Imagem Blog Piacere, Itália! Depois de passar um mês rodando a Toscana, Bárbara Ligero caiu de amores pela terra da bota e se matriculou em um curso de italiano. Atualmente, está aprendendo a gesticular com perfeição
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Vale a pena conhecer Nápoles?

A terceira maior cidade da Itália não tem boa fama. Veja os prós e os contras e faça seu veredicto. Já deixo aqui minha opinião: vá!!

Por Barbara Ligero
Atualizado em 5 fev 2020, 16h38 - Publicado em 21 dez 2017, 14h07

Antes de conhecer a cidade, ouvi muitos comentários negativos sobre Nápoles – alguns, vindos dos próprios italianos. Me diziam que era perigosa, desorganizada, suja. Quando cogitava ir para lá sozinha, então, achavam um absurdo.

Nada disso foi capaz de diminuir minha vontade de conhecer o destino, que parecia reunir todos os estereótipos italianos. As pizzas, as pessoas gesticulando, as roupas penduradas no varal.

Saindo da Stazione di Napoli Centrale, a principal estação da cidade, entendi porquê ela não tem boa fama. Para quem acabou de chegar de lugares como Roma, Florença ou Veneza, Nápoles é um choque.

Típica rua do centro de Nápoles (Fernando García/Flickr)

O trânsito é caótico, há várias pichações e os prédios históricos são um tanto malcuidados – até aí, nenhuma novidade para mim, que nasci e cresci em São Paulo.

A questão é que a capital da Campânia ainda vive à sombra da Camorra, um dos braços mais poderosos da máfia italiana. Em julho de 2017, o jornal britânico The Sun elencou Nápoles como uma das 10 cidades mais perigosas do mundo, em uma pesquisa que levava em conta terrorismo, drogas, assassinatos e presença de gangues criminosas.

Diante disso, há turistas que optam por passar reto pela cidade e ir direto para Pompeia ou para a Costa Amalfitana. Na MINHA opinião, ninguém deveria pular Nápoles e explico o porquê:

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Nápoles é feia?

Como dizer que um lugar assim é feio? (Paola C/Flickr)

Para mim, assim como São Paulo, Nápoles não tem uma beleza óbvia. Pelo contrário, sua beleza fica espalhada em diferentes cantos da cidade e deve ser descoberta aos poucos.

De fato, muitas de suas construções estão decadentes, em pobre estado de conservação, e as pichações são comuns. No entanto, as principais atrações turísticas, como o Castel dell’Ovo, o Castel Nuovo e o Palácio Real, são bem cuidados sim.

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No centro histórico, a combinação de fiação exposta com roupas penduradas na janela pode parecer uma bagunça para alguns. Eu, pessoalmente, via aquilo como algo até charmoso, parte da autenticidade de Nápoles. Mas, se você realmente não gostar, ainda tem o trecho à beira-mar da cidade, que é lindíssimo.

Nápoles é suja?

A bem conservada (e limpa) Piazza del Plebiscito (Fernando García/Flickr)

O local que mais me impactou nesse sentido foi a Stazione Circumvesuviana, de onde saem os trens para Pompéia. Além da estação em si ser velha, vi muitos papéis e papelões espalhados.

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Realmente, Nápoles é suja quando comparada a outras cidades italianas, mas não se engane. De maneira geral, o que você irá encontrar são alguns papéis e embalagens no chão.

As fotos que você encontra na internet de sacos e mais sacos de lixo empilhados no meio da rua são provavelmente da greve dos lixeiros, que aconteceu diversas vezes entre 1994 e 2012. Aparentemente, esse problema já foi resolvido.

Nápoles é perigosa?

Tomando cuidado, é tranquilo tirar fotos nos pontos turísticos (Fernando García/Flickr)

Agora entramos em um campo bastante relativo. Eu fui mais cautelosa com o meu celular e a minha máquina fotográfica enquanto caminhava pelas ruas, mas não vi problema em tirar esses itens da bolsa de vez em quando para fotografar algo – sempre prestando atenção no arredores, claro.

Também fui convencida a não adentrar muito nos Quartieri Spagnoli, algumas das zonas mais históricas da cidade. Quando perguntava porquê, os italianos me diziam que aquele era o equivalente deles de uma favela brasileira. Na dúvida, não arrisquei, mas sei que muitos turistas incluem essa região no roteiro sim.

Mas, de maneira geral, em nenhum momento me senti ameaçada ou em risco ao conhecer Nápoles. Um dos meus passeios favoritos foi inclusive uma caminhada noturna na Via Partenope e na Via Nazario Sauro: à beira-mar, essas ruas são cheias de restaurantes e barzinhos e ficam lotadas de turistas e locais passeando.

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Fora isso, eu diria que é preciso tomar cuidado com possíveis golpes, já que os italianos costumam descrever os napolitanos como furbi, ou seja, ardilosos/astutos. Um exemplo: ao pegar um táxi do hotel para o centro, o motorista quis fechar um valor fixo, ao invés de ligar o taxímetro. Como não sabíamos se o valor que ele estava cobrando era justo ou não, insistimos que o taxímetro fosse ligado, o que ele acabou fazendo.

Siga-me no Instagram: @barbara.ligero

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