Estilo Filipino: com vocês, o Jeepney
Eles são coloridos, extravagantes, espalhafatosos. Os reis do fundo do quintal, a crème de la crème da tuneagem tabajara.
Marca registrada das Filipinas, o Jeepney é uma espécie de cruzamento de jeep com ônibus, enfeitada com detalhes que podem variar de chifre de touro a estátuas de Virgem Maria. Os primeiros foram feitos com os jeeps abandonados no país pelos americanos, depois da Segunda Guerra. Alguns originais ainda rodam por aí, e os mais novos se mantém fiel ao estilo.
Muitas vezes o Jeepney é a única maneira de ir de um lugar a outro nas Filipinas, ou de percorrer grandes distâncias dentro de uma cidade (as pequenas ficam por conta das motos transformadas em táxi para 4 pessoas nos mesmos agitados fundos dos quintais do país).
Funciona assim: você escolhe o destino segundo o que estiver escrito na lataria. Então entra, senta onde der (vale porta-malas, chão, corredor, o quase-colo do motorista) e espera. A regra geralmente é só sair quando estiver lotado. E por lotado entenda 40 pessoas onde você, ocidental, calcularia espaço para umas 15. Um cobrador se encarrega de recolher o dinheiro com a viagem em andamento. A bagagem você entrega ao cidadão que estiver em pé em cima do veículo. E se chover o problema é seu.
Minha primeira viagem de Jeepney, de Puerto Princesa a Port Barton, na ilha de Palawan, foi uma aprazível jornada de 4 horas – duas das quais por uma estrada de terra cuja poeira quase soterrou os pobres franceses a quem restou sentar no porta-malas. Apesar de ter parado para recolher sacos e mais sacos de arroz, entre outras cargas pesadas, a geringonça não lotou. E tudo correu fácil, fácil. Sorte de principiantes, talvez. Mas muitas outras virão…