Trinta e seis cocurutos gigantescos e arredondados que surgem do nada. O mais alto deles, Monte Olga, chega a 546 metros. Ou seja, 200 metros a mais do que Uluru, que está a apenas 35 quilômetros de distância e rouba a cena por causa de seu fator tão único: é o maior monólito do mundo. Sem grandes expectativas, acabei entregando meu troféu revelação a Kata Tjuta. Vai por mim: reserve pelo menos meio dia para encaixar esse programaço na sua visita ao deserto.
Kata Tjuta é bem diferente de Uluru em termos de experiência. O aglomerado de rochas esculpe uma série de cânions, fendas e corredores espetaculares. Ao invés de apenas circular a formação, é possível mergulhar em suas entranhas. O vento sopra por entre as fendas estreitas com uma força impressionante – uma dádiva no verão e um suplício no inverno. As paredes altíssimas fazem você se sentir um micróbio. O som reverbera de uma maneira totalmente louca. Os efeitos de sol e sombra são alucinantes.
As caminhadas não chegam a ser difíceis. Mas são mais emocionantes do que as de Uluru porque têm um pouco de inclinação. Além do mais, caminha-se por um piso pedregoso. Usei um tênis de corrida com a sola macia demais e fiquei com o pé extremamente dolorido no dia seguinte. Ou seja, o ideal é uma bota de caminhada mesmo, ainda mais para quem for dar a volta mais completa pelo Vale dos Ventos (quase 8 quilômetros). Vá o mais cedo possível para tentar driblar as multidões. Pássaros, silêncio e o assobio do vento serão as melhores companhias.
Vai lá: Fiz o passeio com uma ótima guia do glamping Longitude 131. Mas você pode aventurar-se sozinho baixando ESTE MAPA acima, ou contratar um passeio guiado numa das agências do vilarejo de Yulara.
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