Imagem Blog Comer & Beber em São Paulo Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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Bares de vinho em São Paulo: os lugares perfeitos para apreciar a bebida

De ambientes sofisticados a outros mais despojados, conheça os espaços dedicados aos fãs de bons rótulos de tintos, brancos, rosés e espumantes

Por Iracy Paulina / Edição: Arnaldo Lorençato
28 jun 2024, 18h00

Um jeito delicioso de democratizar o consumo de vinho, os bares dedicados à bebida ganham mais e mais espaço no cenário paulistano. Existem de estabelecimentos mais refinados a casas com a descontração dos botecos. 

A oferta é considerável, basta ver que na seleção de melhores endereços da cidade feita por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, a seção dedicada ao segmento reúne onze estabelecimentos. São eles: Bardega, Beverino, Canaille, Elevado Bar, Iaiá Cave à Manger, Le Bon Vin, Los Perros – Vinho no Boteco, Paloma, Prosa e Vinho, Sede261 e Vino! Wine Bar.

Além deles, temos um bônus com uma nova safra de bares de vinho na cidade que também vale a pena conferir: Casa Tão Longe, Tão Perto, Cellar Cave, Clementina, Notre Vin e Vinícola Urbana.

Um convite certeiro para um brinde delicioso. Tim-tim!

Bardega

Rua Doutor Alceu de Campos Rodrigues, 218 – Itaim Bibi – (11) 2691-7578 – Instagram: @bardega_winebar

Variedade e boa curadoria colocaram a casa no primeiro lugar entre os melhores bares de vinho da cidade no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023. Ali, a coleção de 96 exemplares da bebida (que muda de tempos em tempos) fica a disposição em máquinas, que garantem maior tempo de conservação. Os próprios clientes podem extrair a bebida em taças, com doses de 30, 60 ou 120 mililitros – e sempre contam com a orientação de sommeliers bem treinados. Mas, quem preferir, pode pedir uma garrafa. Entre as sugestões da cozinha, a vichyssoise, sopa clássica de batata e alho-poró, pode ser uma opção para os dias mais frios. 

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Bardega, São Paulo, Brasil
No Bardega, as garrafas ficam expostas em máquinas que conservam o vinho aberto (Ligia Skowronski/Veja SP)

Beverino

Rua General Jardim, 702 – Vila Buarque – (11) 98438-3597 – Instagram: @beverino.vinhos

A casa trabalha com cerca de 250 rótulos de vinhos naturais ou de mínima intervenção selecionados pelo sommelier Bruno Bertoli. Podem aparecer opções como o Sin safra 2021, um Amós Bañeres Xarel-lo catalão que passa por breve maceração (mas ainda pode ser qualificado como branco). Ou o Métisse, também da safra 2021, um Gamay Bourguignon Julien Altaber. No cardápio, os pratos entram e saem ao sabor da sazonalidade. Podem surgir pedidas como couve-flor ao molho de ostras ou espeto de picanha de cordeiro na brasa com vinagrete de cambuci. 

Beverino, São Paulo, Brasil
Beverino: salão à meia-luz (Clayton Vieira/Veja SP)

Canaille

Rua Cristiano Viana, 390 – Pinheiros – (11) 3898-3102 – Instagram: @canaillebar

Instalado em uma residência antiga, com uma agradável varanda na frente e um quintal nos fundos, o Canaille conta com uma seleção de 95 rótulos com bom custo-benefício. Parte deles são de origem francesa, como o Domaine de La Tourmaline Muscadet Sèvre et Maine Sur Lie 2019. Homus colorido de beterraba com chips de pão pita e tartare de atum acompanhado de creme de abacate e tempurá de batata-doce estão entre a comidinhas para petiscar. 

Canaille, São Paulo, Brasil
Canaille tem mesas ao ar livre na varanda e no quintal (Mario Rodrigues/Veja SP)

Elevado Bar

Rua Jesuíno Pascoal, 16 – Vila Buarque – (11) 4172-9749 – Instagram: @elevado_bar

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O terceiro colocado entre os melhores bares de vinho no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023 tem uma atmosfera escurinha, com velas nas bancadas. Em geral, os casais se acomodam no balcão, enquanto grupos maiores se reúnem em torno das mesas altas, compridas e coletivas. Trabalha com mais de 150 rótulos dos quais cerca de 30 são pinçados pelo sócio Leandro Mattiuz para serem servidos em taça.  Estão presentes na carta sugestões como o Conde de Vimioso Sommelier Edition 2020, da região portuguesa do Tejo, ou o branco alemão Riesling Trocken 2021. Fazem boa companhia aos vinhos, comidinhas como a linguiça de cordeiro levemente picante da Pirineus, que passa pela grelha-forno e é servida junto de coalhada, ou uma tostada de tomate ralado, anchovas e azeite. A casa conta ainda com o bar irmão Elevado Conselheiro (Rua Conselheiro Ramalho, 800, Bela Vista, (11)  2365-0236), também dedicado ao vinho. 

Elevado Bar, São Paulo, Brasil
O sócio Leandro Mattiuz seleciona 30 vinhos para serem servidos em taça (Clayton Vieira/Veja SP)

Iaiá Cave à Manger

Rua Iaiá, 44 – Itaim Bibi – (11) 99573-1810 – Instagram: @iaiacaveamanger

A boa curadoria dos rótulos fica a cargo do chef francês Benoit Mathurin, também do Esther Rooftop, que capricha principalmente nas sugestões brasileiras e francesas. Entre os primeiros, um dos selecionados é o Pizzato Sauvignon Blanc, de Vale dos Vinhedos (RS). O menu inclui opções como os cogumelos cremosos, feitos na manteiga com vinho branco, creme de leite fresco, grana padana e tomilho – acompanha pães. 

Iaiá, São Paulo, Brasil
Iaiá: tábua de frios para acompanhar (Marioi Rodrigues/Divulgação)

Le Bon Vin

Rua Luís Coelho, 170 – Consolação – (11) 3171-0983 – Instagram: @lebonvin.br

O espaço conta com três ambientes: uma loja de vinho; um salão que funciona como bistrô na hora do almoço e um wine bar à noite, com seleção sazonal de vinhos em taça (trocados a cada quinze dias) e comidinhas para harmonizar e petiscar; e uma adega subterrânea onde fica todo o estoque da bebida e uma mesa que acomoda oito pessoas. Na curadoria, o proprietário, o engenheiro civil e enófilo paulistano Luiz Valdesoiro, foca em vinhos de pequenos produtores que adotam critérios sustentáveis, produzidos no Rio Grande do Sul. Entre as indicações da carta figuram rótulos como o espumante Maximo Boschi Biografia Brut, de Bento Gonçalves (RS). Para beliscar, a sugestão são as bruschettas, como a de truta defumada com amêndoa sobre a fatia de pão e bastante azeite.

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Le bon vin, São Paulo, Brasil
Le bon vin: tostada de peixe desfiado com amêndoas (Ligia Skowronski/Veja SP)

Los Perros – Vinho no Boteco

Rua Bela Cintra, 806 – Consolação – (11) 99599-1972 – Instagram: @losperros.boteco

O clima é de boteco, com direito a mesinhas na calçada, mas a proposta do proprietário, o sommelier Fabiano Aurélio, é servir vinho. Sua intenção é popularizar a bebida, por isso investe em uma seleção mais simples, a preços acessíveis, como o tinto Lomas del Marqués, 100% tempranillo, da Rioja. Do menu descrito na lousa, distraem o paladar beliscos como as bruschettas de tomate ou o camembert na chapa com geleia de pimenta. 

Los Perros, São Paulo, Brasil
Climinha de boteco do Los Perros (Ligia Skowronski/Veja SP)

Paloma

Avenida Ipiranga, 200, lojas 67 e 68 (Copan) – Centro –  Instagram: @paloma___sp

As garrafas de vinho ficam expostas em uma prateleira no centro do salão, no térreo do edifício Copan, ao lado do Fel (bar de coquetéis dos mesmos sócios). Ali a seleção de rótulos varia todo mês e a bebida é servia em copos de vidro, não em taças. Pode estar disponível sugestões como o rosado chileno Falernia 2021, da região do Vale do Elqui. Na parte gastronômica, há entradas como o escabeche de sardinha com homus de feijão branco e picles de cebola-rocha. 

Paloma, São Paulo, Brasil
Paloma: copos no lugar de taças para servir os vinhos (Clayon Vieira/Veja SP)

Prosa e Vinho

Praça Dom José Gaspar, 106, 3º andar, loja 1 (Galeria Metrópole) – Centro – (11) 3151-3692 / (11) 93271-4566 – Instagram: @prosaevinho

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Misto de loja e bar de vinhos com cerca de 400 rótulos provenientes de mais de 15 países, que podem ser consumidos no local ou levados para casa. Há boa oferta de garrafas com preços acessíveis, caso do espumante brasileiro Monte Paschoal Brut. A casa oferece ainda uma seleção semanal de vinhos servidos em taça. Sem cozinha própria, estão disponíveis apenas duas opções de petiscos: mix de castanhas ou empanadas argentinas aquecidas na hora. 

Prosa e Vinho, São Paulo, Brasil
Climinha descontraído do Prosa e Vinho (//Divulgação)

Sede261

Rua Benjamim Egas, 261 – Pinheiros – Instagram: @sede261

A proposta da casa, segunda melhor da categoria no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023 (foi a campeã na edição anterior), é diferentona. O cliente chega, acomoda-se em uma das cadeiras de praia espalhadas pela calçada (é mais difícil encontrar lugar disponível no salão ou na varanda) e recebe uma taça. Com ela, ele poderá sorver goles da seleção de vinhos elaborada pelas sommelières Cassia Campos e Daniela Bravin. Normalmente, a equipe treinada por elas apresenta várias garrafas para que o freguês escolha a que melhor combina com seu gosto. A rotatividade dos rótulos é grande (muda diariamente), mas para dar uma ideia, já passou por lá o Samarrinho 2018, um branco de respeito elaborado no Douro pela Real Companhia Velha, e o tinto alemão 2naturkinder Fledermaus Red 2019 feito com a uva pinot meunier. Entre um gole e outro, as opções de petiscos da casa são porções de queijos ou de frios; ou gostosuras trazidas por parceiros em eventos especiais, que sempre acontecem por lá. Também é possível pedir comida por aplicativo que a equipe está pronta a sugerir o vinho que melhor harmoniza com o que chegar. 

Sede261, São Paulo, Brasil
Sede261: rótulo de vinhos mutante (Ligia Skowronski/Veja SP)

Vino! Wine Bar

Rua Fradique Coutinho, 47 – Pinheiros – (11) 2614-0145 – E mais sete endereços – Instagram: @vino.oficial

De Curitiba, a rede tem se espalhado rapidamente pela capital paulista, em lojas que variam de tamanho e também na quantidade de rótulos disponíveis. Em todas elas, as garrafas ficam disponíveis nas prateleiras e a bebida pode ser solicitada também em taças. Entre as pedidas da carta, pode constar o branco australiano Angove Long Row Riesling 2021, dono de uma acidez gostosa. Na unidade de Pinheiros, o menu é bem variado e tem petiscos como queijo brie aquecido no forno, regado com bastaaante mel e ainda salpicado de amêndoas e nozes tostadas mais fatias de morango. Acompanha focaccia da casa. 

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VINO! WINE BAR, São Paulo, Brasil
Vino! Wine Bar é opção para refeições regadas a vinho (Clayton Vieira/Veja SP)

Bônus: Cinco novidades para você colocar no roteiro

Casa Tão Longe, Tão Perto

Rua Doutor Sérgio Meira, 7 – Barra Funda – (11) 97195-2772 – Instagram: @tao_longe_tao_perto

No ambiente informal do salão arejado, com sofá, caixotes e cadeiras, algumas de praia, os sócios – a sommelière paulistana Gabriela Monteleone e o importador argentino Ariel Kogan – têm como meta divulgar o trabalho de pequenos produtores de vinho nacional. Em geral, são vinhos leves e frescos, vindos do Rio Grande do Sul e as doses saem direto de nove torneiras dispostas no bar. Como a produção é limitada, logo acabam e são substituídos por outros. Mas, para ter uma ideia, já passaram pelas torneiras vinhos como um laranja com a cepa malvasia branca, elaborado pela Faccin, de Monte Belo do Sul, e o branco de uva lorena (híbrida da malvasia branca e seyval), da Dom Dionysius, em Caxias do Sul.  

Casa Tão Perto, Tão Longe, São Paulo, Brasil
Casa Tão Longe, Tão Perto: vinhos saem de torneiras no bar (Ligia Skowronski/Veja SP)

Cellar Cave

Rua Diogo Jácome, 372 – Vila Nova Conceição – (11) 93260-2000 – Instagram: @cellar.cave

Funciona ao lado da loja da Cellar Vinhos, em um ambiente claro, com parte das mesas em granito. A carta conta com mais de 100 opções (de 25 a trinta delas também em doses, extraídas com o auxílio de um equipamento Coravin) que representam o portfólio de 800 rótulos da importadora que dá nome à casa. A escolha pode recair sem erro sobre o vinho Fabien Jouves Orange Voilée Chenin Blanc VdF 2021, de uvas brancas maceradas com as cascas (o tal do estilo laranja) ou o Domaine Saint-Cyr Terroir de Bellevue Beaujolais 2022, tinto de gamay, fresquinho. O cardápio foi elaborado com a consultoria de Lucas Dante, do restaurante Cepa, no Tatuapé. Tem delícias como o pastel de queijo comté e cebola caramelada ao vinagre de Jerez – para harmonizar, vale pedir a taça de 50 mililitros de Savagnin. 

Cellar Cave, São Paulo, Brasil
Cellar Cave: lula na brasa no ponto, alho-poró e molho romesco com pimentão vermelho e castanha-de-caju (Ligia Skowronski/Veja SP)

Clementina

Rua João Moura, 613 – Pinheiros – (11) 97801-1074 – Instagram: @clementina___sp

Montado em uma espécie de porão aberto, fica ao lado do bar e loja Lar Mar, dos mesmos donos. A carta oferece mais de sessenta vinhos, a maioria natural ou biodinâmico, selecionados pelo sócio Marcel Forte. Nessa seleção podem figurar o vinho laranja espanhol alumbro 2019, de godello, verdejo e chasselas doré. Para os fãs dos tintos, uma das dicas é o argentino Rocamadre Criolla 2020, de criolla chica (ou país, no Chile) e criolla grande. Do balcão, são expedidas tábuas como a itatiaia, de sopressata, salame com pistache e queijo Mantiqueira, acompanhada de pão e chutney de tomate da casa.

Clementina, São Paulo, Brasil
Tábua “Itatiaia” do Clementina (Ligia Skowronski/Veja SP)

Notre Vin

Rua João Moura, 1086 – Pinheiros – (11) 93313-1223 – Instagram: @notre.vin

O dono, o sommelier Danilo Camargo, passou oito meses na França estagiando em um bar à vin e trabalhou por um ano no informal Sede261, antes de abrir seu estabelecimento.  A carta é rotativa, muda a cada 7 ou 15 dias, para oferecer sempre novidades. São cerca de cinquenta opções, onze delas servidas em taça. Podem estar disponíveis rótulos como o Domaine Rimbert Sur La Plage 2020, clarinho e delicado branco de uva colombard. Ou o tinto argentino Durigutti Inframundo Blend 2022, que tem predominância das castas petit verdot e malbec. Para mastigar, um menu enxuto traz pratos para compartilhar, como o de abóbora assada com creme de ricota, rúcula selvagem, mel e nozes, e a bruschetta de olhete, coalhada de ovelha e alcaparrones.

Notre Vin, São Paulo, Brasil
Notre Vin é bar de vinhos descolado e arrumadinho em Pinheiros (Ligia Skowronski/Veja SP)

Vinícola Urbana

Rua Francisco Leitão, 625 – Pinheiros – (11) 97512-7757 – Instagram: @vinicola.urbana

Nos fundos do imóvel, o economista e entusiasta da bebida Daniel Colli produz vinhos com uvas recebidas de diferentes regiões do Rio Grande do Sul, principalmente. E na parte da frente funciona o bar, onde as garrafas ficam expostas.  Os clientes podem se acomodar no pátio que tem mesas, bancos de cimento e cadeiras. Entre os tintos, duas opções que podem agradar são o Clássico, 100% merlot, e o Selvagem, de uva arinarnoa (surgida de um possível cruzamento da tannat com a cabernet sauvignon), pelo método de maceração carbônica, muito usado em Beajoulais. Outra opção, a pinot noir, de bom equilíbrio, faz parte da linha Pilar, com uvas de produção própria em Cunha (SP), mas vinificada em Pinheiros. De petisco, vale apostar na boa tábua vegana, com caponata, duas variações de homus (feijão de corda e grão-de-bico com beterraba), maçã verde, nozes e azeitona.

Vinícola Urbana, São Paulo, Brasil
Vinícola Urbana produz seus próprios rótulos, como é o caso do “Selvagem” (Ligia Skowronski/Veja SP)

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