Alentejo: uma vinícola imperdível no interior de Portugal
Galeria de arte, restaurante, loja: a Quinta do Quetzal é um programaço para amantes de vinho (e não apenas!)
Pastéis fritos na hora recheados com o cremoso queijo de Serpa. Tartar de beterraba com cubinhos de queijo de cabra fresco. Peixinhos da horta com uma tempurá sequinha e crocante. Coelho cozido lentamente com ovo à baixa temperatura.
Do lado de fora das paredes de vidro do teto ao chão, um mar de vinhedos que sobe e desce as colinas alentejanas e imprime desenhos geométricos na paisagem. Tim-tim – com o vinho da casa, claro!
Estamos na Vidigueira, no Alentejo interior, terra de temperaturas extremas e terroir celebrado. A exatos 200 quilômetros de Lisboa, a Quinta do Quetzal é uma vinícola que produz bons vinhos, mas não apenas.
A comandar a cozinha (que tem o feito raro de ficar aberta ininterruptamente das 11h às 22h de quarta a domingo), o chef João Mourato propõe uma cozinha delicada que faz jus às delícias locais, com receitas perfeitas para dividir.
Antes – ou depois – das horas que vai dedicar à mesa, reserve um tempinho para explorar uma preciosidade local: a galeria de arte contemporânea que tem sempre interessantes exposições.
É que a quinta nasceu do sonho de um casal de mecenas holandeses, donos de uma das maiores coleções privadas do mundo.
Na saída (ou na entrada, dependendo da fome) uma lojinha aguarda com uma curadoria simpática de produtos portugueses – além dos vinhos da casa (pergunte sempre pelas safras especiais, que podem estar guardadas a sete chaves), há azeites, chás, sabonetes, favos de mel e outras delícias.
Antes de pegar a estrada novamente (Beja, Évora e Monsaraz ficam num raio a ser considerado), deixe-se perder pelos vinhedos rumo ao topo da colina. Lá no alto, onde ficam imponentes sobreiros, a artista escocesa Susan Philipsz projetou uma instalação sonora em três canais – cada um instalado numa árvore. Basta chegar lá para acionar o seu mix de cantos ingleses medievais, as chamadas rondas, que foram mixados a arranjos contemporâneos – e o que já era pura poesia fica ainda mais mágico.