São Sebastião
Em 20 de janeiro de 1502, a frota do navegador Américo Vespúcio passou pela costa paulista avistando belas extensões de areia rodeadas por ilhas e o paredão verde da Serra da Boiçucanga. Era o dia de São Sebastião, e os exploradores batizaram a região com o nome do santo. A Vila de São Sebastião foi fundada em 1636, época em que cresceu com o porto de escoamento do ouro de Minas Gerais para Portugal. Mais de 400 anos depois, as maiores riquezas de São Sebastião estão na natureza.
Com 100 quilômetros de orla rodeada por Mata Atlântica, vegetação preservada do Parque Estadual da Serra do Mar, São Sebastião é o trecho mais badalado do litoral paulista. As praias, a maioria com hotelaria de peso e bons restaurantes, se desenvolveram e ganharam vida independente do Centro da cidade.
Todas as praias são ligadas pela sinuosa Rio-Santos, que revela paisagens surpreendentes. Cambury, Juquehy, Baleia e Maresias são as estrelas daqui, mas há outras também belíssimas e com clima low profile – casos de Barra do Uma e Paúba, boas para surfistas, Barra do Sahy e Toque-Toque, menos badaladas e tranquilas, boas para casais e famílias.
COMO CHEGAR
Para ir ao Centro de São Sebastião ou às praias que ficam ao norte, saindo de São Paulo, pegue a Rodovia Ayrton Senna-Carvalho Pinto (SP-070) até o trevo de São José dos Campos e vire à direita na Rodovia dos Tamoios (SP-099). Ao final, tome a Rio-Santos (SP-055) no sentido sul (para Santos). São mais 25 km até a cidade. Se o destino são as praias ao sul de Paúba, a melhor opção é descer ao litoral pela Mogi-Bertioga (SP-098) e pegar a Rio-Santos (no sentido norte), evitando assim os trechos mais sinuosos dessa estrada. Uma dica: se você parte da Zona Sul da capital paulista, o melhor é ir pelaRodovia dos Imigrantes, tomar a saída para Bertioga e seguir pela Rio-Santos.
COMO CIRCULAR
As praias estão distribuídas em 100 km de litoral, desde Boraceia, ao sul, até Pontal da Cruz, na divisa com Caraguatatuba. A Rio-Santos (SP-055) é praticamente a única ligação entre elas. No verão, congestionamentos são certos em Juqueí, Camburi e Maresias (hospedar-se perto da praia pode fazer a diferença). A melhor forma de circular é de carro, mas os ônibus da Ecobus (0800-771-0271) percorrem boa parte das praias. Além do Centro, há boa estrutura de serviços em Boiçucanga.
ONDE FICAR
Há boas hospedagens por toda São Sebastião. Porém, cada trecho tem um perfil diferente. Os quartos em Boraceia e Juquehy são ocupados por famílias; em Maresias e Cambury, há a galera do surfe e muitas pousadas charmosas. E todos se encontram em Barra do Sahy e Camburizinho. Una tem pousadas com estrutura náutica e Boiçucanga reúne o público mais descolado. E para fugir do movimento, Paúba e Toque-Toque Grande e Pequeno são boas pedidas.
Com localização mais reservada, ou próximo a coqueirais ou com estrutura confortável, as hospedagens Juquehy Praia, Pousada Alcatrazes, Pousada Azul Maria, Nau Royal, Juquehy La Plage, Paradiso Al Mare, Beach Hotel Maresias e Vistabela Resort tem as diárias mais altas da região.
Outras boas opções de hospedagem, mas com preço mais baixo, são a Villa Bebek, Villa Manakás, Ciribaí Praia, Canoa, Pousada Portal do Cacau, Pousada Montão do Trigo, Pousada Tambaya e Pousada Araras. O albergue Maresias Hostel é bem econômico, com diárias até R$ 200.
ONDE COMER
Juquehy, Cambury e Camburizinho são as praias mais gourmets de São Sebastião. Nesta última fica o estrelado Manacá, melhor restaurante do litoral paulista. Mesmo nos estabelecimentos de cozinha variada, o cardápio costuma contemplar uma boa seção de pescados. É o caso do Acqua, em Cambury, que impressiona pela vista para o mar. Na principal avenida de Juquehy, os vizinhos Chapéu do Sol e Badauê aproveitam para cobrar caro pela localização pé na areia.
SUGESTÕES DE ROTEIRO
2 dias – O ideal é ficar em um único local: escolha o destino que mais combina com seu perfil. Em família, Juquehy, Boiçucanga e Paúba têm boa infraestrutura. Maresias e Cambury são ideais para os baladeiros. O Sertão do Cambury é um refúgio para quem quer sossego. As duas Toque-Toque são bonitas, boas para namorar. Cambury e Camburizinho merecem a atenção dos gourmets: têm bons restaurantes, liderados pelo estrelado Manacá.
4 dias – Dá tempo para explorar outras praias: a bem preservada Jureia e a vizinha Do Engenho, ou a isolada e selvagem Brava. Em Barra do Una, um rio de águas mansas encontra o mar, formando uma porção de areia banhada dos dois lados. A da Baleia, onde predominam os condomínios luxuosos, é boa para caminhadas com as crianças. Vale almoçar no Acqua, em Cambury, para aliar a qualidade da cozinha à magnífica vista para o mar.
7 dias – É tempo suficiente para explorar outras atrações da Serra do Mar. As cachoeiras do Ribeirão do Itu e de Cambury têm bonitas quedas e poços para banho. O passeio de lancha é o melhor do litoral paulista: passa pelas ilhas Montão do Trigo, das Couves e As Ilhas. Mais radical: batismo de mergulho com cilindro no Montão do Trigo; aulas de surfe na Praia da Baleia e de kitesurfe na Praia do Pontal da Cruz.
QUANDO IR
Entre o Ano-Novo e o Carnaval, hotéis e pousadas cobram caro e ficam lotados. Há ainda congestionamento e chuva. As temperaturas continuam elevadas até abril, porém com menos umidade e preços mais baixos.