Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Sipadan e o alerta de viagem por terrorismo do governo americano

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h59 - Publicado em 31 mar 2010, 09h49

O biquíni (da pra ver a menina ali na esquerda?) e o pelotão: cena normal em Sipadan

A foto acima, em que uma muchacha de biquíni transita tranquilamente entre um pelotão de soldados (muçulmanos, diga-se) armados até os dentes, é uma cena normal em Sipadan, um dos melhores lugares do mundo para mergulhar (na costa do Sabah, uma província malaia na ilha do Bornéu, cujo território se divide ainda entre Indonésia e o sultanato do Brunei).

Alô, piratas filipinos! Vem que tem!

Em 2000, Sipadan foi alvo de um dos piores ataques terroristas já ocorridos no Sudeste Asiático: membros do grupo filipino Abu Sayyaf, vinculado ao Al-Qaeda, seqüestraram 21 pessoas nos resorts da ilha (10 delas turistas) e as mantiveram como reféns no sul das Filipinas, para onde foram levadas (o sul do país, onde vive uma minoria muçulmana, está ali pertinho).

O último dos reféns só foi libertado (ou melhor, ele fugiu) três anos mais tarde. Depois do desastre, os resorts da ilha foram fechados, obrigando os mergulhadores a hospedarem-se em ilhas vizinhas (Mabul e Kapalai) ou no continente (em Semporna).

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O paraíso de Sipadan: A Malásia quer, a Indonésia e as Filipinas também

A ilha que Jacques Cousteau classificou como “uma obra de arte intocada” é considerada zona de risco porque foi alvo de anos e anos de disputas entre Malásia, Indonésia e Filipinas, imbróglio que só se resolveu em 2002, quando o Tribunal Internacional de Justiça deu o aval à soberania da Malásia. Ainda assim, a resolução não terminou por dissolver as gangues de piratas e grupos terroristas (uma coisa ligada a outra, para piorar) que atuam na região – e têm como base as ilhas de Mindanao e Sulu, no sul das Filipinas .

Dia 22 de abril, fará 10 anos que o paraíso foi atacado. E foi por isso que, como de praxe em aniversários de datas fatídicas, o Departamento de Estado norte-americano lançou um alerta  de viagem (clique aqui para ler na íntegra) aconselhando “extremo cuidado” ao viajar a Mabul, Semporna e Sipadan. O aviso foi publicado no dia 15 de janeiro e, ainda que o governo malaio tenha negado a ameaça de pés juntos e tenha redobrado a segurança na área (como se vê nas fotos), ele é válido até dia 15 de abril.

Ao longo desses 10 anos, vários avisos foram publicados sem que nada tenha se concretizado.

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“Oi, você por aqui? Não ouviu falar do alerta do governo americano?”

Se eu senti o perigo no ar? Não. Se eu deixaria de viajar para todo e qualquer lugar considerado de risco pelo governo americano (levando em consideração que atualmente a Turquia encabeça a lista de “Travel Alerts” nesse exato momento)? Não. Mas, caso você tenha se interessado por fazer o melhor mergulho da sua vida, tenha isso em mente. Ou não.

PS: Estamos falando de “Travel Alerts”, uma categoria abaixo dos “Travel Warnings”, que se aplicam a lugares como Yemen, Líbano, Solmália, etc.

PS2: Fiquei sabendo do alerta numa mesa de bar quando já tinha reservado toda a viagem.

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