14 mirantes para se deslumbrar com o Rio de Janeiro
A geografia acidentada da cidade oferece grandes vistas panorâmicas
Subir o Corcovado e o Pão de Açúcar é programa obrigatório para marinheiros de primeira viagem no Rio de Janeiro. Mas há muitos outros mirantes espalhados pela cidade. Alguns têm fácil acesso. Para chegar a outros, sofre-se um bocado. Mas a recompensa sempre vale a pena.
1 – Corcovado/Cristo Redentor
O mirante de todos os mirantes, um dos responsáveis pelo título de Cidade Maravilhosa, uma das Sete Modernas Maravilhas Mundiais. Tudo é superlativo no Morro do Corcovado, no alto do Parque Nacional da Tijuca. Para engrandecer o lugar, tem ainda o Cristo Redentor, com seus 38 metros de altura e as mãos estendidas sobre a cidade. A vista de lá de cima é um espetáculo: o Rio de Janeiro parece uma metrópole em miniatura, quase toda a cidade estará em seu campo de visão. Claro que há um preço a ser cobrado. O outro entrave é o grande número de visitantes a se acotovelar em busca da melhor foto. Por isso, se dá melhor quem chega logo no primeiro horário, às 7h40 da matina, quando o movimento ainda é tranquilo. Ou vai próximo do horário de fechamento, às 18h20, mas a foto não vai sair tão legal.
2 – Pão de Açúcar
O complexo formado pelos morros da Urca e do Pão de Açúcar já seria uma linda atração natural sobre o Oceano Atlântico e a Baía de Guanabara. Aí veio o bondinho para transformá-lo num passeio obrigatório. Antes de sua inauguração em 1912, apenas intrépidos alpinistas desfrutavam da privilegiada vista a compreender a Baía, o Corcovado, a Pedra da Gávea, Copacabana, Botafogo, Niterói – o Aeroporto Santos Dumont e a Ponte Rio-Niterói vieram com o tempo. Para quem nunca foi, são dois estágios. O bondinho deixa a Praia Vermelha e alcança depois de três minutos o Morro da Urca, com 227 metros de altura. Tempo semelhante para se alcançar o Pão de Açúcar e seus 396 metros. Diferentemente do Cristo Redentor, aqui há mais espaço para aquela foto arrebatadora. Também fica aberto até mais tarde: o último bondinho parte da Praia Vermelha às 20h, retornando às 21h. Ou seja, temos um mirante com segurança para curtir o pôr do sol e ainda ver a cidade iluminada.
3 – Vista Chinesa/Mesa do Imperador
No meio da Floresta da Tijuca, na estrada que liga o Jardim Botânico ao Alto da Boa Vista, a Vista Chinesa (uma construção oriental concretada que parece ser feita de bambu) coloca o turista sobre uma das mais aprazíveis paisagens do Rio de Janeiro, que compreende a Lagoa Rodrigo de Freitas, praias de Leblon e Ipanema, o Morro Dois Irmãos, o Pão de Açúcar e o Corcovado. Cerca de 700 metros estrada acima, a concretada Mesa do Imperador, localizada entre duas palmeiras, era o local escolhido pela família imperial para curtir o visual da Cidade Maravilhosa. É moleza chegar aos dois lugares, mas não há transporte público. Deve-se pegar a Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico, e seguir pela muito arborizada e sinuosa Estrada da Castorina, cuja sinalização indica que é uma via compartilhada entre veículos, bicicletas e pedestres.
4 – Pedra Bonita
Daqui partem os voos de asa-delta que culminam nas areias da praia de São Conrado. Se pensarmos em sua altitude – 696 metros – alcançar o topo é uma tarefa relativamente fácil. O acesso é feito pela sinuosa Estrada das Canoas, em São Conrado, onde já consegue-se avistar a formação da Pedra Bonita. Carros chegam até a rampa de voo livre, a 520 metros. A trilha, por sua vez, não registra nenhuma subida muito acentuada, fazendo da jornada um programa bem família. Se preferir, agências como a Trilha a Pé podem fornecer guias. No cume, não há como deixar de notar a Pedra da Gávea em um ângulo diferente, lembrando um rosto humano. E, claro, toda a zona sul carioca estará em seu raio de visão.
5 – Pedra da Gávea
Junto com o Corcovado e o Pão de Açúcar, a Pedra da Gávea forma a tríade das mais belas montanhas do Rio de Janeiro. Com 844 metros, é considerado o mais alto monólito à beira-mar no mundo. A formação leva esse nome devido à semelhança com as gáveas das caravelas. Agora chegou a vez de chegar a seu topo e admirar sua deslumbrante vista – lembrando que sua altitude é maior que a do Corcovado. Mas somente caminhantes experientes, acompanhados de guias igualmente experientes, devem encarar a aventura. É o mirante mais difícil de ser alcançado desta lista, exigindo bastante condicionamento físico. A trilha de 1,7 km tem início em Barrinha, um sub-bairro da Barra da Tijuca. A subida é inclemente, por vezes raízes de árvores formam uma escada natural. Mas é no paredão chamado Carrasqueira que a coisa fica difícil. Alguns sobem equilibrando-se nas fendas, mas outros, para conseguir seguir em frente, necessitam de uma corda. De lá de cima, se vê de um lado a Barra da Tijuca. No lado oposto, aparece parte da zona sul carioca com a Favela da Rocinha em primeiro plano parecendo bem menor do que é.
6 – Pedra do Arpoador
No quesito altura, ela poderia nem figurar na lista. Mas não há como ignorar aqui a Pedra do Arpoador, uma atração tão querida dos cariocas e dos turistas com a vista clássica da orla de Ipanema e Leblon, tendo a Favela do Vidigal encrustada no Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea ao fundo. Desde cedinho até o pôr do sol, centenas de pessoas andam ou sentam no extenso bloco de pedra, deixando um pouquinho do tempo passar enquanto curtem o relaxante visual.
7 – Mirante Dona Marta
Considero que aqui esteja a melhor vista do Pão de Açúcar, praticamente frontal, em um ótimo ângulo para fotografias. De quebra, as embarcações da orla de Botafogo, o Maracanã e os manjados Lagoa Rodrigo de Freitas e Corcovado. Assim como o maior símbolo carioca, o mirante também está inserido no Parque Nacional da Tijuca e o caminho de carro é o mesmo que segue para o Cristo (atenção às placas na Estrada das Palmeiras). Tem um pequeno estacionamento no local. Quem vem sem carro, pode pegar a linha 007 de ônibus que sai da Central do Brasil e vai até a portaria do parque, caminhando por mais 30 minutos até o mirante. Ou vá de metrô até a estação Botafogo e pegue a integração para Humaitá. Você estará na base da pacificada Favela Santa Marta. Um bondinho te deixará no topo da favela e você caminha mais 45 minutos até o mirante. Em tese é um passeio seguro, mas é melhor não vacilar. O ideal é que seja realizado em um fim de semana, quando há mais movimento por lá.
8 – Parque das Ruínas
O Parque das Ruínas é uma antiga construção que funcionou como um local de encontro de artistas durante a Belle Époque carioca no início do século 20. Atualmente abriga um centro cultural, mas as pessoas vão mais para a curtir a vista 360º com a Baía de Guanabara e o centro, em especial o Aqueduto da Lapa e a Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro. E, de lá, é possível ir facilmente até o ótimo Museu Chácara do Céu.
9 – Mirante da Paz/Complexo Rubem Braga
Formado por dois elevadores panorâmicos, o Complexo Rubem Braga tem dupla função: ligar a Estação General Osório, em Ipanema, aos morros Pavão/Pavãozinho e Cantagalo, dispensando a penosa subida por escadas; e levar a turistada ao Mirante da Paz com todo o skyline de Ipanema, Leblon e a Lagoa Rodrigo de Freitas, além de parte de Copacabana. O acesso é gratuito.
10 – Pedra do Telégrafo
A Pedra do Telégrafo fica na Barra de Guaratiba, a 50 quilômetros do centro do Rio de Janeiro. Alcançar o seu cume requer um pouco de esforço físico, mas nada que assuste. A trilha de 480 metros é uma subida constante. Apesar da falta de sinalização, basta perguntar para qualquer morador o ponto de seu início. Como a trilha é muito procurada, guias são dispensáveis. A vista lá de cima compreende pontos menos usuais, como as praias de Grumari, do Recreio dos Bandeirantes e a Restinga da Marambaia. Leia aqui um relato completo do passeio.
11 – Mirante Dois Irmãos
Ideal para caminhantes com boas condições físicas, o ponto de partida é o alto da Favela do Vidigal (não vá até lá sem antes saber como está a segurança). Para chegar lá vindo da Avenida Niemeyer, o melhor a fazer é embarcar em uma van (afinal, moto-táxis são sempre um perigo e, se subir a pé, você estará se desgastando muito). O percurso de 1,5 quilômetro é sempre ascendente, intercalando subidas mais tênues com trechos bem íngremes. Até chegar ao primeiro mirante, ainda há um trecho de mata bem fechada (se veio de bermuda, os arranhões serão inevitáveis). O ataque final incomoda mais pelo sol na cabeça. A 538 metros (mais alto do que o Pão de Açúcar), a vista contempla toda a zona sul com a Lagoa Rodrigo de Freitas, a Favela da Rocinha e a Pedra da Gávea com a Barra da Tijuca. Quem veio com um calçado meia-boca pode ter certeza que terá problemas na escorregadia descida. Agências de caminhada, como a Trilha a Pé, organizam grupos.
12 – Parque Penhasco Dois Irmãos
O nome pode parecer assustador, mas o acesso é bem mais tranquilo do que o do Mirante Dois Irmãos. Até porque carros chegam lá e o primeiro dos quatro mirantes está ao lado da portaria com vista para o Leblon e a Lagoa Rodrigo de Freitas. O parque, localizado no fim da íngreme Rua Aperana, no Leblon, conta com quadras esportivas, playground e até uma escultura de Oscar Niemeyer. Para chegar aos outros mirantes, basta subir por uma trilha de paralelepípedo. No meio do caminho, você pode topar com micos, cobras e lagartos.
13 – Mirante do Pasmado
Afora os cariocas, poucos já ouviram falar desse mirante localizado no Parque Yitzhak Rabin, em Botafogo. Com acesso de carro pela Rua General Severiano, o mirante não é muito alto e a vegetação atrapalha um pouco a vista. Mas tem um amplo estacionamento, quiosques e até playground para os pequenos. De lá, pode-se admirar a Baía de Guanabara com a orla de Botafogo, o Pão de Açúcar e o Corcovado.
14 – Parque da Cidade (Niterói)
Você deve estar se perguntando o que fazer em Niterói se o post fala de mirantes no Rio de Janeiro. A resposta é simples: de Niterói se avista várias montanhas cariocas. Corcovado, Pão de Açúcar, Pedra da Gávea, Morro Dois Irmãos, Morro da Babilônia, Baía de Guanabara: todos esses, mais as praias e lagoas niteroienses podem ser admirados do mirante no alto do Parque da Cidade, 270 metros sobre o mar. Como são poucas vagas para estacionar lá em cima, muita gente tem que parar o carro pelo caminho e vencer uma subidinha meio chata. Mas o visual compensa. Como há rampa de vôo livre no local, o cenário pode ficar mais colorido.
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