Imagem Blog Comer & Beber em São Paulo Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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Os 21 melhores botecos de São Paulo

Uma seleção de endereços para mergulhar com gosto no universo da botecagem paulistana

Por Iracy Paulina / Edição: Saulo Yassuda
Atualizado em 25 jan 2024, 23h52 - Publicado em 5 jan 2024, 10h22

Em números absolutos, São Paulo é a capital que reúne a maior quantidade de bares no país, são mais de 9.000. É seguida, digamos, de longe pelo Rio de Janeiro, com 6.100, e Belo Horizonte, com 4.100. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), com base em dados de 2022.

Boa parte desses estabelecimentos integra a parcela mais popular desse segmento, a dos botecos. Aquele lugar com ambiente informal e acolhedor para se reunir com os amigos, jogar conversa fora, participar de debates animados, “bebemorar”, tudo isso em torno de mesas repletas de comidinhas para beliscar entre um gole e outro da cervejinha de lei ou da tradicional caipirinha. 

Com toda essa oferta, a botecagem em São Paulo é mesmo animada e de qualidade. Para comprovar essa máxima, basta chegar em um dos 21 botecos selecionados pelo guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023. 

A lista é encabeçada pelo campeão da categoria, o De*Primeira, mais o segundo e terceiro colocados, Bagaceira e Moela. Conta também com dois finalistas no quesito melhor petisco: Tantin e Bar do Luiz Fernandes

A seguir, confira o que esses e mais outros botecos oferecem para garantir uma experiência única aos visitantes. 

Campeão e finalistas de Melhor Boteco 

De*Primeira

Rua Aspicuelta, 271 – Vila Madalena – (11) 3816-5186 – Instagram: @deprimeira.botequim

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Por trás do sucesso do De*Primeira, boteco campeão pelo guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, está o casal de chefs Júlia Tricate e Gabriel Coelho, vencedores na categoria restaurateurs do ano na mesma edição. Além dessa concorrida casa, eles supervisionam dois outros estabelecimentos igualmente bombados: o Quintal De*Primeira, do outro lado da rua, e o restaurante De*Segunda, no Itaim Bibi.

Com paredes forradas de azulejos brancos e amarelos, mesinhas de metal e jeitão de botica antiga, o boteco fervilha com clientes disputando espaço no pequeno salão e na calçada. Todos atraídos pela boa combinação de bebericagem com boa comida. 

O primeiro quesito é garantido por cervejas long neck e chope, além de drinques, como o caju-amigo (feito com a fruta, especiarias, cachaça e limão) e o pina descolada (cachaça envelhecida, coco, abacaxi e jujuba de vinho). 

Para mastigar, é difícil escolher entre as tentações. Um dos petiscos mais famosos é o bolinho de mandioca e queijo provolone, que seduz pelo ótimo contraste adocicado e salgado numa crosta durinha. É seguido de perto pela porção de moela ao molho da carne intenso em sabor junto com pão francês. Mas também tem a porção de ostra crua coberta com um ótimo vinagrete de caju. Na dúvida, melhor reunir uma turma de amigos e pedir tudo isso junto para compartilhar. 

De*Primeira Botequim, São Paulo, Brasil
O pequeno salão do De*Primeira (Ligia Skowronski/Veja SP)

Bagaceira

Rua Frederico Abranches, 197 – Vila Buarque – (11) 3384-6926 – Instagram: @barbagaceira

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Boteco vencedor na edição de 2022 do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, o Bagaceira segue firme entre os finalistas, desta vez na segunda colocação. Agrada em cheio o público que adora dar um rolê pela região central  e é recebido com trilha sonora recheada de hits bregas do passado, bem ao gosto da turma da safra dos anos 1990. 

O lugar já foi um pé-sujo e conserva a fachada meio detonada (“Desculpa a bagunça, mas é que a gente é assim mesmo!”, é o lema da casa). Desde 2021, é tocado pelos mesmos donos do vizinho Koya88. Ali, a botecagem rola mesmo é na calçada, mais apinhada do que o salão, regada com muita breja e rango bom. 

A seleção de bebidas fica a cargo do bartender Thiago Pereira. Da geladeira saem garrafas de cerveja, como a Spaten, de 600 mililitros, e a Hocus Pocus, de 500 mililitros. Entre os bons drinques, um dos destaques é o bitter giuseppe feito à moda da casa (amaro de origem nacional em vez de Cynar, vermutes tintos, limão-siciliano e bitters). Quem gosta de batidas pode pedir a de maracujá ou a de café. 

O chef Thiago Maeda é o responsável pelos comes. Em sua seleção de petiscos, o jiló do shin chan é feito ao vapor com picles de cebola mais talo de coentro e gengibre. Tem também a língua de boi em fatias macias ao molho da própria carne, servida com mandioca cozida, manteiga de garrafa e picles de cebola. 

Bagaceira, São Paulo, Brasil
Clima de boteco raiz do Bagaceira (Ligia Skowronski/Veja SP)

Moela

Rua Canuto do Val, 136 – Santa Cecília – (11) 2385-2144 / (11) 99335-5556; Rua Cardeal Arcoverde, 2320 – Pinheiros – Instagram: @barmoela

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Outro que já ocupou o posto de boteco número 1 da cidade, na edição de 2020 do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER, e continua entre os melhores por conta de seus ótimos petiscos, sempre bem acompanhados de cervejinha gelada. Inspirado nas biroscas de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, é bem movimentado tanto na unidade de Santa Cecília quanto na de Pinheiros. 

O cardápio bolado pelo chef Romulo Morente, um dos sócios, tem uma lista de friturinhas das boas. Na unidade de Santa Cecília, a coxinha creme, um clássico da comida de boteco, é feita com frango desfiado e massa de creme de milho com ossinho para fora. Na de Pinheiros, o famoso bolovo na versão do bar leva abóbora com rabada. Em ambas, o bolinho de arroz de beterraba com queijo de cabra e o de arroz com moela são sucesso garantido. O miúdo que dá nome à casa aparece também como ingrediente de uma porção, com molho de cebola e ervas. 

Para uma refeição ligeira, cai bem a salada de pernil suíno desfiado, pimenta dedo-de-moça, laranja, erva-doce, coentro e picles de cebola. Ou um sanduba como o lanche do zé, montado com fatias de língua bovina, cebola, pimenta-cambuci e mostarda no pão francês.

Para bebericar, além de cerveja em garrafa, vale apostar nas caipirinhas, como a de caju.

Moela, São Paulo, Brasil
Moela: croquete de costela, bolinhos de morcilha, salada de feijão-fradinho, língua com vinagrete, moela com salsa verde, rabada quente e coxinha (Ligia Skowronski/Veja SP)

Campeão e finalista de melhor petisco 

Tantin

Rua dos Pinheiros, 987 – Pinheiros – (11) 3034-3082 – Instagram: @tantinbar

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Vencedor do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023 na categoria melhor petisco com sua coxinha de frango caipira, o Tantin é comandado pelo chef Marco Aurélio Sena. Antes de instalar o boteco em um sobrado em Pinheiros, ele passou por restaurantes de diferentes especialidades, como o coreano Komah e o extinto espanhol Me Vá. 

Na proposta botequeira da casa, a clientela se espraia pela calçada e, se faltar mesa, sempre é possível acomodar quem chega em algum cantinho. 

Para umedecer a garganta, além de cerveja em garrafa de 600 ml (Original e Heineken), tem caipirinhas, batidas de coco, maracujá e caju e alguns drinques como o treme treme (cachaça de jambu, cítricos, hortelã e xarope de capim santo). 

A estrela das comidinhas, como já mencionado, é a premiada coxinha de frango caipira, que chega à mesa em dupla. A carne de coxa e sobrecoxa desfiada (assada em vez de cozida para concentrar mais o sabor) é envolta em um sedoso creme de batata e parmesão. Depois de moldado na forma de coxinha (com um ossinho servindo de cabo), o acepipe é empanado em farinha panko, o que garante uma crosta dourada e sequinha. Para os veganos, a casa oferece a versão com massa de mandioca, recheio de palmito e cabinho feito com talo de couve.

As opções mastigáveis vão além. O pastel de queijo é incrementado por couve-manteiga e alho frito no interior. A porção de conservas de dona Ruth reúne batata, azeitona, cebola e ovos de codorna coloridos. 

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Para forrar o estômago com mais substância, há pratos como o arroz maria izabel, com carne de sol, queijo coalho, manteiga de garrafa, linguiça curada, pimenta de cheiro, tomate, cebola-roxa, cheiro verde e ovo caipira.

Tantin, São Paulo, Brasil
O Tantin ocupa um sobrado na Rua dos Pinheiros (//Divulgação)

Bar do Luiz Fernandes

Rua Augusto Tolle, 610 – Mandaqui – (11) 2976-3556; Avenida Engenheiro Caetano Álvares, 5470 – Mandaqui – (11) 3564-2750; Avenida Parada Pinto, 2262 (Andorinha Hiper Center, 3º Piso) – Horto Florestal – (11) 2389-3558 – Instagram: @bardoluizf 

O público é recebido nesse boteco cinquentão com muita simpatia pelo anfitrião, Luiz Eduardo Fernandes, filho dos fundadores, seu Luiz e dona Idalina. 

Ainda melhor do que a acolhida calorosa é a boa opção de aperitivos, a começar pelo petisco que ficou entre os três finalistas do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023: o bolinho batizado de mineirinho, uma deliciosa esfera de pão de queijo frito recheada com pernil suíno em lascas, queijos meia cura e minas padrão e pimenta-biquinho em conserva. 

Os mais tradicionalistas podem se jogar no balcão de acepipes: basta escolher entre opções como berinjela em conserva, rollmops, queijos, azeitonas, entre outros, que o um funcionário organiza os itens no prato e despacha para a mesa do freguês.

E, claro, para acompanhar a comilança, a bebida de lei é a cerveja geladíssima. Mas há também batidinhas como a de milho, um tanto alcoólica, e variações de caipirinha (com cachaça ou vodca), da clássica de limão a outras frutas como morango, maracujá, abacaxi e kiwi.  

Bar do Luiz Fernandes, São Paulo, Brasil
Balcão de acepipes do Bar do Luiz Fernandes (Clayton Vieira/Veja SP)

Outras casas estreladas

Academia da Gula 

Rua Caravelas, 374 – Vila Mariana – (11) 5572-2571 / (11) 99394-3506 – Instagram: @academiadagula

O “bar da portuguesa”, como é conhecido pelos mais íntimos, foi criado em 1992 pela lusitana Rosa Brito, que atualmente divide a administração do negócio com a filha, Daniela, formada pela Le Cordon Bleu de São Paulo.

Nem precisa dizer que o bacalhau é um dos ingredientes das receitas de maior sucesso, o que inclui de petiscos a prato principal. Para acompanhar uma caipivodca de lima-da-pérsia ou uma cerveja em garrafa de 600 mililitros, a porção de punheta (que traz o peixe em lascas cruas dessalgadas temperadas com azeite, cebola e azeitona preta inteira) é perfeita. 

Se for com tempo – e com amigos para colocar a conversa em dia enquanto espera – vale pedir o cozido à portuguesa feito com frango, costela suína, pé de porco, bacon, chouriço, mandioquinha, cenoura, batata-doce e verduras. Leva 40 minutos para ficar pronto e serve duas pessoas. 

Academia da Gula, São Paulo, Brasil
Bolinho de bacalhau da Academia da Gula (Rogério Albuquerque/Veja SP)

Arancino Bar

Rua Itabaiana, 210 – Mooca – (11) 96434-6809 – Instagram: @arancino.bar

O bolinho de risoto tradicional da Sicília (arancino ou, no plural, arancini) homenageia o bar criado pelo casal Mauro Ferrari e Daniela Abrahão (donos do restaurante Cozinha dos Ferrari) com mais dois sócios. 

Claro, a receita é o destaque do cardápio em quatro variações. A melhor delas é a de risoto de tomate recheada de queijo taleggio e servida sobre sugo com um pouco de molho de salsa e outros temperos.  

Fomes maiores podem ser aplacadas com um dos sanduíches da casa, como o que é composto por uma fatia de pão de azeite com generosa cobertura de polvo macio e tomatinhos confitados. Ou o lanche da nonna, do mesmo pão  com lagarto, cebola-roxa, azeitona verde, cogumelos, azeite e rúcula. 

A seleção de etílicos é enxuta e comporta vinhos e cervejas mais uma lista de drinques, como o tom collins (gin, club soda, xarope de açúcar e limão). 

Arancino, São Paulo, Brasil
Arancino: boteco italianado na Mooca (Ligia Skowronski/Veja SP)

Bar Cambará

Rua Camaragibe, 131 – Barra Funda – (11) 96855-1782 – Instagram: @bar.cambara

Abrigado em uma velha gráfica com piso desgastado, o estabelecimento com jeitão de boteco raiz foi criado por um grupo de amigos advogados e ex-advogados. Um espaço simples e sem frescura que atrai os amantes de bons acepipes e da bebericagem. Há mesinhas no interior, mas as da calçada são mais concorridas. 

A seleção de tira-gostos não decepciona. Do cardápio fixo, o bolim-da-terra é um bolinho de banana-da-terra, carne-seca e pimenta-biquinho na casquinha crocante. Mas vale seguir o conselho expresso no menu de perguntar qual o petisco do dia. Há acepipes flutuantes, de acordo com a disponibilidade de ingredientes. Especialmente na bancada fria, recheada com opções sazonais. Pode aparecer o cuscuz paulista de sardinha mais compacto, batatas em conserva, escabeche de sardinha, abobrinha com aliche e muito mais. 

Para molhar o gogó, cervejas em garrafa de 600 mililitros disputam a preferência com batidas bem balanceadas, mesmo as que incorporam leite condensado, nos sabores maracujá, coco, amendoim, goiabada e castanha-do-pará, esta sazonal. 

Cambará, São Paulo, Brasil
Cambará: endereço sem frescura na Barra Funda (Ricardo D'Angelo/Veja SP)

Bar do Giba

Avenida Moaci, 574 – Moema – (11) 5535- 9220 – Instagram: @oficialbardogiba

Giba, no caso, é Gilberto Abrão Turibus, que deixou para trás a burocracia dos bancos há mais de três décadas e abriu um dos melhores botecos para petiscar e bebericar em Moema. Muitos podem achar esquisito ou até se incomodar com uma peculiaridade do lugar: não há cardápio, são os garçons que recitam os acepipes disponíveis.

Os mais populares são comidinhas típicas da gastronomia botequeira, como o bolinho de carne ou canapés de linguiça Blumenau montados no pão preto que ficam ainda melhores com bastante mostarda escura. 

Para beber, as campeãs de pedidos são cervejas em garrafa de 600 mililitros e boas caipirinhas apresentadas em copo alto, como a de tangerina.

Bar do Giba, São Paulo, Brasil
Gilberto, que foi do banco à botecagem (//Divulgação)

Bar do Luiz Nozoie

Avenida do Cursino, 1210 – Jardim da Saúde – (11) 5061-4554 – Instagram: @bardoluiznozoie

No bom e velho estilo pé-sujo, com ambientação bem simples, de azulejos brancos nas paredes e cadeiras dobráveis, esse boteco é um dos mais antigos de São Paulo, criado no começo da década de 60 por Luiz Nozoie, que já ingressou a casa dos 90 anos. Hoje o negócio é tocado por seus filhos, genros e netos. 

É sua filha, aliás, Marcia Nozoie, a responsável pelos petiscos de maior sucesso, como os pequenos rissoles chamados ali de pastéis, com recheios de camarão, de carne e de muçarela. Tem ainda bolinho de bacalhau, espetinhos de camarão, rã à milanesa, entre outras opções. 

A cerveja em garrafa chega à mesa geladíssima (é colocada em uma sorveteria, com água e sal grosso, para atingir baixíssima temperatura). Uma alternativa são as batidinhas conservadas em garrafas pet, como a de amendoim. 

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Bar Quintal da Mooca

Rua Lituânia, 454 – Mooca – (11) 3807-6371 / (11) 99558-0030 – Instagram: @quintalmooca

Ex-garçons tarimbados, depois de passar por consagrados estabelecimentos da cidade, os donos, Chiquinho Pascifal e Didi Fernandes, sabem como acolher com hospitalidade a clientela nos diversos ambientes do botequim, todos enfeitados com quadros antigos dos times de futebol tradicionais da Mooca. 

Para a animar a resenha, a galera conta com cerveja gelada em garrafa de 600 mililitros e caipirinhas – se estiver na época, não dá para dispensar a de seriguela. 

Entre os petiscos, não faltam os mais tradicionais em botecos, como a coxinha (nas versões de frango e de camarão), bolinhos de bacalhau e de pernil. Mais substancioso e de inspiração alemã, o kassler é a bisteca suína frita e cortada em aperitivo, que ganha ainda mais com a companhia de salada de batata ou chucrute, sempre com muita mostarda escura para besuntar. 

Quintal da Mooca, São Paulo, Brasil
Quintal da Mooca: botequim de hospitalidade calorosa (Ricardo D'angelo/Veja SP)

Cachaçaria Ouro Verde

Rua do Oratório, 1750 – Mooca – (11) 2084-0508 – Instagram: @cachacariaouroverde

Pode-se dizer que este botequim é uma dissidência do Bar do Giba, aberto por dois ex-funcionários de lá: Léo Gomes, que era garçom, e Manoel Cícero, barman. 

Embora componham o nome do estabelecimento, as cachaças não são destaque na carta de bebidas. Mas os atendentes estão disponíveis para dar sugestões, como a paraibana Volúpia Extra Premium, que passa por barris de jequitibá-rosa e carvalho, e a mineira Século XVIII, branquinha. Os tragos são acompanhados de fatias de caju para limpar o paladar. 

Quem não é muito chegado a aguardente, pode molhar o bico com cervejas em garrafa das marcas populares e as ótimas caipirinhas, como a de limão cortado fininho e temperado com gengibre, servida em copo alto. 

A bebericagem pode ser complementada com bons petiscos, caso da coxinha bem moldada ou do caldo de camarão. Uma seleção enxuta de pratos atende aos mais famintos. O arrumadinho (em porção individual ou para dois) vem com feijão-fradinho, carne-seca frita, bacon, calabresa, farofa e um punhado generoso de coentro.

A Dama e os Vagabundos

Rua Souza Lima, 43 – Barra Funda – Instagram: @adamaeosvagabundosbar

Nesse boteco com ar estiloso e balcão de fórmica alaranjado a trilha sonora é o rock (note os pôsteres que enfeitam as paredes junto com âncoras e fotinhos em preto e branco).

Para acompanhar cervejas de 600 mililitros, como a Barra Funda Lager, o cardápio capricha na relação de sandubas e pratos. Uma das sugestões é o carne acompanha, um corte (escolhido entre copa lombo, sobrecoxa de frango, linguiça ou contrafilé) preparado em churrasqueira a carvão e que dá direito a um acompanhamento. Entre as guarnições, uma das opções é o chili paulistano, de feijões ao molho de tomate e paleta bovina desfiada (na versão vegana, sai a carne e entram legumes grelhados).  

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Es.trago

Rua Sousa Lima, 151 – Barra Funda – (11) 91431-5545 – Instagram: @es.trago_bar

Dos mesmos donos do Trago Bar (situado na esquina oposta, um bar de drinques e campeão de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023 na categoria bom e barato). Para fugir da autoconcorrência, eles formataram o segundo estabelecimento no segmento de botecos. 

Com ambientação rústica e maior espaço, o Es.trago trabalha com drinques mais simples, como caipirinhas, feitas com cachaça ou vodca, e frutas sazonais (limão e rapadura, tangerina com gengibre, caju com limão, entre outras). E cervejas em garrafa de 600 mililitros, para os frequentadores mais assíduos, que estão na faixa dos 20 e poucos anos e curtem sorver a bebida no copo americano. 

Para mastigar, porções triviais em botecos, como bolinhos de bacalhau e de arroz, pastéis (de queijo, carne e palmito) acompanhados de vinagrete e bolinhas de carne picante com molho barbecue de goiabada. 

Es.Trago, São Paulo, Brasil
Es.Trago: cervejas e drinques simples para acompanhar os petiscos (Ligia Skowronski/Veja SP)

Escarcéu

Rua Santa Isabel, 149 – Vila Buarque – Instagram: @escarceubar

Instalado no térreo de um prédio dos anos 1950, na região central da cidade, esse botequim tem um quê de retrô, com colunas da entrada forradas de pastilhas cor-de-rosa, tom que se repete nas paredes do interior em combinação com a metade inferior azulejada e pintada de verde. 

Nesse ambiente, e ao som do batuque de rodas de samba frequentes por lá, a clientela esvazia com gosto garrafas de cerveja de 600 mililitros ou chope, como o pilsen da paulistana Camale Brewery. Combinam bem com tira-gostos como tremoço, azeitona temperada e amendoim. 

A petiscagem é reforçada com outros itens, como empadas (de palmito ou frango cremoso) e bolinho de mortadela (porção com oito unidades), com um pouquinho de muçarela dentro, pequeno e saboroso. 

Escarceu, São Paulo, Brasil
O Escarcéu tem um quê de nostalgia altamente instagramável (Ligia Skowronski/Veja SP)

Esquina do Souza

Rua Coronel Melo de Oliveira, 1066 – Perdizes – (11) 2538-1861; Rua Carneiro da Silva,185 – Vila Leopoldina – (11) 3641-4759 – Instagram: @esquinadosouza

O Souza em questão é Deusdete Neris de Souza, bartender com seis prêmios de VEJA COMER & BEBER. Em 2018, ele abriu o negócio em parceria com a esposa, Tatiane Balbino, e com o empresário Augusto Ribeiro Vianna, do Braca. Em 2021, foi campeão como melhor boteco da cidade pelo guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER. 

Nos dois endereços, sempre com salões animados e mesas disputadas na calçada, as caipirinhas (especialidade de Souza) são caprichadas, feitas com ingredientes sazonais, como seriguela e caju (por isso não estão relacionadas no cardápio fixo, e sim descritas na lousa ou informadas pelos garçons). Algumas têm nomes-fantasia, como a do saulo, que homenageia o jornalista Saulo Yassuda, de Veja São Paulo, e é feita com cachaça mais uma combinação de maracujá, limão-siciliano e tangerina. 

Para afagar o estômago, tem apetitosas coxinhas cremosas de frango com requeijão servidas em trio. Também para compartilhar, a carne louca acebolada com mandioca chega na companhia de pão francês. 

Esquina do Souza, São Paulo, Brasil
Caipirinhas da Esquina do Souza (Ligia Skowronski/Veja SP)

O Mirandês

Rua Canuto do Val, 216 – Santa Cecília – (11) 3661-8538 / (11) 96408-5642 – Instagram: @omirandes

Pode-se dizer que o estabelecimento do português Vitor Manuel Ferreira Pires, natural de Miranda do Douro, no norte de Portugal, é dois em um: nas mesinhas instaladas na calçada o clima é de total botequim; no salão, funciona um restaurante.  

O cardápio é o mesmo, recheado com preparos fartos a preços razoáveis. Como entrada, o bolinho de bacalhau de 150 gramas, por exemplo, dá para dividir. Acompanha molho tártaro. Outra boa sugestão de petisco é a espinheta de bacalhau, feita com o peixe desfiado e servido com bastante azeite, cebola e salsa. 

Para lubrificar a garganta, há vinhos simples e cerveja em garrafa de 600 mililitros. Se preferir um drinque para abrir o apetite, o gim-tônica de tangerina é uma boa escolha, assim como a caipirinha de limão adoçada com rapadura. 

O Mirandês, São Paulo, Brasil
O Mirandês: boteco com um pezinho em Portugal (Clayton Vieira/Veja SP)

Samambaia Bar & Lanches

Rua Maria Otília, 110 – Tatuapé  – (11) 9697-75701 – Instagram: @samambaia.barelanches

Instalado em um imóvel de esquina dos anos 60, que já abrigou uma mercearia, o agradável Samambaia tem ambientação de botequim das antigas, com piso avermelhado, prateleiras da parede repletas de garrafas de bebida e balcão coberto de velhos azulejos, onde ficam expostos potes de tira-gostos típicos (amendoim, tremoço, azeitonas e ovinho de codorna). 

Para abrir os trabalhos, tem cerveja das principais marcas (Heineken, Stella Artois, Serramalte e Original). Rola pedir ainda alguns drinques clássicos, como o negroni. 

Na seara dos acepipes quentes, pastéis de queijo taleggio e jiló (porção com quatro unidades) têm um jeito caseiro e podem vir bem moreninhos. Uma lista enxuta de sandubas inclui o marinado, com berinjela, abobrinha e tomate semi-seco no pão ciabatta. 

Samambaia Bar e Lanches, São Paulo, Brasil
Samambaia Bar e Lanches: para tomar uma cerveja colado no balcão (Romero Cruz/Veja SP)

São Cristóvão

Rua Purpurina, 370 – Vila Madalena – (11) 2691-3858 – Instagram: @saocristovaobar

No ambiente arejado e decorado com itens do universo futebolístico (quadrinhos, flâmulas, bilhetes, camisas…) as mesas mais concorridas são as que ficam ao lado dos janelões.

Para animar as conversas, no lugar da onipresente cerveja engarrafada, o São Cristóvão oferece a opção do chope Heineken e deliciosas caipirinhas, em versões como caju mais cachaça goiana Vale do Cedro. 

A boa oferta de petiscos inclui camarão empanado servido com aïoli, bolinho de arroz e sardinha portuguesa em conserva sobre cama de cebola temperada. 

Para dividir, o filé à oswaldo aranha (de mignon ou baby beef grelhado) é guarnecido de alho frito, batata portuguesa, couve-manteiga em fios, farofa e arroz. O prato também está disponível no tamanho individual, chamado de oswaldinho. 

As paredes do São Cristóvão são forradas de elementos futebolísticos
São Cristóvão, São Paulo, Brasil (SY/Veja SP)

Sarjeta

Rua Álvaro Rodrigues, 459 – Brooklin – (11) 98878-8341 – Instagram: @sarjetabar

Fruto da parceria entre o influenciador de gastronomia Gabriel Gasparini, o chef de cozinha Fernando Berteli e o Grupo Lolla (do Lolla Itaim e do Lolla Osteria), o Sarjeta começou a funcionar em 2020, apenas com mesas na calçada (daí o nome pouco convidativo). Somente dois anos depois ganhou um pequeno salão com televisor. 

Aplacam a sede cervejas em garrafa (Beck’s, Original, Serramalte, Spaten), mais uma seleção de drinques como o meio-fio (gim-tônica incrementado de maracujá, limão-siciliano, xarope de gengibre e bitter de laranja) e o quentão gelado (cachaça Tiê Ouro, mix de limões, xarope de canela, mel e gengibre) 

Do cardápio petiscável, saem boas frituras, como a porção de frango composta por coxinhas da asa, crocantes e muito saborosas (ficam doze horas marinando em alho, tomilho e azeite).  Ou o bolinho de cinco queijos (branco, gorgonzola, meia cura, prato e parmesão) e as tiras de purê de mandioca e queijo meia cura. 

Correndo por fora, o torresmo de barriga de porco, paradoxalmente, não é frito. Preparado no forno, ele é finalizado na churrasqueira. 

Como todo bom boteco, o picadinho de carne não poderia faltar. Na versão do Sarjeta, ele é acompanhado de arroz branco, farofa de barriga suína, couve, banana empanada, pururuca de porco e ovo frito. 

Sarjeta, São Paulo, Brasil
No Sarjeta, as mesas ficam espalhadas na calçada, nos dois lados da esquina (Vitor Neves/Veja SP)

Veloso

Rua Conceição Veloso, 54 – Vila Mariana – Instagram: @velosobar 

Quando lotam as disputadíssimas quatorze mesas do bar comandado pelo ex-jornalista Otávio Canecchio, resta ao público ocupar o imóvel ao lado, o Armazém Veloso, bem mais amplo, dos mesmos donos e com cardápio igual – embora não tão charmoso quanto o original. 

Ou seja, ninguém fica sem sorver bons goles de chope geladíssimo na tulipa e caipirinhas muito bem preparadas com cachaça e servidas em copo alto. 

O petisco número 1 do bar é a famosa coxinha cremosa, de recheio clarinho e com bastante catupiry. Para os que gostam de variar, tem ainda pastel de bobó de camarão, bolinho de arroz com shiitake e sandubas de boteco, como o porta de estádio (linguiça grelhada, queijo derretido e vinagrete, mais guarnição de batata frita). 

Veloso, São Paulo, Brasil
As coxinhas são o petisco número um do Veloso (Fernando Moraes/Veja SP)

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