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Editora de Arte, Ana Claudia Crispim sai todo dia do sossego de sua casa com pomar para deixar lindonas as edições da VT
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24 horas em Bogotá

Você podia estar roubando ou sequestrando mas, só apelou pros seus amigos do Facebook publicando um post onde implorava vergonhosamente que as pessoas fizessem um cadastro pra você ganhar milhas de graça no Programa amigo da Avianca. A promoção acabou e você descobriu que não dava pra ir muito longe com as milhas arrecadadas, afinal, amigos do peito mesmo estão mais […]

Por Ana Claudia Crispim
Atualizado em 27 fev 2017, 15h23 - Publicado em 15 out 2015, 00h02

Você podia estar roubando ou sequestrando mas, só apelou pros seus amigos do Facebook publicando um post onde implorava vergonhosamente que as pessoas fizessem um cadastro pra você ganhar milhas de graça no Programa amigo da Avianca.

A promoção acabou e você descobriu que não dava pra ir muito longe com as milhas arrecadadas, afinal, amigos do peito mesmo estão mais escassos que cabeça de bacalhau.

Você também pode ter percebido que só consegue trocar seus suados pontos por uma passagem com conexões tipo: 24 horas em Bogotá.
Fazer o quê? O jeito é encarar, fazer o stopover e rezar pra passar logo.

O que você ainda não sabe é que tirou a sorte grande! Bogotá é uma cidade incrível que merece ser destino final e não passadinha.
Mas agora é tarde demais, você só tem 24 horas e precisa fazer o melhor possível com elas. Corra, não muito, Bogotá fica 2.640 metros acima do nível mar, no fim do dia já dá pra sentir aquela força te empurrando pra trás nas ladeiras da cidade.

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Arquitetura própria [foto: divulgação]

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10h: A escolha da hospedagem é crucial, sugiro o distrito La Macarena. Além de super bem localizado, o lugar já é uma atração em si, um tipo de Vila Madalena bogotana. A arquitetura de tijolos a vista misturada às fachadas coloridas, os prédios baixos com um ou outro predião novo-rico-varandão de vidro, a presença de uma antiga arena de touradas de arquitetura mourisca, a Plaza del Toros Santamaria, as portinholas de comércios tão vintage misturadas com restaurantes moderninhos… Enfim, um lugar que não se parece com nenhum outro. Aproveita pra deixar de lado a ideia de hostel encardido e se joga no Olé mi Casa, o apartamento antiguinho do Alex e Jesus. Os quartos são minúsculos porém confortáveis, super bem decorados, com café da manhã gostoso – e eles tem uma laje ajardinada pra tomar uns bons drinques nos fins de tarde, se sobrar tempo.

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La Macarena, fo-fa [foto: flickr/pueblofuerte]

11h: Museus. Tema polêmico em viagens de um dia. Devo ou não gastar meu único dia na cidade com museus? Neste caso, sim! O Museu Del Oro é um daqueles casos muito bem sucedidos de museu democrático, ninguém precisa ser erudito pra ficar bobo diante da enorme coleção arqueológica, todinha de ouro. Não deixe de ver a La Ofrenda no 3º andar, uma exposição e áudio-visual sobre os simbolismos do xamanismo indígena pré-hispânico. É de arrepiar. Antes de ir embora, vale tomar o melhor café da vida no Café San Alberto, no subsolo. Você vai se sentir um milionário pagando um cafesito com um bolo enorme de dinheiro, afinal, cada real vale 773 pesos colombianos.

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La Ofrenda, no Museu del Oro [foto: ana claudia crispim]

13h: Bateu uma fominha? De uma atração à outra vale paradinhas na franquia colombiana Crepes & Waffles, uma franquia engajada com projetos de responsabilidade social que valoriza fortemente o trabalho feminino, principalmente as “cabezas de hogar”, expressão em espanhol para definir as chefas de família. Homens por lá são raros. A Juan Valdez, a Starbucks de lá, uma rede que leva o assunto café a sério, é outra experiência bogotana. Mas o que eu indico fortemente é se jogar na minha opção preferida em qualquer viagem, as comidas de rua. Em Bogotá a lista é grande, tem lechona (leitão assado), mazorca asada (milho na brasa), arepas (uma bolinha amassada de milho que come com quase tudo), pastel de yuca (mandioca), buñuelo (bolinhas de queijo e farinha), pandeyuca (pão de mandioca no forno em formato de chifres), mango viche (lascas de manga verde), tajadas e patacones (tipos de bananas fritas). Só não vale nojinho!

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Delícias a dar com pau [fotos: juan valdez e crepes y waffles/divulgação, comidinhas de rua/ana claudia crispim]

14h: A candelária é o centro histórico da cidade. Você pode apenas ficar se perdendo pelas ruazinhas, admirando a arquitetura e os corredores que dão em mercados de frutas frescas e quinquilharias. Também pode pegar um walking tour no escritório de turismo da cidade que fica numa das esquinas em torno da catedral de Bogotá. Tem todos os dias e é grátis.

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Candelária, muito amor [foto: divulgação]

16h: OK, você gosta mesmo de museus. Aproveite a que está na Candelária para visitar o incrível Museu Botero. Ele mesmo, o cara que ama retratar gente gordíssima. A lindíssima construção colonial abriga dezenas de pinturas e esculturas do artista e de lambuja você ainda tem acesso às obras de outros artistas renomados como Miró, Monet e Salvador Dalí.

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Seja no hostel Olé mi Casa ou no Museu Botero, cor, muita cor [fotos: ana claudia crispim]

17h: Hora de terminar o dia em alto estilo, literalmente, no Cerro de Montserrate. Lá de cima, caso não tenha muitas nuvens, tem uma vistona da cidade toda. Escolha subir o monte de teleférico ou bondinho. Ou subir por um e descer por outro. Ou subir ou descer a pé. Mas, lembre-se: a altitude castiga.

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Pra terminar o dia em alto estilo em Cerro Monserrate [foto: Fickr/lulejt]

19h: E para terminar o dia: a noite em La Macarena onde você pode jantar no El pátio para impressionar no ambiente francês ou no Chibchombia para comer arepas, empanadas e outros pratos típicos de toda a Colômbia ou ainda no La Jugueteria pelo ambiente bizarro cheio de brinquedos na decoração.

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A decoração do Chibchombia [foto: divulgação]

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La Jugueteria, bizarro [foto: ana claudia crispim]

 Se você quiser saber como vejo minhas viagens, siga-me no Instagram: @anaclaudiacrispim

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