No post passado falei sobre questões práticas para convencê-lo de que a Andaluzia é o melhor programa para o verão europeu. Bueno, agora vamos aos assuntos, digamos, afetivos.
Eu costumo dizer: você iria a um show de mulatas em Porto Alegre? Pois saiba que o flamenco não é nada típico da Galícia. Da mesma forma, as touradas hoje em dia são proibidas na Catalunha e não se toma jerez a dar com o pau no País Basco.
Tudo isso pra dizer que a Espanha “ao pé da letra”, com leques, vestidos de babados e castanholas, é sinônimo de Andaluzia.
A alma gitana aflora nos cabelos negros e longos das mulheres, no sotaque inconfundível, nos gestos. As festas culminam em maratonas de flamenco e a tourada é uma passión.
É aqui, também, onde a Espanha revela os indícios mais vivos de seu elo perdido com o mundo árabe. A Andaluzia – a comunidade autônoma mais populosa do país, com 8,2 milhões de habitantes – não seria o que é sem a herança islâmica. Aqui, o império Al-Andalus (do qual se originaria o seu nome) durou um total de 781 anos, 250 anos a mais do que toda a história do Brasil, por exemplo, de 711 a 1492. Você não diria que até o canto lamentado do flamenco transparece um forte rastro das mil e uma noites?
O legado dos califas é composto também de maravilhas arquitetônicas, como a fortaleza Alhambra, em Granada, a Mesquita de Córdoba e a Giralda, o campanário da catedral de Sevilha, sua cidade mais vibrante.
E agora, voltando à questão invernal. A Sierra Nevada, onde fica uma das estações de esqui mais badaladas do país, fica a um pulinho de Granada. Ou seja: dá pra curtir um inverno sem frio no pé da montanha e fazer uma esticada com esqui e neve o que, convenhamos, é o grande tchans do inverno.
Em que outro lugar da Europa você conseguiria fazer essa dobradinha calorzito-esqui?
Te convenci? Pois no próximo post te ajudo a organizar a viagem.
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DICAS PARA CURTIR O INVERNO NA ESPANHA