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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Onde comer na Ilha da Madeira

Das delícias típicas aos restaurantes de alta cozinha, uma lista infalível para passar bem no arquipélago português

Por Adriana Setti
30 nov 2018, 16h24

Espetada, bolo do caco, milho frito, peixe espada com banana frita, carne de vinhas d’alhos, bolo de “mel” de cana, poncha, vinho Madeira… Prepare-se para uma temporada de halterofilismo estomacal na Ilha da Madeira.

Onde comer…

para impressionar…

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A banana #sóquenão do Il Gallo D’Oro, que tem duas estrelas Michelin (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

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O “pombo exótico” do chef Benoît Sinthon, do Il Gallo D’Oro (Il Gallo D'Oro/Reprodução)

Il Gallo D’Oro

É o único restaurante com duas estrelas Michelin da Ilha da Madeira, instalado no hotel The Cliff Bay, em Funchal. À frente da cozinha, o chef francês Benoît Sinthon aplica as técnicas de sua terra natal aos produtos locais. O menu degustação começou com uma delicada seleção de manteigas, passou por sopa de abóbora com trufas negras e terminou com uma das especialidades da casa: pombo defumado em folha de eucalipto com mini verdurinhas, para surpresa geral dos brasileiros presentes na mesa (acreditem: é bom).

O golpe de misericórdia veio em forma de “banana” falsa (esteticamente perfeita!), com “casca” de chocolate branco e preto, recheada de um paifait da fruta homenageada, com um toque de limão e maracujá, servida com pedacinhos do típico bolo de mel da ilha, purê de banana, gel de vinho Madeira, “mel” de cana de açúcar e maracujá – tudo preparado diante da mesa. O menu degustação em quatro etapas custa €105 e mais €57 se for harmonizado com vinhos. Reserve uma mesa no terraço, que tem vista espetacular (a décor do salão interno não é muito cativante).

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Toda a pompa do Dinning Room da Quinta da Casa Branca (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Dinning Room Quinta da Casa Branca

É um dos hotéis de design mais charmosos de Funchal. Enquanto os quartos ocupam um bonito caixote de com grandes janelões de vidro, o restaurante é puro luxo clássico, instalado em um casarão do século 19 erguido pela família Leacock, de produtores de vinho Madeira. O jantar, um dos mais memoráveis da minha passagem pela ilha, teve como entrada camarão “carabineiro” com abacate, maionese e pimentão defumado. Depois, robalo em caldo Dashi e limão. O menu de quatro etapas com bebida custa €82.

Cipriani
Polvo sobre leito de batatas no Cipriani, o belíssimo italiano do hotel Belmond Ried’s Palace (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Villa Cipriani

É o belíssimo restaurante italiano do Belmond Reid’s Palace, o mais luxuoso da Ilha da Madeira. Tem serviço impecável, um terraço com vista para o mar e ambiente relativamente informal (para os padrões do hotel). Os pratos principais custam entre €23 e €32.

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Salada morna de camarão, cenoura e citrinos do Nini Design Center (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Restaurante do Nini Design Center

Uma das boas surpresas de Funchal, reúne a obra da designer madeirense Nini Andrade Silva. O Design center ocupa um caixote de vidro encarapitado sobre um cocuruto de pedra em pleno porto, com vistas matadoras para o mar. Tem sala de exposições, loja, cafeteria e o restaurante DC Atelier. O melhor peixe que provei na viagem veio com crosta de mostarda, terrina de batata e creme de alho. E, para encerrar o assunto, o cheesecake de caramelo salgado valeu cada caloria. O menu de três pratos custa €55 (excelente custo benefício).

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… com vistas matadores

 

Estalagem Ponta do Sol

Mais um caixotão vertiginosamente localizado no topo de uma rocha, na praia de Ponta do Sol. Tem ambiente informal, comida correta e altas vistas para o mar.

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O visual da Fajã dos Padres, com seu vinhedo à beira-mar (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Peixe espada com banana frita e aquele vinhozinho branco na Fajã dos Padres, meu xodó madeirense (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Lapas: feias porém deliciosas, na Fajã dos Padres (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Fajã dos Padres

Definitivamente, foi o meu lugar favorito na Ilha da Madeira. Tem esse nome porque foi fundado por padres jesuítas, que instalaram suas residências e vinhedos em um dos pontos mais bonitos da ilha, acessível somente por barco e , hoje em dia, também por teleférico e elevador. Aos pés de um penhasco, tem uma horta orgânica que abastece o restaurante com jeitão de bar de praia. Sem frescura, tem mesinhas e um longe de frente para o mar e é o lugar ideal para beliscar umas lapas (marisco emblemático da Madeira) com alho e manteiga e, depois, um peixe espada com banana frita. Os pratos principais custam de €12 a €16.

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Vista do terraço do restaurante da Quinta do Furão (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
Quinta do Furão
Ovos trufados da Quinta do Furão: nhami! (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Quinta do Furão

Em Santana, um dos pontos mais altos da ilha, tem um terraço com vista para mar e floresta. Já bastaria. Mas ainda serve isso: ovos da própria quinta com boletos (tipo de cogumelo) trufados, aspargo e “pó” de chouriço.

Aqua Natura

Dentro do hotel homônimo (boa pedida para se hospedar na costa oeste no verão), fica literalmente em cima das famosas piscinas de Porto Moniz, um dos principais cartões postais da ilha. Em um dia de ondas de cinco metros, foi simplesmente alucinante almoçar tão perto do mar. A comida é boa e farta, a começar pelo colossal filé de atum servido com verdura que você vê na imagem de abertura deste post.

 

… para uma experiência típica

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Espetada da Adega da Quinta: uma das tradições indispensáveis para os carnívoros (Adega da Quinta/Reprodução)
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Bolo do caco: prepare-se para viciar nisso (Adega da Quinta/Reprodução)

Restaurante Adega da Quinta

Brasileiro raiz que ama churrasco (tipo eu) vai vibrar com a espetada, uma das principais tradições culinárias da Madeira. A carne marinada e macia é servida em uma espeto gigantesco (que fica na mesa), acompanhada de bolo de caco (a larica madeirense que vai salvá-lo do aperto: um pão redondo chato e fofinho, geralmente servido com manteiga e alho ou como base para um sanduíche) e “milho frito” (vulgo, polenta). A da Adega da Quinta foi a melhor que provei, com direito a muito vinho, ladeira e pudim de maracujá para arrematar.

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Fechando o tour gastronômico com chá e queijada no centrinho de Funchal (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Caminhada gastronômica com a Wine Tours Madeira

Começa com vinho e canapés de peixe espada no espaço Made in Madeira; passa pelo mercadão; faz uma parada no simpático restaurante Venda da Dona Maria para uma carne de vinha d’alhos (porco marinado com vinho, vinagre, louro e especiarias) e bolo do caco; inclui degustação de vinho Madeira na toda-poderosa vinícola Blandy’s; dá uma desviada para tomar uma poncha (goró oficial da ilha feito de aguardente, “mel” de cana e limão) e termina em uma linda casa de chás para uma queijada. Nossa guia, a fofíssima Graça, ainda contou muita coisa sobre o lugar e suas tradições gastronômica, entre uma mordida e um gole. O passeio dura mas três horas e é feito a pé.

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