Toronto: passeios, restaurantes e outras dicas
Toronto não foi pisada pelo salto das sexy in the city, tampouco dispõe de uma Times Square. Mas tem cheiro de Nova York. Mais de 140 etnias deram origem à metade de seus 2,9 milhões de moradores, que, somados aos 25 milhões de turistas que anualmente desembarcam na capital da província de Ontário, condimentam um maple syrup de sotaques e feições.
A atmosfera está nas largas vias como a York Street, na reluzente e movimentada noite e nos prédios modernosos avistados logo na saída da centralíssima Union Station, de onde se chega ao melhor da cidade a pé.
Ao lado da estação, eis o Scotia Bank Arena, cover do nova-iorquino Madison Square Garden, ambos palcos de grandes shows e jogos dos times locais de basquete e hóquei – ali, respectivamente, Raptors e Maple Leafs. Nesse complexo há uns empórios com bebidas carinhas.
Melhor esticar assuntos etílicos na saída, no Real Sports Bar, lugar em que é praticamente impossível não enxergar um telão – são centenas deles. Durante o dia é mais fácil garantir um posto para provar as asinhas de frango com toque tailandês.
Dali, a muvuca boa de gente, que nos faz se sentir em Manhattan, vai via Bremner Boulevard até uma teia de atrações para todos os perfis. É o caso do Ripley’s Aquarium; do Rogers Centre, estádio de baseball com teto retrátil; da cervejaria ecosister Steam Whistle; do lúdico Toronto Railway Museum; e, claro, da CN Tower, a torre de telecomunicações que ilustra os cartões-postais da cidade. Já tendo integrado lista de maiores torres do mundo com seus 553 metros de altura, ela propõe a malucos o EdgeWalk, uma caminhada amarrado por uma corda em uma passagem de 1,5 metro.
Em uma cidade com mais de 7 mil restaurantes, dá pra fazer agrados ao estômago em toda parte. Quem gosta dos aromas e sabores dos mercadões vai apreciar o St. Lawrence. Instalado num dos prédios mais antigos de Toronto, velha sede da prefeitura, ele concentra um fluxo arretado de gente – e impressiona a quantidade de bikes que se aprochegam.
Entre os mais de 120 estabelecimentos está o Carousel, que serve o típico sanduíche de bacon peameal – lembra pernil. Outra boa parada é a Future, onde se conhece o butter tart, tortinha que está para os torontonianos como a de maçã está para os nova-iorquinos.
Ainda na área central, o bairro mais moderninho é o West Queen West. O ouro está na Queen Street. Ali passam os bondes que nos deixam na Horseshoe Tavern, templo roqueiro icônico que já recebeu Rolling Stones, Ramones e The Police. Fica na mesma rua do Sonder The Beverley.
Depois do check-in, é vagar um pouco e deparar com grafites, entre eles sátiras a Rob Ford, o ex-prefeito que foi flagrado fumando crack. E ainda dizem que os canadenses são certinhos. Se quiser um dia guiado (em inglês), procure a Tour Guys.
Obrigatorium estPath – Subterrâneo, o shopping tem 200 lojas. Antes de se jogar nas compras, saiba que cada dólar canadense vale quase como o americano. Kensington Market – Purista a ponto de proibir franquias como a Starbucks, a vizinhança de imigrantes reúne artistas de rua e povo cool que vai curtir os cafés e comprar roupas em brechós. Royal Ontario Museum – O maior museu do país é lar de um dos grandes acervos mundiais sobre história natural. Outlets – Dois se sobressaem: o Premium e o Vaughan Mills. |
Cataratas do Niágara
Na fronteira com os Estados Unidos, Niagara Falls tem (claro) as cataratas e um charmoso polo vinícola
Por Rosana Zakabi
As cidades gêmeas, fronteiriças, de Niagara Falls – uma nos Estados Unidos, a outra no Canadá – dividem o nome de batismo e uma das atrações mais famosas dos dois países. Extensas e volumosas, elas ocupam uma área imensa, separada da área urbana por um calçadão.
De onde quer que você esteja é possível vê-las despencando uma quantidade de água impressionante – o equivalente a mais de 1 milhão de banheiras por segundo. Em alguns pontos, elas estão tão próximas da via que provocam uma “chuva” contínua. Um jeito interessante de apreciá-las é a bordo do barco Maid of the Mist. Alternativas legais são o observatório Skylon Tower e a roda-gigante Clifton Hill Skywheel.
Localizada a 130 quilômetros de Toronto, a Niagara Falls canadense possui alguns hotéis e cassinos cheios de néon – glamour zero. A melhor pedida é pernoitar em Niagara-on-the-Lake, principal polo vinícola do país, a apenas 26 quilômetros dali.
A maioria das vinícolas é aberta à visitação e tem restaurante, entre elas a Inniskillin, na qual é possível degustar bebidas, como a icewine, o vinho de sobremesa feito com uvas congeladas, e a Château de Charmes, que serve comida caseira.
Road trip de Toronto a Halifax
20 dias, 13 cidades, 3 050 quilômetros rodados. Minha aventura a bordo de uma motorhome
Por Rosana Zakabi
Quando decidimos embarcar numa motorhome pelo Canadá, a ideia que eu tinha da viagem era a de acampar no meio de florestas, lagos e animais selvagens, assando marshmallows numa fogueira, tal qual nos desenhos do Zé Colmeia. Quer saber? É exatamente assim.
Foram três meses de planejamento. O primeiro passo era definir o trajeto para um período de 20 dias. Elegemos o trecho entre Toronto, em Ontário, e Halifax, na Nova Escócia, leste do país. Com isso, conseguiríamos conhecer os pontos principais desse lado do Canadá (Ottawa, Montreal, Quebec), sem passar o dia inteiro na estrada – daria uma média de 300 quilômetros de percurso a cada dois dias.
Definido o trajeto, o passo seguinte foi alugar a motorhome. Fechamos com a CanaDream, e escolhemos a Super Van Camper, com sala, quarto, banheiro e cozinha equipada. Por último, fizemos reserva nos campings que iríamos pernoitar.
No total, percorremos 3.050 quilômetros. Qualquer pessoa que dirige no Brasil consegue manejar uma motorhome. Mas o veículo é grande, do tamanho de um micro-ônibus, e é preciso ter cuidado redobrado para não bater no carro ao lado. Bem, eu não quis arriscar e quem se encarregou de dirigir foi o Wilson, meu marido.
A mim coube ficar com as tarefas domésticas, incluindo arrumar a cozinha a toda hora – é preciso guardar tudo antes de pegar estrada; se tiver um copo em cima da pia, na primeira curva, ele se estraçalha no chão.
Os locais para estacionar a motorhome geralmente ficam fora da cidade. Há desde estacionamentos à beira da estrada até campings com recreação e dentro de parques nacionais. Cada “quadrado” destinado ao RV inclui uma tomada (para recarregar a energia do veículo), uma torneira (para encher o reservatório das pias, do vaso sanitário e chuveiro) e uma fossa (para deixar os dejetos do banheiro). E, pelo caminho, existem ótimos hipermercados para abastecer a despensa.
Sai mais barato viajar de motorhome do que fazer a viagem convencional. Afinal, não há despesas com hotel, traslados ou refeições em restaurantes. Mas isso não quer dizer que seja uma viagem econômica. Há gastos com locação do veículo, combustível, diárias nos campings e compras de supermercado.
Colocando na ponta do lápis, o preço é o mesmo que o de uma viagem com carro alugado, parando em motéis de beira de estrada. Mas, para quem tem espírito aventureiro, essa é uma experiência inigualável.
Só a bordo de uma motorhome é possível dormir e acordar no meio da natureza bruta, com muito mais conforto que o de uma barraca de acampamento. Ainda hoje, meu filho Marcelo, de 3 anos, vê as fotos da viagem, abre um sorriso e fala: “Nossa casa-caminhão!” Essa é a parte mais compensadora de todas.
Guia VT
Língua
Inglês.
Saúde
Para entrar no Canadá, nenhuma vacina é obrigatória.
Quando ir
O verão é divertido em Toronto, com muitos eventos culturais e dias longos. O inverno é muito rigoroso, mas a cidade vai à loucura com a temporada de hóquei.
Documento
O visto é exigido. Quem possui visto de turismo para os Estados Unidos pode solicitar o eTA (eletronic Travel Authorization, autorização eletrônica de viagem)