A louquíssima sorveteria N2, na Austrália
A fila na porta é longa – dizem que já chegou a 4 horas. Câmeras em punho. Porta adentro, o espetáculo começa.
O quadro negro da sorveteria N2 de Melbourne diz:
PREÇO
1 bola: a partir de US$ 6
2 bolas: você não precisa disso
Não há uma vitrine refrigerada com vários sabores em exibição. Isso porque nenhum sorvete fica pronto antes do momento X. Caramelo com sal? Então uma mistura líquida feita de ingredientes “de verdade” (sem corantes e outros aditivos) e que não poupam calorias é introduzida numa máquina que poderia estar em qualquer laboratório cientifico. Os enormes cilindros de nitrogênio líquido entram em ação. A fumaça domina o ambiente e, diante dos olhos, o caldo dourado se transforma num sorvete a 6 graus Celsius negativos.
O samba do sorveteiro doido saiu do tamborim de Min Chai, um ex contador entediado que trocou as planilhas pelos cilindros de nitrogênio. Bombou.
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Bolas de chocolate são espetadas com seringas de caramelo líquido. A casquinha pode ser preta. Tudo pode, aliás. Até grudar um absurdo donut em cima do MEU sorvete e cobri-lo com pipoca. Acho que nunca comi nada tão subversivamente gordo, cremoso e obscenamente laricoso.
Não é à toa que a sorveteria se define como uma especialista em “extreme gelato”. É o MMA da sorveteria, a fina do flor do vale-tudo, capaz de fazer um italiano purista cortar as veias em praça pública (ou chafurdar sigilosamente numa bola de ervilhas com wasabi – oh, yeah! Isso existe). Oreo com cream cheese! Morango com chile! Tequila! Doritos (juro por deus). O céu é o limite e os sabores variam diariamente e os clientes podem sugerir sabores através do site. Se joga!
** A unidade de Melbourne fica no bairro-delícia de Fitzroy. Em Sydney, a sorveteria fica no centrão da cidade, na Dixon Street, em Chinatown.
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