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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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O que fazer na Esquerra de l’Eixample, eleito bairro mais cool do mundo

Meus endereços favoritos no quintal de casa, eleito pela revista Time Out o bairro mais cool do mundo em 2020

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 out 2023, 18h37 - Publicado em 20 out 2020, 10h35

Eleito pela revista Time Out o bairro mais cool do mundo em 2020, L’Esquerra de l’Eixample, em Barcelona, é minha casa há 18 anos. Apesar de estar pertinho do centro e colado na famosa avenida Passeig de Gràcia, a região não tem atrações grandiosas como uma Sagrada Família ou uma casa de Gaudí. Por essas e outras, um turista menos atento pode até passar batido por aqui. Mas, olhando de perto, o quintal da minha casa é (modéstia à parte) um dos melhores lugares da cidade pra comer, beber e fazer umas comprinhas em Barcelona. Entre uma coisa e outra, também vale manter os olhos atentos a edifícios modernistas lindos, como a Casa Golferichs, que abriga o instituto Català-Roca, onde estudei fotografia. A seguir, uma listinha com os meus (muitos) endereços favoritos no bairro, para você usar em uma próxima visita à cidade, depois que o mundo voltar ao normal*:

Mercado del Ninot

Em tempos normais, é preciso ser um gladiador para frequentar o Mercado de la Boquería, o mais famoso da cidade (em plenas Ramblas). Já o Ninot, bem ao lado da minha casa, é um dos segredos ainda bem guardado pelos locais, com vários bares e espaços de degustação e produtos de altíssima qualidade. Falo em detalhes sobre o meu mercado-xodó neste post.

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O escondidinho Semproniana, na tropa de elite gastronômica do bairro (Semproniana/Reprodução)

Restaurantes

Um foodie que venha a Barcelona com lição de casa feita não tem como passar reto do bairro. Aqui estão alguns dos melhores restaurantes da cidade, como o Disfrutar, do trio de chefs que eram o braço direito de Ferran Adrià no El Bulli. Também brilham os escondidinhos Semproniana e Sense Pressa, sobre os quais já falei entusiasticamente (clique aqui e aqui para ler os posts), e o Retorniño, o melhor lugar bom e barato para mergulhar de cabeça nos frutos do mar e, principalmente, no polvo ao estilo galego.

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Tandoor: indiano moderninho levemente adaptado ao paladar espanhol (Tandoor/Reprodução)

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Cozinha do mundo

Além de ser uma potência da gastronomia local, L’Esquerra de l’Eixample também é um ótimo lugar para provar a cozinha do mundo. Adoro o Tandoor, um indiano moderno levemente adaptado ao paladar espanhol. Entre os japas, curto muito o elegante Robata, que fica na Enric Granados, uma das ruas mais charmosas, e também o Daruma, do chef Takenori Mito, com seu estilão bem tradicional. Para uma cozinha de mãe mexicana (aprovadíssima por todos os meus amigos mexicanos de Barcelona), vou direto ao Rincón Maya, um micro restaurante extremamente autêntico e aconchegante.

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Gresca Bar: um dos melhores da cidade para umas tapas (Gresca/Reprodução)

Bares de tapas

O pecado mora ao lado e, se eu pudesse, passaria a vida de tapa em tapa, sem sair do bairro. Um dos melhores da cidade, Bar Gresca, fica a poucos quarteirões de casa, assim como o sensacional Paco Meralgo, que se manteve cheio (com fila!) até em plena pandemia. O classicão Velódromo também funciona como uma extensão da minha casa, sendo palco de incontáveis reuniões de família. E ainda tem as batatas bravas do Senyor Vermut, o minúsculo Morro Fi, com seu vermute caseiro delicioso e a gostosa Bodegueta de Provença. Ah, e não poderia faltar: Cervecería Catalana, boa e barata por excelência.

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Obra de Joan Miró no parque homônimo: esquecido pelos turistas (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Parc de Joan Miró

Você se dá conta de que está muito mal acostumado quando um parque com uma grande escultura de Joan Miró é apenas um coadjuvante na sua cidade. Pouquíssimo conhecido, o Parc Joan Miró foi onde encontrei sossego nos primeiros dias em que pudemos sair de casa depois do confinamento. Enquanto a praia e os parques mais famosos estavam intransitáveis, quase ninguém se lembrou dele.

Compras à moda antiga

A Rambla Catalunya é a artéria comercial mais completa do bairro, com marcas de fast fashion, grifes e aquele combo básico que faz com que todas as ruas comerciais do mundo sejam quase iguais. Mas o bairro também tem suas lindezas de toda la vida, como a ótima livraria La Central, uma das melhores da cidade. L’Eixample Esquerra também é um bastião da resistência do comércio à moda antiga e tem alguns colmados (mercadinhos) que vendem queijos, vinhos, conservas e outras coisas gostosas escolhidas à dedo, com atendimento pelo próprio dono. Eu amo a Mantequeria Lasierra, do senhor Ramon Lasierra, um achado feito pelo meu pai, Ricardo Setti. Estou morrendo de medo da pandemia acelerar o fechamento desses lugares.

 

Beerxample

Poucos anos atrás, era um sufoco encontrar uma cerveja em Barcelona que não fosse uma maldita Estrella Damm. De repente… boom! A febre das cervejas artesanais aterrissou por aqui e fez ninho no meu bairro. Não à toa, “ganhamos” o apelido de Beerxample. O circuito cervejeiro fica no miolinho do bairro que é conhecido como Gayxample, repleto de bares, lojas, saunas, hotéis e associações GLBT. As imperdíveis ficam dentro de um raio de uns 200 metros: : Garage Beer, BierCab e BrewDog.

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Delacrem, gelatos perfeitos e disputadíssimos (Delacrem/Reprodução)
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Os melhores gelatos

Briga? Tumulto? Guerra? Não, é a fila da Delacrem, considerada por muitos a melhor da cidade. Bem menos hypadas, a Cremeria Toscana também é excelente.

Cloudstreet
Cloudstreet: uma das padarias natureba mais hypadas da cidade (Cloudstreet/Reprodução)

As melhores padarias

Alguns amigos encaram o fato de seu morar na frente da Cloudstreet, uma padoca ultra natureba, como se eu fosse vizinha do Javier Bardem. Mas a real é que eu costumo andar alguns quarteirões para comprar meus pães, bolos, croissants e afins na Turris, que considero imbatível. Prove as duas e tire suas próprias conclusões.

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