Comer & Beber em São Paulo
Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
Restaurantes em casarões históricos de São Paulo
Estabelecimentos combinam boa comida e ambientes charmosos que remetem à capital paulista de antigamente
Fazer uma refeição ou tomar um lanche em um ambiente charmoso torna o programa ainda mais especial. E ganha um upgrade quando o cenário envolve o cliente numa atmosfera de algum lugar no passado.
Alguns bons estabelecimentos de São Paulo oferecem esse clima encantador. Ficam em charmosas casas ou casarões antigos, alguns tombados, e até mesmo em um galpão que antigamente teve uma função comercial.
Também por isso, além de oferecerem comida boa, merecem entrar na lista de visitação. Aqui estão reunidos seis deles: Ama.zo, Capim Santo, Ecully, Gula Gula, Mug.sp e Ruella Bistrô. Dê uma espiada e planeje seu próximo programa cheio de charme.
Ama.zo – Cozinha Peruana
Rua Guaianases, 1149 (Casa de Don’Anna) – Campos Elíseos – (11) 99560-4321 – E mais um endereço – Instagram: @amazoperuano
A unidade dos Campos Elíseos (existe uma filial no Shopping Pátio Higienópolis), ocupa o lindo jardim da Casa de Don’Anna, concluído em 1912. O casarão foi projetado pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo (o mesmo que criou o Theatro Municipal, no centro da cidade), em linhas que revelam a transição do estilo eclético para o estilo moderno.
O cardápio do chef peruano Enrique Paredes combina ingredientes da culinária andina e produtos brasileiros na reinterpretação de clássicos da cozinha peruana. Um dos pratos mais pedidos é o chaufa y panceta, composto por arroz salteado ao estilo oriental, feito na panela wok com vegetais, e servido com panceta laqueada em molho teriyaki mais couve frita e alho crocante. Outra pedida com grande procura é o cebiche y pulpo, feito com pescado do dia marinado em molho de pimenta vermelha rocoto, polvo na brasa e musses de batata-doce e de abacate.
Capim Santo
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705 – Jardim Paulistano – (11) 3032-2277 – Instagram: @restaurantecapimsanto
O restaurante da chef Morena Leite esparrama-se pelo jardim do Solar Prado, um casarão neoclássico, réplica do Palácio Imperial de Petrópolis (RJ), que foi sede do Museu da Casa Brasileira e hoje pertence à rádio e à TV Cultura.
Nesse caso, vale fazer uma viagem ao passado. O solar foi do ex-prefeito Fábio da Silva Prado (1887-1963), que governou a capital entre 1934 e 1938. Ele residia no imóvel com a esposa Renata Crespi, de outra tradicional família da cidade. Logo na entrada e no topo da fachada encontra-se em algarismos romanos “MCMXLV” (1945), o ano em que a construção foi finalizada. Num passeio pelo jardim, descobre-se na fachada posterior um anagrama com as iniciais do casal “FR”.
Para iniciar os trabalhos no restaurante, há comidinhas como o miniacarajé acompanhado de vatapá de algas. Entre os pratos principais, boa escolha é o pirarucu banhado por tucupi na companhia de farofa, feijão-manteiguinha e banana-da-terra grelhada.
Ecully
Rua Cotoxó, 493 – Perdizes – (11) 3853-3933 – Instagram: @ecullygastronomia
Resistente entre os prédios da vizinhança, a charmosa casa de 1920 manteve suas características originais quando foi reformada para abrigar o restaurante na área externa. A a parte interna é ocupada por uma loja de vinhos da importadora Grand Cru. Sempre dá vontade de levar uma garrafa…
O espaço no antigo quintal tem teto e paredes de vidro, muito verde e uma bela jabuticabeira entre as mesas.
Uma opção vegana do menu é a berinjela assada com limão-siciliano, coalhada de produção própria, hortelã, cebola e cogumelo na brasa. Para os carnívoros, a sugestão é o bife ancho de Hereford na companhia de mil-folhas de batata, bacon crocante e molho de cerveja preta. E há ainda o nhoque gratinado de parmesão com ragu de carne.
Gula Gula
Rua Padre João Manuel, 109 – (11) 4420-2140 / (11) 96284-6820 – E mais um endereço – Instagram: @gulagularestaurante
A mais encantadora das duas unidades na capital fica coladinha à Avenida Paulista, em um palacete que data de 1911, é cercado por um lindo jardim e tem uma área total de 3.000 metros quadrados.
Os clientes podem se acomodar em um salão, em uma varandinha ou na igualmente agradável área ao ar livre, onde ficam as mesas mais disputadas nos dias de sol.
Bons para petiscar, há pasteizinhos com massa pururucada com vários recheios, como o de queijo brie ou o de camarão. Para prosseguir a refeição, vale investir no bife ancho ao poivre acompanhado com batata rosti. Ou no peixe do dia com risoto de beterraba e crispy de alho poró.
Mug.sp
Rua Pamplona, 145 – Bela Vista – (11) 3266–2885 – E mais três endereços – Instagram: @mug.sp
O Casarão Baraúna, um gracioso imóvel da década de 1930 tombado, abriga esta unidade da marca de Fabian Daltoé, advogado que trocou o direito pela panificação.
As opções do menu atendem tanto os que procuram um desjejum reforçado quanto quem busca um almoço com cara de café. É o caso do breakfastcombo (para uma ou para duas pessoas), servido o dia todo, que inclui iogurte grego com granola artesanal, nozes, mel e frutas, pães da casa disponíveis no dia, geleia de frutas e manteiga com flor de sal, ovo quente e bebida à escolha (o café coado é uma boa opção).
Para um lanche mais ligeiro, a escolha pode recair sobre as torradas, como a serrana, combinação interessante de copa, generosa quantidade de queijo de cabra e mel orgânico na fatia de pão.
Ruella Bistrô
Rua João Cachoeira, 1507 – Vila Olímpia – (11) 3842-7177 – Instagram: @bistrosruella
O principal chamariz é estar posicionado em uma charmosa viela da Vila Olímpia. Ainda melhor é a atmosfera do restaurante da chef e sócia Danielle Dahoui, um dos mais românticos da cidade. Uma ressignificação de espaço urbano que deu muito certo: antes de receber o bistrô, há 28 anos, o local era um antigo galpão comercial abandonado.
Nesse cenário encantador, pode-se pedir o filé-mignon de cordeiro ao curry indiano com cuscuz marroquino de hortaliças, frutas secas e alho caramelado. Ou o nhoque de abóbora recheado com queijo azul na manteiga de sálvia e crumble de pão.
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