Suada, irritada e com uma garrafa de um litro de água na mão. É assim que eu lembro de mim mesma ao visitar Veneza, supostamente uma das cidades mais belas e românticas do mundo. Se todo mundo é tão apaixonado por esse monumento italiano, o problema só podia ser eu. E era.
Acontece que eu visitei a cidade quando ainda nem pensava em escrever sobre viagens – e tampouco pesquisava muito sobre os destinos. Hoje, reconheço os erros que cometi:
Fui no verão
Não que seja proibitivo visitar Veneza durante os meses de junho, julho e agosto. A cidade é movimentada o ano inteiro, mas, durante a alta temporada, é bom estar preparado para encontrar uma MULTIDÃO disputando um lugar nas ruas estreitíssimas. Com tamanha lotação, era difícil andar ou ver os monumentos – o que explica a minha irritação.
Fora isso, havia também o calor. O sol era de rachar, os termômetros estavam chegando nos 40°C e a umidade do ar era insana – o que explica o meu suor. Já a garrafa de um litro de água tinha outra razão além da sede: era mais barato do que ficar comprando garrafinhas em uma cidade caríssima.
Para não cometer o mesmo erro: Se puder, vá na primavera, no outono ou mesmo no inverno, quando o clima e a lotação são mais amenos. Caso só possa viajar no verão, procure fazer os passeios bem cedinho e alinhe suas expectativas. Mas não desanime, Veneza realmente é uma cidade bonita e única.
Fiquei pouco tempo
Como a minha passagem por Veneza seria breve, me limitei aos principais pontos turísticos e nisso perdi a oportunidade de realmente conhecer a cidade. Não estou dizendo que você deve passar reto pela Piazza San Marco ou pela Ponte di Rialto, mas há ruas e paisagens muito mais autênticas em bairros como Cannaregio e Castello.
Do que há de mais famoso, também deixei de conhecer as ilhotas vizinhas de Murano, tradicional fabricante de vidros, e de Burano, repleta de casinhas coloridas.
Para não cometer o mesmo erro: O ideal é ficar uns três dias. Assim você conhece as atrações mais famosas sem pressa, vai até Murano e Burano e tem tempo de sobra para se perder pela cidade, descobrindo vielas mais vazias.
E o que eu gostei em Veneza?
Não posso dizer que amei Veneza, mas também estou longe de odiá-la. É impossível cruzar a Ponte di Rialto sem soltar um suspiro diante do Grand Canal, principal via aquática da cidade, onde os nobres venezianos construíam seus palácios. Também é difícil não se impressionar com a imponente Basilica di San Marco – e com a quantidade de pombos que há na frente dela.
Entre uma atração e outra, achei divertido tentar encontrar caminhos pelo labirinto que é Veneza: ali, as inúmeras vielas parecem ter como único objetivo fazer os turistas se perderem. E incluo nessa lista o passeio de gôndola, que muitos dizem ser clichê, caro e desnecessário.
Caro realmente é: esse é o passeio para ver os canais de Veneza da maneira clássica. Mas, no meu caso, foi um dos poucos momentos em que não tive que disputar espaço com nenhum outro turista e, com um pouco de sossego, reconhecer a beleza de Veneza.
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