Comer & Beber em São Paulo

Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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São Paulo: restaurantes de museus que aguçam o paladar

Sim, as obras de arte são a atração principal, mas algumas instituições paulistanas também fazem bonito à mesa

Por Iracy Paulina / Edição: Arnaldo Lorençato
Atualizado em 25 set 2023, 22h43 - Publicado em 31 ago 2023, 23h23

Passeios a museus estão entre as atrações (imperdíveis!) do vasto menu que São Paulo tem a oferecer aos turistas. Afinal, a metrópole ostenta alguns dos mais importantes do país e até do mundo, caso do Museu de Arte de São Paulo (Masp para os íntimos), que foi agraciado como o favorito dos paulistanos pela pesquisa “Os Mais Amados de SP 2023”, realizada pela revista VEJA SÃO PAULO.

Para completar o programa, que tal se deliciar com uma refeição à altura das obras artísticas visitadas? Sim, isso é possível. O próprio Masp tem o restaurante A Baianeira, premiado como o melhor de cozinha brasileiro por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER em 2021. Outros restaurantes de instituições culturais que merecem uma visita são o Capim Santo, no Museu da Casa Brasileira (MCB), Casa Capim Santo, no Instituto Tomie Ohtake, Aizomê, na Japan House, e o Balaio IMS, no Instituto Moreira Sales (IMS). São endereços que oferecem aos visitantes muito além do lanchinho rápido para enganar a fome. Três deles – A Baianeira, Balaio IMS e Aizomê – ficam na Avenida Paulista, a via mais famosa da capital paulista.

Nesses espaços, você encontra pratos que fazem jus à fama de São Paulo como metrópole da gastronomia. A seguir, apresentamos algumas boas opções. E de quebra, tem ainda um bônus: o Bar dos Arcos, no subsolo no templo da música, o Theatro Municipal. É só se deliciar!

Museu de Arte de São Paulo (Masp)

A Baianeira

Avenida Paulista, 1578 (Masp – 2º subsolo), Cerqueira César – tel. (11) 3266-6864

O ótimo restaurante da chef Manuelle Ferraz arrebatou o título de melhor da culinária brasileira na capital paulista do guia VEJA COMER & BEBER 2021. Com as credenciais de quem passou por estabelecimentos como o D.O.M., de Alex Atala, em sua própria casa, a cozinheira cria uma culinária de alma a partir de receitas aprendidas com a família, na cidade mineira de Almenara, Vale do Jequitinhonha. Para abrir o apetite, a deliciosa coxinha de mainha, recheada de frango com requeijão, derrete na boca. Entre os pratos principais, as tentações são igualmente irresistíveis, como o bobó de camarão coberto por um buquê de folhas de coentro e castanha-de-caju e o baião de dois com carne de panela, couve rasgada e torrada de pão de queijo. O tempero da chef também pode ser apreciado em um dos dois agradáveis cafés da instituição, um deles ao lado da lojinha do Masp

Para antes ou depois da refeição:  Admirar o icônico prédio do Masp, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, com seu “vão livre” monumental e suas colunas vermelhas, já vale uma passagem pelo local. Se resolver entrar, você encontrará algumas de suas joias mais preciosas (são mais de 11 000 obras no acervo, entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias e vestuários) assinadas por nomes consagrados como Van Gogh, Monet e Picasso, além dos brasileiros Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Candido Portinari. 

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A Baianeira 
(Ligia Skowronski/Veja SP)

Museu da Casa Brasileira (MCB)

Capim Santo

Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705, Jardim Paulistano – (11) 3032-2277

Um jardim com várias espécies de árvores e o Solar Prado, um oásis em meio ao burburinho da frenética Avenida Brigadeiro Faria Lima, compõem o cenário perfeito para uma refeição tranquila no Capim Santo da chef Morena Leite. Ela usa referências da culinária de Trancoso, no litoral da Bahia, para surpreender o paladar com suas criações. Uma delas parece feita de siri, quando na verdade é mesmo um bolinho vegetariano de fibra de caju servido com chutney de manga e tucupi. Outra delícia é o ravióli de tapioca recheado com queijo da Serra da Canastra ao molho de ervas. Para encerar, a cocada morna com coco em fitas desmancha na boca. 

Para antes ou depois da refeição:  A ida ao restaurante é uma boa oportunidade de conferir as linhas arquitetônicas do Solar Prado, construção do começo dos anos 1940, que é uma Réplica do Palácio Imperial de Petrópolis, no Rio de Janeiro. 

Capim Santo
(Mario Rodrigues/Divulgação)
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Instituto Tomie Ohtake 

Casa Capim Santo

Rua dos Coropés, 88 – Pinheiros – (11) 3044-4673

O local onde está instalado, no caso o Instituto que leva o nome da artista plástica Tomie Ohtake, inspirou o cardápio da Casa Capim Santo, restaurante de almoço e espaço de eventos, da chef Morena Leite. Em suas criações, ela mistura elementos das culinárias brasileira e japonesa. Essa mescla pode ser saboreada no bolinho de acarajé recheado com caruru de quiabos, vatapá temperado com algas wakame e um vinagrete de tomate verde. Entre os pratos principais, o gostinho oriental está presente na milanesa de mignon com toque de molho tonkatsu, acompanhado com creme de aipim.  

Para antes ou depois da refeição: Com linhas que remetem à obra da artista plástica que lhe dá o nome, o Instituto Tomie Ohtake abriga mostras nacionais e internacionais de artes plásticas, arquitetura e design. Confira a programação aqui.

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Japan House

Aizomê

Avenida Paulista, 52, 2º andar – Bela Vista – (11) 3090-8900

Mais simples do que a matriz instalada nos Jardins, a versão do Japan House segue o conceito do centro cultural de mostrar a diversidade do Japão contemporâneo, com a valorização da cultura e de tradições autênticas. O menu é assinado por Telma Shiraishi indicada como chef do ano no guia VEJA COMER & BEBER, uma confirmação do seu trabalho de qualidade. Ela privilegia ingredientes sazonais e estreita relação com produtores locais. O destaque na unidade da Japan House são os settos, um combinado de pratos variados que compõem uma refeição completa, com muito equilíbrio e sabor. A base é o gohan (sim, o famoso arroz japonês), missoshiru ou outro caldo e tsukemono. Completa-se a refeição com a opção do dia, com opções variadas de carne, peixe ou vegetarianas, e uma série de pequenos acompanhamentos. 

Para antes ou depois da refeição: Para uma imersão na cultura japonesa, a Japan House propõe uma intensa e interessante programação que inclui exposições, oficinas e visitas mediadas. Confira a programação aqui.

Aizomê Japan
(Rafael Salvador/Divulgação)

Instituto Moreira Sales

Balaio IMS

Avenida Paulista, 2424 – Bela Vista – (11) 2842-9123

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O Balaio IMS é a versão mais gastronômica do Mocotó, o restaurante da Vila Medeiros onde Rodrigo Oliveira construiu a fama. Na casa instalada no térreo do IMS, o chef está à vontade para criar, inspirado nas diferentes culturas culinárias do país – daí o nome Balaio, referência ao cesto que mistura tudo. O resultado são tentações como o pato confitado de pele sequinha, que recebe a parceria de polenta rústica de milho crioulo, conservas de cenouras de diferentes cores e beterraba mais jambu. Para acompanhar, uma farofinha de farinha de milho, milho crioulo em grãos e abóbora. Na hora da sobremesa, há opções surpreendentes como o piquilé, feito de pequi e com textura cremosa escondido numa casquinha de chocolate amargo com creme gianduia da castanha de pequi e gel de pequi. Se você está mais para um lanche rápido, basta subir ao quinto andar do IMS, onde fica o Balaio café, que serve pães de fermentação natural, bolos e cafés. 

Para antes ou depois da refeição: Com uma biblioteca especializada em fotografia, cineteatro para mostras de cinema e shows de música e salas de aula para cursos e oficinas, o Instituto Moreira Salles tem uma programação variada e instigante, confira aqui.

Balaio IMS
(Ligia Skowronski/Veja SP)

BÔNUS

Theatro Municipal

Bar dos Arcos

Praça Ramos de Azevedo (Theatro Municipal), Centro – (11) 9845-68732

Ainda que encaixado em um dos cartões postais de São Paulo, o que por si só já garantiria uma clientela abundante, o Bar dos Arcos investe, cada vez mais, em qualidade. Prova disso é a carta de drinques do espaço, inspirada em mulheres notáveis. Personalidades como a vereadora e ativista Marielle Franco, as cantoras Gal Costa, Liniker e Rita Lee, a escritora Hilda Hilst, a filósofa Rosa Luxemburgo e a atriz Fernanda Montenegro servem de inspiração para os coquetéis criados pela bartender Michelly Rossi e equipe, que faturaram em 2022 o prêmio de melhor bar de drinques. O nome da carta é Um Co(r)po Todo Seu, inspirado no livro Um Teto Todo Seu, ensaio da inglesa Virginia Woolf, que também ganhou um drinque em sua homenagem, de cachaça com pimenta, xarope de goiabada e limões. A mistura chamada de cria da maré, que celebra Marielle, junta uísque, vermute branco com pimentas, vermute seco e Fernet Branca. Para equilibrar o consumo etílico, a sugestão é pedir o quadrado de cordeiro, sanduíche com a carne desfiada, coalhada seca, hortelã e pepino na tortilla de trigo. 

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Para antes ou depois da refeição: É possível ir ao Bar dos Arcos só para conferir o clima do prédio do Theatro Municipal, projetado pelo escritório Ramos de Azevedo e com inspiração nas casas de ópera europeias. Mas por que não investir no programa completo e assistir um dos inúmeros espetáculos exibidos ali? Confira a programação em aqui

Bar dos Arcos
(Ligia Skowronski/Veja SP)

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