Tui. Que lugar é esse? Na fronteira com Portugal, numa Europa que parece ter sido esquecida pelo resto do mundo, eis que surge uma catedral românica do século 12, coroando um centro medieval que escorre por uma encosta até encontrar o rio Miño, na fronteira com Portugal. É nessas horas que acho que uma vida não vai ser suficiente para dar conta da riqueza do Velho Mundo.
Tui, esse “lugar nenhum” de 17 mil habitantes, foi a primeira parada de um roteiro de encher olhos, por lugares sobre os quais a maioria da humanidade nem ouviu falar — lembra o que eu falei sobre a região das Rias Baixas, na Galícia, ser um lugar de pequenos deleites? (Clique aqui para ler o post). Saindo de Pontevedra, dá pra fazer tudo tranquilamente em um dia (veja mapa abaixo).
Valença, do outro lado, é um pedacinho de Portugal profundo. Cercado por uma muralha, o centro histórico tem bonitas igrejas barrocas e as ruínas de um castelo. Também tem bacalhau, vinho verde, poucos turistas e incontáveis lojas de toalhas (!).
Toca pra A Guarda, um portinho pesqueiro de 10 mil habitantes, de volta à Galícia. O negócio aqui é subir, subir e subir, até conquistar o Monte de Santa Trega, onde há ruínas de uma civilização ancestral que ocupou a região, e uma vista gloriosa para as Rias Baixas. É tudo azul.
Deu calor. E eu já não queria saber de mais nada, só do mar, quando cheguei a Baiona, a gloriosa cidadezinha que recebeu Cristóvão Colombo e sua caravela Pinta (uma réplica do barco é uma das atrações locais) no retorno da descoberta da América. Baiona tem um centro histórico animadinho e um lindo porto. E uma fortaleza com origens no século 11 se impõe no layout da cidade e estampa a sua silhueta sobre a praia no fim da tarde. Mergulho no Atlântico, cervejinha e missão cumprida.
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