A consultora Mercer acaba de divulgar os resultados da 24ª edição da sua pesquisa anual Cost of Living, um ranking sobre custos de vida no mundo todo e – surpresa! – Lisboa teve um resultado surpreendente (para pior, infelizmente): galopou 44 posições no ranking em relação aos números do ano passado, passando do 137º para o 93º lugar.
O estudo leva em conta, sobretudo, as áreas que dizem respeito ao expatriado (foco principal da pesquisa). Entram na avaliação os preços de moradia, transporte, alimentação, entretenimento, vestuário e bens de consumo doméstico. Trata-se da maior variação de sempre já experimentada pela capital portuguesa.
Segundo a Mercer, o resultado é bastante influenciado pela alta do euro em relação ao dólar, mas também é um claro reflexo da subida generalizada de preços em Lisboa. Segundo os dados, o aluguel de um apartamento de 3 quartos no centro de Lisboa custa em média € 2.650 – mas vira e mexe vejo apartamentos de dois quartos neste patamar. E já vi três quartos no Bairro Alto beirarem os € 5.000, algo absolutamente inimaginável poucos anos atrás.
A pesquisa é, na realidade, a oficialização de algo que já se fala há um bom tempo por aqui, e que inclusive já foi tema deste blog: foi-se o tempo em que Lisboa podia ser considerada uma cidade barata. Quantas vezes num passado não muito distante eu já escrevi que Portugal era a Europa em promoção? Não mais. A realidade hoje é bem diferente de dez anos atrás – e o difícil, para os portugueses ou para quem mora aqui, é que os salários não acompanharam a escalada de preços; pelo contrário, ficaram congelados ou até diminuíram. É, a conta não fecha.
Zurique, na Suíça, continua sendo a cidade europeia mais cara, de acordo com o ranking. Ocupa o terceiro lugar, atrás de Hong Kong e Tóquio. Entre os top 10 constam ainda Singapura, Seul (Coréia do Sul), Luanda (Angola), Xangai (China), Ndjamena (Chade), Pequim (China) e Berna (Suíça).
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