Não consegui encontrar um consenso entre os sardos sobre qual lugar da ilha é mais bonito: o Golfo di Orosei ou o Arquipélago de Maddalena. Para mim, o Arquipélago de Maddalena foi marcante por dois motivos. Primeiro, porque foi ali que vi pela primeira vez as águas azul-turquesa que fazem da Sardenha tão famosa. Segundo, porque eu não poderia ter escolhido uma melhor opção de passeio.
Rodeadas por um mar de tons de azul absurdos, essas ilhotas só podem ser acessadas em excursões de barco, que geralmente partem de Palau. A cidade fica a 35 minutos de carro de Porto Cervo, que é a principal cidade da chamada Costa Esmeralda, e a 50 minutos de Olbia, onde fica o único aeroporto da região. No porto é possível encontrar vários quiosques vendendo os tours.
No entanto, a opção escolhida por mim, um pouco mais exclusiva, partia de Baja Sardinia, uma cidade vizinha. Foi ali que eu embarquei no Veliero d’Epoca Maria, um charmoso veleiro de 1899 comandado pelo simpático Daniele. Para no máximo 12 pessoas, o passeio inclui bebidas, lanchinhos e um farto almoço, preparado em parte com os ingredientes que Daniele traz da sua fazenda no interior da Sardenha.
Quando serviram a mesa, fiz um belo sanduíche com prosciutto crudo e pecorino e já estava satisfeita quando me explicaram que aquilo era só o antepasto – e eis que surge um belo prato de massa na minha mão. Erro de amador em terras italianas.
Independente da embarcação que você escolher, o passeio pelo Arquipélago de Maddalena geralmente contorna as suas sete ilhas principais, fazendo algumas paradas para mergulho no meio do mar e em pequenas praias de areia fininha. O programa está mais em curtir a belíssima paisagem, já que não há grandes atrações nas ilhas em si:
La Maddalena – É a maior e a única das ilhas a ser realmente habitada. Ali dentro circulam carros e há hotéis para quem quiser se hospedar.
Caprera – É famosa por ter sido o local que manteve Giuseppe Garibaldi durante o seu exílio, em 1856. Ali, o general levou uma vida de fazendeiro, criando galinhas, ovelhas e cavalos.
Santo Stefano – Por mais estranho que pareça, em meio ao cenário paradisíaco fica uma base da marinha dos Estados Unidos. Do barco também é possível ver um forte construído em 1773.
Razzoli – Bem pequena, é uma ilhota particularmente árida. A essa altura do passeio, já é possível avistar a francesa Córsega no horizo.
Santa Maria – Possui apenas 19 casas de veraneio, sendo que uma delas pertence ao ator Roberto Benigni. Entre ela e a ilha de Budelli ficam lindas piscinas naturais onde os barcos costumam parar para que os turistas nadem um pouquinho.
Budelli – Um único homem mora completamente sozinho nessa ilha. Ele se chama Mauro Morandi e, de vez em quando, acena para os que passam de barco. Sua principal responsabilidade é guardar e garantir a preservação da chamada ‘spiaggia rossa’, uma praia de areia rosada graças à presença de um microorganismo.
Spargi – A ilha é toda cercada por praias de areia fininha e foi em uma delas que eu e outras 12 pessoas encerramos o dia no arquipélago. Outra atração ali são as rochas em formatos inusitados. Tive dificuldade em reconhecer o contorno do rosto de um bulldog em uma, mas fiquei encantada pela que parece uma bota (ou a própria Itália) e que segue até hoje como o plano de fundo do meu celular.
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