El Nido, nas Filipinas: o lugar mais bonito do mundo?
Sei que sou dada a exageros. Hipérboles e arroubos de amor por certos lugares são comigo mesmo. Mas, ainda que pronuncie um número tão elevado de “o melhor do mundo” ou “o mais bonito do mundo”, a ponto de já ter perdido algo de credibilidade perante meus amigos, familiares e leitores, dessa vez juro que é muito sério: El Nido, no extremo norte da ilha de Palawan, nas Filipinas, é o lugar mais bonito do mundo.
Ou melhor, El Nido, uma cidadezinha simpática espremida entre o mar e penhascos rochosos altíssimos, é a porta de entrada para um mundo encantado chamado arquipélago de Bacuit, onde ficam os lugares que realmente interessam.
Vocês provavelmente viram o filme “A Praia”, com o galã-ursinho-de-pelúcia Leonardo di Caprio, certo? A tal da praia usada como cenário fica nas ilhas Phi Phi, na Tailândia (clique aqui para ler o que escrevi sobre Phi Phi – não estranhe se encontrar a expressão “lugar mais bonito do mundo” por lá — quando andei por aquelas bandas). Mas o livro de deu origem ao filme foi inspirado na Secret Beach, uma praia inacreditável à qual se tem acesso através de um buraco submarino, que conduz a uma lagoa absurdamente cristalina, cercada por rochas altíssimas e abençoada com uma faixinha de areia branca como açúcar.
Ainda não estou bem certa se estive lá ou se foi uma alucinação.
Se nas ilhas Phi Phi o turismo de massa tira um pouco da aura do lugar (prometo que não estou exagerando: a tal da “A Praia” está sempre mais cheia do que Copacabana em domingo de sol), em Bacuit acontece o contrário. Você pode facilmente ter o paraíso só para você fretando um barquinho de pescador (por uns 25 euros), ou dividi-lo com um número reduzido de pessoas se optar por um passeio em grupo (os barcos costumam levar meia dúzia de pessoas ou um pouco mais, enquanto na Tailândia geralmente comportam pelo menos o triplo de passageiros).
Os passeios de barco duram o dia inteiro e param em cinco ou seis lugares, sempre com bastante calma (mais uma vez: alô, alô Tailandeses, acordem!). E incluem um almoço com churrasco de peixe (o nosso estava sempre delicioso).
As praias absolutamente deslumbrantes, com areia de talquinho e mar impecavelmente cristalino e acima de tudo adornadas por pedras que apontam ao céu, esculpidas em formas delirantes pela passagem de milhares de anos.
A partir de um dado momento tanta beleza chega a deixar você meio tonto. Não é à toa que, depois do segundo dia, começamos a brincar com o nosso barqueiro. “Por favor, eu imploro, me leve a uma praia feia, eu preciso ver uma praia feia”.
Nossas preces não puderam ser atendidas.
PS: As imagens não fazem jus à beleza do local, que considero infotogravável (bom, quem sabe o Marco Pomarico pudesse dar um jeito nisso…).