Comer & Beber em São Paulo

Um prato feito com as novidades e os clássicos da gastronomia paulistana. Para quem está de passagem ou moradores de uma vida. É só se servir! Por Arnaldo Lorençato, crítico de restaurantes da VEJA SÃO PAULO.
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21 restaurantes paulistanos para comer bem sem gastar uma fortuna

Uma seleção dos melhores bons e baratos de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER com diferentes estilos e tradições culinárias que sua carteira agradece

Por Iracy Paulina / Edição: Arnaldo Lorençato
Atualizado em 1 dez 2023, 12h36 - Publicado em 24 nov 2023, 18h35

Metrópole formada pelas mais diversas levas de migrantes e imigrantes, São Paulo oferece um banquete com tradições culinárias de países dos quatro cantos do mundo e de estados brasileiros de várias as regiões. Ótimo cenário para aguçar o paladar. 

Outra boa notícia é que dá para passear por toda essa variedade de sabores sem pesar muito no bolso. Prova disso é a ala do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER dedicada à categoria bom e barato. Ela reúne restaurantes onde uma pessoa come muito bem pagando uma conta que não ultrapassa um $ –  até no máximo 175 reais por pessoa. 

Na edição de 2023 do guia anual, esse time é encabeçado pelo campeão e dois finalistas da categoria: Duas Terezas, Petros Greek Taverna e Merenda da Cidade. Outros três estabelecimentos se destacaram em outras alas: Chef Benon (melhor árabe), Green Kitchen e Caracolla (respectivamente, segundo e terceiro colocados como melhor vegetariano/vegano). 

Além deles, foram selecionados para a edição mais quinze ótimos restaurantes com comida boa a preços razoáveis. A seguir, estão todos os detalhes desses para você montar um roteiro e se jogar nas delícias que eles oferecem. Vamos conferir?

Campeão e finalistas de bom e barato

Duas Terezas 

Alameda Lorena, 672 – Jardim Paulista – (11) 3456-3125 / (11) 97173-4402 – Instagram: @duasterezas

Para a chef Mariana Pelozio não existe nada mais gostoso do que comida de vó. Tanto que, segundo conta, os melhores pratos que já provou foram feitos por duas avós queridas: Tereza Pelozio e Tereza Ciarrocchi, uma delas real e a outra afetiva. Com elas também descobriu o amor pela cozinha. Por isso, ao abrir seu restaurante em 2016 não pensou duas vezes antes de batizá-lo de Duas Terezas. 

A culinária de Mariana é campeã na categoria bom e barato do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023. 

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Em seu cardápio mutante, um clássico da casa se mantém firme e forte: o talharim ao queijo do reino, que virou uma tradição, finalizado com tomilho tostado e servido com cubos de filé-mignon, para os carnívoros, ou cogumelos, para os vegetarianos. 

Quem diz não a ingredientes de origem animal, aliás, encontra boas opções no menu, como a deliciosa paella vegana com um aromático arroz amarelo de açafrão ainda mais colorido pelo acréscimo de brócolis, couve-flor, pimentões, cenoura, tomate, tofu e cogumelos frescos.

Entre os petiscos, brilham receitas que levam mandioca. É o caso da macaxeira cremosa com carne-seca, pedaços graúdos de interior macio e empanado crocante mais queijos de coalho, parmesão e muçarela e requeijão no recheio e cobertura de saladinha de cebola-roxa marinada em cítricos. Ou da coxinha, que na versão da chef é feita com massa de mandioca, frango desfiado, queijo e requeijão.

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Petros Greek Taverna 

Rua Doutor Virgílio de Carvalho Pinto, 137 – Pinheiros – (11) 4210-4936; Rua Costa Carvalho, 72 – Pinheiros – Instagram: @petrosgreektaverna

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A fachada branca com detalhes em azul do sobradinho original que abriga o Petros Greek Taverna, localizado na esquina de uma vila em Pinheiros, evoca os restaurantezinhos das ruas de Atenas e outras cidades da Grécia. Não por acaso. Um dos sócios, Hans Agourakis Scheller, tem mãe grega. Ao abrir o restaurante, em fevereiro de 2023, em parceria com Leo Marigo, ele resolveu dedicar-se às receitas do país mediterrâneo (algumas delas retiradas do caderno de sua avó), a preços razoáveis. 

Uma aposta que deu certo, colocou o restaurante como vice-campeão na categoria bom e barato do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, e levou à abertura de um segundo endereço. Este, também em Pinheiros, bem próximo da Avenida Faria Lima (alô, farialimers!), e com novidades como pratos preparados ou finalizados no forno a lenha – caso do cordeiro assado lentamente, servido com legumes grelhados, batata ao limão e manteiga de ervas. 

Comum nos dois endereços, uma boa pedida entre as entradas, a mezzés reúne as pastas típicas tzatziki (iogurte com pepino), melitzanosaláta (berinjela assada e defumada), taramá (creme de ovas de peixe curadas com pão) e de fava processada (no caso, grão-de-bico), mais uma porção das famosas azeitonas pretas kalamata. Para acompanhar, pão pita tostado na parrilla com orégano e azeite. Ainda na ala dos petiscos, o kalamáki é um espetinho de boi, porco, frango ou peixe do dia com pão tostado, tomate, cebola-roxa e tzatziki. 

Para prosseguir a refeição, na matriz o moussaká é feito com ragu de carne bovina (substituída por abobrinha e ricota na versão vegana) entre camadas de batatas e berinjelas tostadas e molho bechamel gratinado. 

Na filial, o mesmo prato é feito com ragu de cordeiro temperado à moda grega, entremeando as camadas de batata e berinjelas tostadas, com molho bechamel gratinado e crocante de hortelã, e finalização no forno a lenha. 

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Vale encerrar com a porção de loukoumádes, que lembram bolinhos de nata ao estilo de chuva regados de mel e salpicados com canela.

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Merenda da Cidade 

Rua Epitácio Pessoa, 98 – Centro – (11) 4201-4936 – Instagram: @merendadacidade

Mais uma tacada certeira dos chefs Janaína Torres Rueda e Jefferson Rueda, o Merenda da Cidade (terceiro colocado entre os finalistas de melhor bom e barato do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023) nasceu no refeitório onde as equipes que trabalham nos estabelecimentos famosos da dupla, o Bar da Dona Onça e A Casa do Porco fazem suas refeições. 

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No espaço simples, com paredes de azulejos, a proposta é a de um restaurante de almoços expressos, com a mesma comida feita para os funcionários. O combo é servido em bandejão de madeira, com prato feito (PF), saladinha e sobremesa. Tudo por um preço fixo muito razoável: 45 reais (até o fechamento desta matéria em 22 de novembro de 2023). 

O cardápio segue a lógica dos antigos botequins, com pratos do dia. Segunda-feira tem o tradicional virado à paulista, com toques especiais do Merenda. É composto por tutu de feijão, arroz, farofa, ovo frito e linguiça de produção própria, só que no lugar de banana empanada entra o tartare da fruta. Outras mudanças: a bisteca frita cedeu a vez ao porco assado e a couve crua com laranja substitui a refogada. 

As quintas-feiras são dedicadas às massas, que pode ser um capellini à bolonhesa dos bons – e vem acompanhado de pão para chuchar no molho. A massa retorna no domingo com molho sugo e um pouco mais incrementada nos acompanhamentos: o pão vem com frango assado, farofa de cebola e salada de maionese. 

Os veganos também são contemplados: todos os dias é servido o saboroso arroz da terra, preparado com legumes na brasa. 

Para o jantar, o Merenda vira lanchonete. Entre as pedidas, está o sanduba com recheio de carne de porco assada, abacate, picles de cebola, maionese de tucupi, alface e tomate no pão ciabatta feito na casa. A versão vegana vem com tudo isso, menos a carne de porco. 

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Campeão e finalistas de outras categorias

Chef Benon

Rua Nilza Medeiros Martins, 21 – Vila Sônia – (11) 3739-3661 / (11) 3739-4420 – Instagram: @chefbenon.sp

Três vezes campeão da categoria melhor árabe da cidade, a mais recente no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, o restaurante Chef Benon está situado na Vila Sônia, fora dos bairros do circuito gastronômico mais badalado de São Paulo.  Foi criado em 2012 pelo chef libanês Benon Chamilian, que veio ao Brasil para comandar o extinto Mandalun. 

Atualmente, ele prepara a sucessão: aos poucos, Antoni Chamilian, seu filho caçula, vai assumindo espaços antes ocupados exclusivamente pelo pai. E o jovem cozinheiro já introduz novidades. É criação dele o quibe frito de peixe, que chega em porção de seis unidades em tamanho míni.

Outra incorporação recente do cardápio, o mussaká é bem diferente da tradicional receita grega. Servido frio, é feito de fatias de berinjela e grão-de-bico com molho de tomate e lembra uma caponata.

No capítulo dos doces, Antoni aprendeu com uma tia libanesa e levou para o restaurante uma versão de halawi (doce de gergelim) que lembra uma paçoca cremosa para comer de colher. 

Para os que amam os pratos mais tradicionais da culinária árabe não faltam opções. Caso do irresistível mix de pastas com coalhada seca, homus, babaganuche e muhamara (de pimentão, melaço de romã e nozes), acompanhadas de pães assados na hora. Ou o trio de shawarmas: de frango enrolado no pão pita junto de fritas, pasta de alho, alface e hortelã e de cordeiro ou carne bovina ao molho tahine com salada. E ainda as esfihas, nos sabores carne, queijo, verdura, zátar, chancliche e coalhada seca com azeitona. 

A seção de pratos principais traz o lahem michui, que combina cubos de filé mignon, cebola e tomate, temperados à moda árabe com salada de rúcula de acompanhamento. Também vale provar o chich barak, capeletes à moda árabe cozidos na coalhada quente e servidos com arroz libanês. 

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Green Kitchen 

Rua Benjamim Egas, 275 – Pinheiros – (11) 4118-9555 – Instagram: @greenkitchenbr

Vice-campeão na categoria vegetariano/vegano do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, o Green Kitchen é um porto seguro para os adeptos da culinária plant based. Ou seja, a casa comandada pelos proprietários Fabio e Daniele Zukerman não utiliza nenhum produto de origem animal. 

Mesmo sendo 100% vegano, o restaurante mimetiza de forma brilhante algumas receitas de carne. Bom exemplo é um dos carros-chefes da casa: a pancetta com limão, um falso torresmo feito com proteínas de ervilha e de soja combinadas ao inhame. 

O ravióli de abóbora e espinafre ao molho de manteiga de sálvia com rúcula selvagem, presunto de parma e parmesão (tudo vegano, claro!) poderia estar no cardápio de bons restaurantes italianos. Outra pedida com bastante procura é a tradicional receita de mac n’cheese: na versão do restaurante, o rigatone ganha molho aveludado de queijo de castanha-de-caju e abóbora, cogumelos grelhados e pangrattato (farofa de pão temperada). 

Sábado, claro, é dia de feijoada também no Green Kitchen. Na versão vegana, o prato ganha muito cogumelo defumado no feijão-preto. Os acompanhamentos incluem arroz branco, farofa, couve-manteiga refogada, vinagrete, laranja, linguiça de pimenta biquinho, pancetta e banana empanada, além de molho de pimenta. 

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Caracolla 

Rua Dina, 76 – Vila Nova Conceição – (11) 97545-0876 – Instagram: @cara.colla

Cheio de charme, o Caracolla está instalado no térreo de um edifício residencial em uma ruazinha de apenas um quarteirão na Vila Nova Conceição. Terceiro colocado na categoria vegetariano/vegano do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023, é comandado por Patricia Helú, que junto a Thainá Andrade também foram finalistas ao prêmio de chef do ano. 

Essa afinada parceria brinda os clientes com delícias que seguem o compromisso da casa de servir comida gostosa de verdade e acolhedora – e alimentam a certeza de que dá para comer muito bem sem carne.

Abrindo os trabalhos, o homus de cenoura e cebola caramelada é servido na companhia de pão de fermentação natural. 

Um dos clássicos da casa, o nhoque de três raízes (mescla de mandioquinha, inhame e batata-doce), recheado com ricota vegana, passa pela chapa e depois é mergulhado em um creme de amêndoa e missô e finalizado com grana padano ou parmesão de castanhas. Outra receita entre os pratos principais que chama atenção é um risoto sem arroz, feito com grãos de couve-flor, alcachofra, alho-poró, bechamel da casa, ricota ao pesto e rúcula selvagem. 

Arremate a refeição com a torta de noz-pecã e mel que tem uma massa delicada e chega na companhia de sorvete de leite. 

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Outros bons endereços

Azay Gastronomia 

Rua João Moura, 591 – Pinheiros – (11) 91718-0591 – Instagram: @azaygastronomiaoficial

O cardápio do Azay propõe um delicioso passeio pelas tradições culinárias dos países que bordejam o Mar Mediterrâneo. Pelo lado europeu, estão presentes os sabores de Grécia, Itália, Espanha e França. Da costa africana e Oriente Médio, comparecem Marrocos, Líbano e Turquia. 

Do lado europeu, vale provar o espanhol arroz de valência enriquecido com tentáculos de polvo cozidos, discretamente apimentado, com um toque de especiarias e azeitonas pretas. 

Para encerrar a refeição ainda com um pé na península Ibérica, vá de crema catalana, uma deliciosa sobremesa aromatizada com canela (no lugar de baunilha) e que recebe a bem-vinda adição de pistache. 

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Cantón Peruvian & Chinese Food 

Rua Padre Chico, 631 – Pompeia – (11) 3872-8948; Avenida Juriti, 587 – Moema – (11) 91962-0026 – Instagram: @canton.br

À primeira vista o nome pode parecer estranho, mas é autoexplicativo. O Cantón se dedica à vertente chinesa da comida peruana, a chamada culinária chifa. Com essa proposta e preços razoáveis, o restaurante do empresário Marco Espinoza sagrou-se como o vencedor de bom e barato de VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2022. Continua uma boa opção na categoria. 

Comece pelos dourados wonton fritos (disponíveis em porção de seis ou doze unidades). São pasteizinhos de massa fininha recheados de frango e porco ao molho tamarindo. Outra opção igualmente deliciosa é o fried chicken buns, um pãozinho ao vapor recheado de frango crocante, salada coleslaw e maionese de maracujá. 

A versão de curry amarelo de frutos do mar é preparada com camarão e lula em molho cremoso de leite de coco e creme de leite para ser misturado ao arroz frito com abacaxi e amendoim de guarnição. Outra pedida, o sichuan beef mistura filé-mignon picante de interior rosado com vegetais ao molho chinês com arroz frito e batata rústica. Mais uma delícia do cardápio é a chaufa, receita de arroz frito em fogo vivo na frigideira wok, preparada em versões como a de rosbife com vegetais e gema curada.

No arremate, pode ter o vanila ice bao, composto pelo tradicional pão frito recheado com sorvete de baunilha, incrementado com creme de chocolate branco e pedaços de lichia e manga. 

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Casa Tucupi 

Rua Major Maragliano, 74 – Vila Mariana – (11) 94241-2232 – Instagram: @casatucupi

O único restaurante dedicado à culinária do Acre na cidade é comandado pela acreana de Rio Branco Amanda Vasconcelos. No cardápio predominam pratos típicos, mas ela também incluiu criações próprias que seguem a linha vegana ou utilizam frutos do mar.

Comece com um clássico da região Norte, o tacacá. Ele é preparado com caldo de tucupi, camarão seco, goma e folhas de jambu, que deixam uma leve sensação de dormência nos lábios. Na versão vegana, cogumelo shiitake entra no lugar do crustáceo. 

Também sai da cozinha no maior capricho a costelinha de tambaqui frita, na boa companhia de baião de dois (arroz branco, feijão-fradinho, calabresa, bacon, carne-seca, queijo de coalho, quiabo, maxixe e cebola-roxa em conserva), vinagrete e farofa. 

Entre as criações de Amanda, unindo ingredientes típicos de seu Estado natal com peixes e frutos do mar frescos, a lula vem recheada de uma mistura de cuscuz de milho, bacon e manteiga de garrafa. Chega à mesa acompanhada de vinagrete de feijão-manteiguinha. 

Não saia antes da sobremesa. O creme de cupuaçu seduz com sua acidez combinada à calda de chocolate.  Mais refrescante, o sorvete de cumaru com cupuaçu é servido com banana assada, doce de leite e farofinha doce. 

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Curry’s Culinária Indiana

Rua Thomaz Gonzaga, 45c – Liberdade – (11) 3132-0111 – Instagram: @currysculinariaindiana

Nesse pedacinho da Índia em São Paulo, o delicioso aroma da comida envolve os clientes já na entrada do pequeno restaurante do casal Rakesh Kanojia e Kanchana Kanojia. Emana da cozinha envidraçada, onde são preparados guisados perfumados com especiarias, sob o comando do chef Shobhan Singh. 

Inicialmente, o Curry’s dedicava-se ao thali, refeições completas típicas servidas em restaurantes populares por lá. Quem já viveu essa experiência gastronômica em cidades como Udaipur e Nova Déli não esquece. Nessa linha, uma das opções é o camarão ao curry de tomate, cebola, alho, gengibre e creme de leite em versão executiva com arroz basmati, pão naan, samosa, saladinha, daal de lentilha e gulab jamun (bolinhas de leite em pó) para a sobremesa. 

Com a ampliação, o menu ganhou pratos especiais como o cordeiro vindaloo, preparado com marinada em vinha d’alhos com curry de cebola, tomate e pimenta-do-reino mais uma profusão de especiarias ao estilo de Goa. Serve duas pessoas. 

Para a sobremesa, vale experimentar o gajar halwa, um doce de cenoura ralada com leite, cardamomo, frutas secas, açúcar e manteiga ghee. 

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Dare    

Rua Correia de Melo, 54 – Bom Retiro – (11) 3337-2533 – Instagram: @restaurante_dare  

Conhecido por abrigar diferentes levas de imigrantes (já foi reduto de espanhóis, italianos e judeus), o Bom Retiro começou a ser ocupado por pessoas vindas do Extremo Oriente há algumas décadas. É o caso dos coreanos. Essa presença é sentida também na gastronomia, em restaurantes como o Dare. 

No térreo, funciona um bufê a quilo, que serve receitas brasileiras e japonesas. Para saborear o cardápio coreano do Dare é preciso ir ao piso superior, com acesso por um lance de escadas ou elevador.

Ali, a refeição se inicia com uma seleção de petiscos, que podem mudar diariamente. Pode ter kimchi de acelga e de pepino, panquequinha de vegetais, gelatina de arroz ao molho de pimenta, batata-doce caramelada, entre outros. 

Para prosseguir, vale investir no jae yuk bok kum, composto por carne de porco apimentada e mix de hortaliças, tudo envolto em um molho agridoce que camufla a picância intensa que se pronuncia no final. 

Entre os mais pedidos, o bul gui é um churrasco de contrafilé cortado em tiras finas ao molho agridoce servido junto de arroz sem tempero. Outro campeão na preferência dos clientes é o dor sot bi bim bap, um tipo de risoto com carnes e legumes, servido em uma tigela de pedra quente. 

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Fitó 

Rua Cardeal Arcoverde, 2773 – Pinheiros – (11) 99674-2745 – Instagram: @fitocozinha

Cearense de Fortaleza, a chef Cafira Foz foi criada na capital piauiense, Teresina. Por isso, ao abrir o Fitó, ela resolveu investir na culinária típica de seu estado de coração, o Piauí.  

Um dos clássicos de seu cardápio é a casquinha de siri catado cozido no caldo de camarão com leite de coco, pasta de pimentas, tomate e coentro frescos, e servido com casquinha de beiju. 

Não fica atrás da paçoca, um símbolo da cozinha sertaneja, feita com carne de sol curada no Fitó. Desfiada e refogada com cebola-roxa e farinha de mandioca, ela é pisada para virar a famosa paçoca. Chega à mesa na companhia de baião de dois (feito com arroz, feijão-de-corda, queijo de coalho e coentro), tartare de banana-da-terra com tomate e uma fatia de queijo de coalho grelhada. 

Sim, tem uma versão de paçoca para veganos, com a substituição da carne de sol pela “carne” de casca de banana desfiada e puxada na manteiga de coco. O baião de dois que acompanha leva arroz, feijão-de-corda, coco seco na manteiga de coco e coentro. 

Para adoçar o final da refeição, o filhó é um bolinho feito de massa saborizada com amburana. Singelo, sua gostosura é potencializada com cobertura de doce de leite, calda de cajá, açúcar demerara e raspas de limão e laranja. 

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Jesuíno Brilhante 

Rua Arruda Alvim, 187 – Pinheiros – (11) 2649-3612 / (11) 98619-6329 – Instagram: @jesuinobrilhante

Pequenininho e com jeitão de restaurante familiar, o Jesuíno Brilhante foi aberto pelo jornalista Rodrigo Levino, natural do Rio Grande do Norte, com a proposta de servir a culinária do sertão potiguar. 

O cardápio não decepciona com sugestões com gostinho de comida caseira. O baião da casa é um mexidão de arroz com uma generosa lista de acréscimos: feijão-de-corda, queijo de coalho, torresmo, porco de sol, linguiça, charque artesanal, pimentão, cebolinha, coentro, pimenta biquinho, conserva de cebola-roxa, maxixe e macaxeira – ufa!

Quem for de carne, pode optar sem medo de ser feliz pelo bife ancho de sol na chapa, uma peça alta e tenra, com direito a dois acompanhamentos à escolha do cliente. Há opções tentadoras: macaxeira cozida com manteiga de garrafa; farofa de bolão, feita com farinha de mandioca fina, manteiga de garrafa e cebola-roxa; arroz de leito, preparado com a variedade vermelha do sertão, nata e queijo de coalho; e ainda o feijão-de-corda, sem caldo e refogado com cebola-roxa e farofa crocante.  

A refeição não estará completa sem o arremate. Nesse caso, vale cada colherada do manjar de coco fresco com muita fruta e calda que pode ser de grumixama, fruta da Mata Atlântica. 

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Jojo Ramen

Rua Doutor Rafael de Barros, 262 – Paraíso – (11) 3262- 1654; Rua Gandavo, 193 – Vila Mariana – (11) 5083-9837; Rua Jesuíno Pascoal, 24 – Santa Cecília  – Instagram: @jojo_ramen

Ótimo lugar para quem ama o macarrão ensopado à moda japonesa, o Jojo Ramen nasceu no Paraíso, em 2016, e ganhou a clientela com as massas de fios longos de produção própria mergulhados em seus caldos saborosos. Tanto que o empreendimento de Simone Xirata, com outros sócios, ganhou uma segunda unidade na Vila Mariana e, mais recentemente, a terceira, em Santa Cecília. 

Entre as opções de lámen caldoso, uma das mais intensas é a kara misso ramen, com caldo denso à base de pasta de soja e pimenta, macarrão grosso, alga, chashu (fatias de barriga e copa suínas) e verduras. Os mais comedidos podem pedir o lámen com molho suave de shoyu, com macarrão de fios finos, chashu, broto de bambu, cebolinha, folhas de alga nori e ovo cozido de gema sedosa. 

Para a unidade de Santa Cecília, a chef Janaína Suárez, coordenadora da cozinha, fez uma mudança sutil na receita clássica do shio ramen: o caldo é temperado com sal trazido de Okinawa, ilha ao sul do arquipélago japonês. 

Ideal para dias mais quentes, o Jojo oferece versões sem caldo, como o tantan shirunashi, composto por macarrão fino integral temperado com shoyu, pasta de gergelim e pimenta layu, acompanhado de carne moída de porco e chashu em cubo. Ou o vegetariano maze soba, com macarrão grosso integral temperado com shoyu, gema curada, mix de vegetais e cogumelos. 

Como nas duas primeiras unidades, em Santa Cecília se encontra o saboroso aperitivo karaague (frango frito com tempero oriental, repolho e molho da casa), que também funciona bem como acompanhamento para o lámen. 

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Lobozó 

Rua Medeiros de Albuquerque, 436 – Vila Madalena – (11) 93056-2146 – Instagram: @lobozocozinha 

A cozinha da Paulistânia (área percorrida pelos bandeirantes paulistas e compreendida entre Paraná e Goiás, passando por Mato Grosso e Minas Gerais) é o foco principal do Lobozó. Não por acaso. Entre os sócios estão Carlos Alberto Dória, sociólogo estudioso das raízes gastronômicas nacionais, e Marcelo Corrêa Bastos, chef do Jiquitaia (vencedor da categoria melhor restaurante de culinária brasileira no guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2020). Ambos assinam o livro A Culinária Caipira da Paulistânia (Editora Três Estrelas). No dia a dia, o responsável por materializar essas influências da comida caipira no cardápio do Lobozó é o terceiro sócio, Gustavo Rodrigues, que toca a casa no dia a dias. 

Para petiscar, uma pedida imperdível é o crocante de frango caipira frito e ao molho de tamarindo com maionese de pequi, que pode ser solicitado em porções com três, seis ou doze pedaços. O famoso cuscuz paulista está presente no cardápio em quatro versões, como a que leva camarão e uma vegetariana (com vegetais, cogumelos, ovo e queijo). 

A tradição do litoral paulista comparece com a caldeirada caiçara, composta por peixe do dia, camarão e banana. É servida em dois tamanhos, para uma e duas pessoas. Há também pratos do dia, como a galinhada com pequi na quarta-feira e o arroz de suã, na quinta. 

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Mocotó 

Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100 – Vila Medeiros – (11) 2951-3056; Rua Aroaba, 333 – Vila Leopoldina – (11) 3294-4814; Avenida Cruzeiro do Sul, 1100 (Shopping D) – Instagram: @mocotorestaurante

É preciso chegar cedo nos restaurantes comandados pelo chef Rodrigo Oliveira, que fincou a bandeira do Mocotó no mapa da gastronomia ao lançar um acepipe irresistível (e hoje copiado pela cidade inteira), os dadinhos de tapioca. Tanto na matriz da Vila Medeiros (criada por seu pai em 1973), quanto na filial da Vila Leopoldina (inaugurada em 2023), a fila de espera pode ultrapassar duas horas nos finais de semana para os retardatários (há ainda uma terceira unidade no Shopping D). 

Mas vale a pena ter paciência para brindar o paladar com as pedidas tradicionais carregadas de sotaque nordestino do cardápio proposto pelo chef. Entre os petiscos e porções, o torresmo carnudo e sequinho é uma ótima escolha para abrir o apetite, assim como o queijo de coalho com melado ou o chips de mandioca. Nas unidades da Vila Leopoldina e Shopping D vale também investir na salada cajueiro, elaborada com fatias da fruta fresca, folhas variadas, queijo da Serra da Canastra e castanhas torradas ao molho de mel e pimenta. Ou ainda na panelinha de língua de boi cozida no molho de vinho.

Entre os pratos principais, nos três endereços você pode saborear clássicos como o baião de dois, o feijão com arroz enriquecido com queijo de coalho, linguiça, bacon e carne-seca. Ou a peixadinha do São Francisco, um pintado feito no molho de coco e servido com mix de arroz vermelho e farofa crocante de castanha e coco queimado. 

Nem pense em encerrar sem experimentar uma das sobremesas. Com inspiração no doce francês, o crème brûlée na versão Mocotó é feito com doce de leite e umburana. Para dias mais quentes, uma opção refrescante é o sorvete de rapadura, feito com pedacinhos da própria e melado de cana, mais calda de catuaba. 

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Organicamente Rango 

Rua Batista Crespo, 105 – Vila Pirajussara – (11) 98593-8057 – Instagram: @organicamenterango

O ambiente do restaurante é bem informal: um varandão de colunas de bambu e telhas de plástico de tubos de pastas de dentes e caixas de leite reciclado. Fica nos fundos de uma antiga residência, hoje sede da Agência Solano Trindade, instituição fundada por Thiago Vinícius de Paula da Silva para promover a cultura criativa de jovens da Zona Sul da cidade. 

O cardápio fica por conta de Tia Nice, mãe de Thiago, responsável pela criação de pratos com boa relação qualidade/preços e uso de ingredientes orgânicos. 

Um dos destaques é o bobó de inhame com cogumelo shimeji mais arroz integral, uma pedida para a turma que riscou da rotina alimentar produtos de origem animal mas que agrada qualquer paladar sem restrições. 

Outra das delícias de Tia Nice é a ótima e farta feijoada, servida aos sábados – disponível na versão média ou grande (que alimenta até quatro pessoas). A cumbuca fumegante chega à mesa na companhia de arroz, farofa, torresmo, vinagrete, molho de pimenta e couve crua fatiadinha e temperada com alho e cebola. 

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Saj 

Rua Carlos Weber, 1512 – Vila Leopoldina – (11) 3641-2669; Rua Girassol, 523 – Vila Madalena – (11) 3032-5939; Av. das Nações Unidas, 15187 (Passeo Alto das Nações) – Santo Amaro – (11) 5183-7355 – Instagram: @sajrestaurante

Os sócios trouxeram para o restaurante toda a riqueza de aromas, texturas e sabores das receitas tradicionais de família (composta por imigrantes e descendentes das cidades de Zahle, no Líbano, e Homs, na Síria). 

Das comidinhas triviais, boa pedida é o trio de pastas, composto de homus, babaganuche e coalhada seca. Nessa mesma linha, a esfirra (com massa tradicional ou integral) é assada na hora. Pode ser aberta, com coalhada na cobertura, entre outras opções. Há ainda os formatos fechado, esticadinho ou com massa folhada. 

Entre os pratos mais substanciosos, a fatte é uma sopa de grão-de-bico e músculo com pão crocante e coalhada por cima. Novidade no cardápio, o arroz de açafrão é enriquecido com frango desfiado, grão-de-bico e amêndoas torradas. 

Entre as sobremesas, um dos chamarizes do menu é o bolo teta (palavra que significa vovó em árabe), feito de chocolate, sabor presente também no recheio e na cobertura, que é servido em generosa fatia. Dos doces árabes tradicionais, o knefe combina queijo derretido com uma camada crocante de semolina, um toque de flor de laranjeiras e farofinha de pistache. 

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Saz

Rua Doutor Renato Paes de Barros, 469 – Itaim Bibi – (11) 98837-2783 – Instagram: @sazrestaurante

O nome do restaurante deriva da palavra sazonal e dá uma pista da proposta abraçada pelos proprietários, Sergio Suslick Mortara e Pedro Tiellet (vice-campeões na categorias chef revelação e restaurateur do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023). Eles oferecem receitas simples, mas com uma explosão de sabores, valorizando ingredientes da estação. 

Bons exemplos, para iniciar a refeição, são a flor de abobrinha recheada com compota de cebola-roxa e farofa de maracujá e o peixinho da horta feito à moda de tempurá com iogurte aromatizado com dill e maionese sobre pão da casa. 

Dos pratos principais, o polvo é acompanhado de cevadinha e crocante de cogumelos. A refeição fica completa com a queijadinha de mandioca em parceria com sagu de coco de sobremesa.

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Shoshana Delishop 

Rua Correia de Melo, 206 – Bom Retiro – (11) 93386-4774 – Instagram: @shoshana_delishop

Dedicado à culinária judaica, o restaurante foi fundado em 1991 pelo casal de israelenses Shoshana e Adi Baruch (ele falecido em 2021). Depois de um tempo fechado, foi reaberto por um grupo de 25 investidores, liderados por Arthur Hirsch, Benjamin Seroussi e Inês Mindlin Lafer (finalistas da categoria restaurateur do guia VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER 2023). 

O cardápio, sob responsabilidade de Ananda Luztenberger, foi elaborado com a consultoria de Clarisse Reichstul e da chef Graziela Tavares e buscou inspiração nas receitas de Shoshana Baruch e de outras matriarcas judias. Não faltam clássicos como o gefilte fish, o bolinho de peixe cozido com raiz-forte e beterraba, e o varenique de batata, ravióli salteado na manteiga e coberto de cebola frita. 

Para os indecisos entre tantas tentações, o restaurante oferece o keará, um menu degustação que reúne um pouco de tudo (gefilte fish, picles, shpondre com ferfale, mézzes, mishmash etc) em pequenas porções. Serve duas pessoas. 

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Tamashii Ramen 

Rua Mourato Coelho, 53 – Pinheiros – (11) 3064-7334 – Insagram: @tamashiiramensp

Antes de abrir a casa em Pinheiros, em 2019, junto com o sócio Bruno Guerreiro, o chef Mark Veen se preparou bem. Seu objetivo era entender o significado do ramen no Japão (onde o prato é chamado de ramen-ya) e traduzi-lo para os brasileiros, com uma linguagem própria. Trabalhou no JoJo Ramen, de Simone Xirata, e visitou restaurantes de cidades japonesas como Sapporo, Kitakata, Yokohama, Tokushima e Hakata.

Um cuidado que agradou a clientela, a julgar pela fila que costuma se formar na porta do restaurante para saborear os caldos de porco com frango e as massas preparados no próprio local. 

Quem é chegado numa picância vai se encontrar no habanero kara missô, composto por futomen (macarrão grosso), caldo temperado com pasta de missô apimentada, carne suína moída, ovo cozido de gema sedosa, legumes, milho, cebolinha e alga nori. Aviso aos navegantes: é possível escolher o nível de ardência entre baixa, média ou forte. 

Disponível apenas no jantar, de quinta-feira à sábado, e em quantidades limitadas, o tai shio ramen é feito com caldo claro 100% de peixe pargo, macarrão estilo hosomen, molho à base de sal e limão yuzu, peixe branco com aspargos, vôngole, mexilhão e camarão, ovo marinado, rúcula, cebola-roxa e cebolinha japonesa. 

Para os dias quentes, o hiyashi chuka é um ramen frio sem caldo, temperado com molho de shoyu, vinagre de arroz e óleo de gergelim. Acompanha moyashi, pepino, cenoura, nori, cebolinha, chashu fatiado, tomate marinado no dashi, gelo de watashi, omelete e pasta de amendoim. Na versão vegana, shiitake e menma entram no lugar do chashu e da pasta de amendoim. 

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