Porquê Bosa é uma cidade imperdível na Sardenha
Em uma ilha conhecida pelo mar azul-turquesa, essa cidadezinha prova que o território sardo guarda tesouros (muito bem) escondidos
Quem me contou sobre Bosa pela primeira vez foi um sujeito natural da Sardenha, vulgo sardo, que era simplesmente fanático pelo vilarejo. Ele me mostrou fotos no celular e perguntou se Alghero, cidade grande no lado oeste da ilha, estava no meu roteiro. Quando respondi que sim, veio o argumento irrefutável: “então vá, é pertinho!”.
De fato, em uma hora eu venci os 46 quilômetros que separam essas duas joias, mas não há motivo para pressa. A estrada, quase o caminho todo à beira-mar, revela uma paisagem arrebatadora a cada curva. Olhando as falésias que terminavam em águas azul-turquesa, eu já estava convicta de que seguir a dica do sardo tinha valido a pena.
Até que eu avistei Bosa – e caí de amores. Pieguices à parte, o que eu vi de imediato foi uma cidadezinha cortada ao meio por um rio que logo desemboca no mar, com casinhas coloridas que vão subindo o morro até terminar em um castelo medieval. Parei o carro na beira do rio e comecei minha exploração a pé, o que é sempre a melhor opção quando o assunto são cidades italianas.
Da Ponte Vecchio (sim, mesmo nome da famosa ponte de Florença) é possível ver os barquinhos de pescadores enfileirados e, um pouco mais adiante, a Cattedrale dell’Immacolata, a principal igreja de Bosa. Dali em diante, o melhor programa é adentrar o centrinho, comprar um gelato e sair perambulando entre ruas estreitas.
Me vi obrigada a fazer diversas paradas para fotografar as coisas mais simples: a trepadeira contornando as janelas, os vasos de flores caprichosamente colocados na calçada, a sequência de casinhas coloridas. Tudo parecia fruto de um meticuloso trabalho cenográfico.
“Fora isso”, a grande atração de Bosa é o Castello di Serravalle. Como o lugar estava quase deserto, demorou um tempo até que eu achasse uma moradora local (não uma turista, vejam bem) para perguntar como chegar ao monumento. Ela disse que há uma escadaria que leva ao topo da colina, mas que, com o calor que estava fazendo, recomendava fortemente que eu fosse de carro.
Como eu já havia aprendido a nunca ignorar o conselho de um sardo, subi para o castelo motorizada – mas tenho quase certeza de que parei em um local proibido. O que importa é que consegui dar uma boa olhada nas ruínas dessa fortaleza, que foi construída pela nobre família toscana Malaspina, e caminhar sobre os muros, com belíssimas vistas para o rio e o mar.
E essa foi só uma das vezes que a Sardenha tirou o meu fôlego – as outras estão descritas na minha matéria sobre a ilha, capa da edição de março da Viagem e Turismo.
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