Bonito é água total. Flutuações, cachoeiras, passeios de bote, balneários: você se molha quase o tempo todo. Mesmo quando o passeio é seco, a água faz parte da composição. No caso da Gruta do Lago Azul, é a grande protagonista.
Pode ter certeza, aquele azulzão impressionante que você viu na internet ou nas páginas da revista não é fruto de photoshop. É beleza pura.
O passeio é um dos mais acessíveis de Bonito. Apenas menores de cinco anos são proibidos de fazê-lo e financeiramente não custa a exorbitância das flutuações ou do Abismo Anhumas.
Na chegada, capacetes são distribuídos para os visitantes que deverão estar com um calçado fechado. Saindo em grupo, uma caminhadinha de 10 minutos pela mata fechada serve para aumentar a ansiedade, que atinge o ápice na entrada da gruta, momento em que deve-se esperar a saída de um outro grupo. Para preservar o local apenas quatro grupos podem estar lá dentro.
Entrada autorizada, lá vai todo mundo gruta abaixo pelos quase 300 degraus irregulares, com um corrimão de cordas para auxiliar. No começo, apenas estalactites e estalagmites. Até que a água azulada aparece na frente. Interjeições – e, possivelmente, alguns palavrões – saem espontaneamente da boca. O lago está ali, no seu esplendor. Um tronco submerso em cima das pedras deixa a falsa ideia de que o lugar é raso, mas na verdade é impossível precisar sua profundidade (o máximo que um mergulhador chegou foi a 87 m, mas deve ter uma enormidade para baixo).
Nos 10 minutos que você fica mais próximo do lago, o guia explica a razão da cor da água, que na verdade é transparente, o azul é devido ao calcário combinado com a incidência do sol e a localização da gruta. Aqui cabe um parêntese importante: a coloração fica mais evidenciada no período da manhã, especialmente entre dezembro e o início de janeiro.
Esse momento passa voando. Hora de encarar a subida porque outro grupo vem descendo com tudo.