Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Quando a principal atração é você mesmo

Se você um dia teve curiosidade em saber o que sente uma celebridade ao caminhar por um lugar público, vá para a Indonésia

Por Adriana Setti
Atualizado em 12 jan 2021, 11h56 - Publicado em 12 mar 2013, 14h10

O Cássio (de boné) cercado de estudantes indonésios

Enrolados precariamente em sarongues, meu marido (Cássio) e eu adentramos o complexo dos templos hinduístas de Prambanan, na ilha de Java.  O momento parecia propício: meio da tarde não muito quente, bem depois do horário de pico turístico.

Então eles chegaram: vários ônibus carregados de estudantes indonésios na flor da adolescência. Minutos depois, as principais atrações do local haviam deixado de ser os magníficos santuários do século 9.

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Que seres brancos, loiros e altos chamem a atenção em países como a Indonésia é natural. Depois de dois meses de viagem, fotos das nossas pessoas (com nossos melhores sorrisos) devem estar no facebook de desconhecidos por todo o Sudeste Asiático. Mas a experiência ganha outra dimensão quando se está diante de centenas (não é modo de dizer) de jovens vindos da Indonésia profunda, que muito provavelmente jamais viram um estrangeiro. Se você um dia teve curiosidade em saber o que sente uma celebridade ao caminhar por um lugar público, eis a sua chance de ouro.

O frenesi em Prambanan, e também no Borobudur (o templo budista que é o principal cartão postal de Java, que visitamos no dia seguinte), é fruto de uma sacada genial dos professores javaneses: levar os alunos aos lugares turísticos para que eles pratiquem o inglês e coletem informações sobre outros lugares do mundo. Então, em meio a gritinhos de euforia, eles respiram fundo e puxam conversa com os alienígenas.

O encontro acaba sendo divertidíssimo, além de uma ótima oportunidade de aprender algumas palavrinhas nas incontáveis línguas indonésias e também tentar saber um pouco sobre a vida deles. Mesmo que, no caso do Borobudur, você tenha acordado às 4 e meia da manhã, ou que explicar porque ainda não tem filhos aos 36 anos (“coitada!”) não esteja entre as suas metas do dia.

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