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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Luz no fim do túnel: clima de fim de pandemia na Espanha

Tendo 47% da população vacinada com pelo menos uma dose, o país já cogita abolir as máscaras ao ar livre e se prepara para um verão feliz

Por Adriana Setti
Atualizado em 17 jun 2021, 21h30 - Publicado em 17 jun 2021, 14h46
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A luz pintando no horizonte em Menorca, nas Ilhas Baleares (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Não tenho palavras para descrever a sensação de otimismo e alívio que se vive por aqui atualmente. Um dos países mais afetados do mundo na primeira fase da pandemia, a Espanha viveu cenas tétricas, com corpos empilhados em patinações de gelo e profissionais de saúde precisando decidir quem entrava na UTI e quem ficava de fora, engrossando uma lista que já chegou a 1000 mortos diários (em um país com 46 milhões de habitantes!). Agora é hora de respirarmos aliviados. Literalmente. Ainda não estamos no mesmo patamar dos Estados Unidos ou de Israel, mas o governo espanhol já deu sinais de que, em breve, a máscara deve deixar de ser obrigatória em espaços abertos, seguindo o caminho da vizinha França, que liberou boca e nariz de fora ao ar livre desde ontem em todo o país. UFA.

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Caminhando para o lado iluminado da força no bairro de Gràcia, em Barcelona (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

A vacinação, por aqui, começou no fim de dezembro. E, durante os primeiros meses, aconteceu de uma forma extremamente vagarosa. Quando o presidente do governo central, o guapetón Pedro Sánchez, anunciou que a meta era imunizar 70% dos adultos até agosto, soou como piada. Mas a coisa foi pegando ritmo e, desde maio, embalou. Pra vocês terem uma ideia, meus pais, na faixa dos 70 anos de idade, só foram vacinados no começo de maio. Eu, na faixa dos 40, recebi a picadinha só um mês depois. Atualmente, a maioria das regiões já estão distribuindo doses para pessoas na faixa dos 30.

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Eu vejo a luz! Bairro de Malasaña, em Madri. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Nesse embalo, o país já soma 30% de imunizados (13,6 milhões de pessoas) e 47% da população já tomou pelo menos uma dose. Todo mundo acima dos 70 anos que queria ser vacinado está protegido e o número de pessoas nessa faixa etária que recusaram a vacina é insignificante. Com isso, ontem recebemos a notícia de que a Espanha baixou da taxa de contágio de 100 por 100 mil habitantes pela primeira vez em 10 meses, atingindo quase a mesma marca do período que sucedeu o lockdown (de março a junho), que foi um dos mais severos do mundo.

Tudo está completamente normal? Claro que não. Mas quem se importa com isso a essas alturas? Restaurantes, lojas e bares ainda têm restrições de número de pessoas e horário; muitos hotéis nem se deram o trabalho de abrir e os grandes festivais de verão não vão rolar. Por outro lado, a galera já se sente viva e confiante o suficiente pra investir mais de 400 euros do Primavera Sound 2022, que vai ter quase o dobro do tamanho e… já está com as entradas totalmente esgotadas!

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Verão feliz pintando em Málaga (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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Com suas fronteiras abertas a pessoas vacinadas de vários países, a Espanha ainda está deixando o Brasil de fora. Para brasileiros voltarem a Barcelona, Madri ou Sevilha, a taxa de contágio brasileira deve baixar de 75 casos por 100 mil habitantes (atualmente, é de 416) e o país deve ter sob controle o surgimento de novas variantes. Mas essa luz, que parecia impossível meses atrás, já começa a surgir no fim do túnel com a aceleração no ritmo da vacinação. Ou seja, é preciso ter um pouco mais de paciência e fé na ciência. Coisas que a pandemia, definitivamente, nos ensinou a cultivar.

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