Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Pé na jaca e aventura em Mendoza, Argentina

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 16h11 - Publicado em 2 jun 2008, 17h06

Foto: O lago na subida dos Andes, na vila de Potrerillos

Promessa é dívida. Atendendo a pedidos, ressuscito aqui a série sobre a minha viagem pela América do Sul, que se perdeu em algum buraco negro da web depois das reformas do site.

Quando disse ao meu amigo Martin, de Mendoza, que ia passar pela sua cidade durante esta minha volta pela América do Sul ele, desanimadoramente, me perguntou “pero boluda, por qué???”. De duas uma. Ou ele estava tirando uma com a minha cara, ou é a mais ingrata das criaturas. O comentário, lógico, fez com que chegasse lá com uma expectativa meio bola murcha. Mas acabei ficando completamente louca pela cidade.

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    A cidade desprezada pelo meu amigo é cercada por um mar de vinhedos (é a principal região produtora de vinhos do país), não tem uma rua sequer que não seja arborizada de cabo a rabo, cafés e restaurantes com mesas na calçada, praças grandiosas e um charme arrasador. Para completar, fica aos pés da cordilheira dos Andes, um pano de fundo que faz as regiões vinicultoras européias como Toscana, na Itália, ou La Rioja, na Espanha, curvarem-se de inveja.

    Turismo de aventura não costuma combinar muito com jornadas gastronômicas. Mas para conhecer a região é preciso alternar dias de pé na jaca total com outros de abstinência e disposição. No meu primeiro dia por lá, optei pela jaca. Comecei por uma visita a uma das centenas de bodegas que podem ser visitadas, a Luigi Bosca, a 15 quilômetros da cidade. E terminei o dia no espetacular restaurante 1884, do chef Francis Mallmann.

    Doze horas de sono e algumas neosaldinas depois, foi a vez de subir a cordilheira em direção a Potrerillos (meia hora de carro), uma vilazinha na beira de um lago azul fosforescente, e mais tarde a Uspallata (uma hora), a cidade onde foi rodado o filme Sete Anos no Tibet, com Brad Pitt. É lá que fica o Cerro de Siete Colores, um morro de pedra que pode facilmente ser escalado (mesmo de ressaca) e que tem uma vista alucinante para os picos nevados andinos.

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    A grande pena foi não ter coincidido com a Fiesta de La Vendimia, a festança que comemora o início da colheita no início de março com música, dança, comida absurdamente boa e, claro, vinho a dar com o pau.

Como conhecer: Nada é perfeito. A cidade é extremamente mal sinalizada e o trânsito é caótico, já que quase não há semáforos, mesmo nos cruzamentos movimentados. Se for de carro, prepare-se para apanhar um bocado. Se preferir o conforto pasteurizado das agências de turismo, não se preocupe, há uma em cada esquina.

Onde ficar: A calle Peru, super central e ao lado do Paseo Sarmiento, um calçadão cheio de restaurantes, concentra os hotéis bons e baratos da região. Eu me hospedei no Gran Hotel Venus (Calle Peru, 1155, +54 261 4238930), que é breguinha como o próprio nome, mas novo, bem cuidado e confortável. Agora, para mergulhar de cabeça na filosofia do “eu mereço”, fique no espetacular Park Hyatt, uma espécie de Copacabana Palace na linda Plaza Independencia.

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