar: Union Square, East Village, Williamsburg, Bushwick e Brooklyn.

Linhas 1, 2 e 3 – Vermelho

A linha 1 (local) faz a rota Manhattan-Bronx, saindo de South Ferry (onde fica o terminal que atende o ferry para Staten Island). A linha 2 (expressa) faz a rota Brooklyn-Bronx, passando por Manhattan. Já a linha 3 (expressa) faz a rota Brooklyn-Manhattan, mais especificamente o Harlem.

Você vai usar essas linhas para visitar: Jardim Botânico do Brooklyn, Brooklyn Museum, Barclays Center, Staten Island, Estátua da Liberdade, Wall Street, World Trade Center, Tribeca, Penn Station, Madison Square Garden, Times Square, Columbus Circle, Central Park, Lincoln Center, Columbia University, Harlem e Bronx.

Linhas 4, 5 e 6 – Verde

As linhas verdes atendem o lado leste de Manhattan. As linhas 4 e 5 (expressas) fazem a rota Brooklyn-Bronx, passando por Manhattan. Já a linha 6 (local) faz a rota Manhattan-Bronx, sendo sua estação inicial a Brooklyn Bridge.

Você vai usar essas linhas para visitar: Wall Street, City Hall, Brooklyn Bridge, Chinatown, Soho, Little Italy, Union Square, Grand Central Station, Central Park, Upper East Side, os museus da Museum Mile (Metropolitan, Guggenheim, The Jewish Museum), East Harlem e Bronx.

Linha 7

A linha 7 (local) é a mais nova da cidade e atende um dos mais novos e celebrados empreendimentos da cidade: o Hudson Yards. Ela faz a rota Hudson Yards-Queens, em Flushing. Ela foi a salvação dos fãs do US Open, pois os conecta diretamente até a área do campeonato.

Você vai usar essas linhas para visitar: Aeroporto La Guardia, Flushing Meadows Corona Park, Long Island City, Grand Central, Quinta Avenida, Bryant Park, Times Square, High Line e, claro, Hudson Yards. 

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E não custa lembrar:

– Deixe a esquerda livre nas escadas fixas e rolantes.
– Sempre cheque as placas e avisos.
– Confira os letreiros digitais que informam o tempo de chegada dos trens.
– Quanto mais tarde, menor a frequência dos trens.
– Os trajetos de muitos trens mudam aos fins de semana.
– Mantenha distância das vias.
– Mantenha distância das portas quando estiverem fechando (o tal do “stand clear of the closing doors”).

 

O metrô de Nova York parece um pouco apavorante, mas com o tempo você pega o jeito e vai descobrir que não há maneira melhor de se deslocar. O que não pode é ter medo de se aventurar em uma das experiências mais nova-iorquinas que existem. Boas viagens!

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