Imagem Blog Além-mar Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, mais de dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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Alentejo interior: um dia perfeito em Estremoz

Muralhas, castelo, a maior coleção privada de azulejos em Portugal e delícias preparadas por uma chef brasileira, com muitos brindes!

Por Rachel Verano
Atualizado em 26 abr 2022, 19h09 - Publicado em 26 abr 2022, 19h07
Fileiras de vinhedos em primeiro plano, uma colina e, lá no alto, muralhas, uma torre de castelo e casinhas brancas
Estremoz vista no horizonte: cidadezinha medieval impecável no alto da colina (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

No alto de uma suave colina, uma muralha perfeitinha, uma torre de castelo, casinhas brancas que parecem um presépio. Subindo o morro e emoldurando tudo, fileiras e mais fileiras de vinhedos. Distante cerca de 45 quilômetros de Évora (e 170 de Lisboa), Estremoz é dessas vilas cenário que enchem os olhos e justificam (mais do que) uma bela parada!

Sala de um restaurante com pessoas sentadas nas mesas e um garõm passando com a bandeja
A Mercearia Gadanha: comida deliciosa e uma bela garrafeira (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Um dia perfeito na cidadezinha de quase 8 mil habitantes começa com um bate-perna descompromissado pelo sobe e desce do centrinho histórico de ruelas calçadas de pedras. Com 27 metros de altura, a Torre de Menagem é considerada uma das mais bem preservadas de Portugal, erguida entre finais do século 13 e início do 14.

Tártaro de atum: cubos de peixe montados em forma de retângulo, com uma fatia de nabo por cima
Tartar de atum da Mercearia Gadanha: leve e delicioso (Rachel Verano/Arquivo pessoal)
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Quando a fome bater, rume para a Mercearia Gadanha, uma bela surpresa onde a chef brasileira Michele Marques comanda a cozinha servindo delícias regionais e tipicamente portuguesas em meio a uma garrafeira de tirar o chapéu. Começamos com os sequíssimos e crocantes peixinhos da horta, com vegetais variados, passamos para um delicioso tartar de atum e finalizamos com o queijo de cabra com picles de pera, mel, nozes e sorvete de tomilho. Tudo em porções para dividir.

Frigideira com queijo, nozes e uma bola de sorvete por cima
Queijo de cabra com picles de pera e mel da Mercearia Gadanha: entrada e sobremesa ao mesmo tempo (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

O menu inclui ainda receitas como os croquetes de cordeiro com maionese de alho assado, um famoso bacalhau e bochechas de porco alentejano com batatinhas esmagadas e purê de maçã. Não deixe de fazer reserva para não morrer na praia!

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Escada ladeada de grandes painéis de azulejo azuis, com uma pessoa subindo os degraus
Entrada do Museu Berardo Estremoz: uma viagem por 800 anos da história do azulejo (Rachel Verano/Arquivo pessoal)
Mulher em frente a coleções de antigos azulejos na parede de um museu
Uma das mais de 30 salas do Museu Berardo Estremoz e seu acervo impressionante (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

O grand finale do dia fica logo ao lado, a poucos passos de distância, num magnífico palacete dos anos 1700. Espalhada por mais de 30 ambientes em três andares, a maior e mais importante coleção privada de azulejos de Portugal conta a história de mais de 800 anos desta arte tão especial no Museu Berardo Estremoz, novidade que abriu as portas no auge da pandemia, em 2020. Imperdível!

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Detalhe de uma composição de azulejos que retratam flores brancas cercadas de folhas em diferentes tons de verde, com pequenos sapos nas pontas
Detalhe de azulejos de autoria do ceramista Rafael Bordalo Pinheiro, de 1904 (Rachel Verano/Arquivo pessoal)
Azulejo com desenho colorido de pássaro e flores
Raro azulejo de Teerã, da segunda metade do século 19 (Rachel Verano/Reprodução)

O acervo, com mais de 4.500 itens que vão do século 13 ao 21, tem exemplares sobretudo ibéricos, com lindas peças da Andaluzia espanhola. Há, ainda, peças importantes de outros cantos do mundo, mas a maior parte é portuguesa, com destaque para os motivos religiosos e os icônicos traços em azul e branco. Reserve algumas horinhas para se dedicar sem pressa a explorar os meandros do Palácio Tocha que, depois de estar quase em ruínas, renasceu com toda a pompa.

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Um grupo de pessoas observa alguns painéis de azulejo nas paredes de um museu
Uma das salas do Museu Berardo Estremoz com painéis de azulejo português: mais de 4.500 peças ao todo (Rachel Verano/Arquivo pessoal)

Quer fazer de Estremoz a sua base no Alentejo interior? Ótima ideia: o antigo Paço Real do castelo é hoje a Pousada de Santa Rainha Isabel – reserve aqui se quiser dormir como reis e rainhas! Veja todas as opções da cidade neste link.

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