Entre vales e montanhas a oeste dos Pirineus, espremidos na fronteira entre França e Espanha junto ao Golfo de Biscaia, um povo misterioso resistiu por milênios às ondas de conquistadores romanos, celtas, francos, muçulmanos, visigodos e quem mais viesse. Preservaram sua língua, seus ritos e boa parte da cultura. São orgulhosos desse passado e lutam por sua autonomia e identidade. Os bascos são donos de uma cultura singular, que confunde antropólogos, linguistas e, é claro, estadistas interessados em dominar seu território. O último a tentá-lo de forma mais veemente, o general Francisco Franco, tentou varrer do mapa essas características – tal como tentou na Catalunha e Galícia –, fazendo com isso crescer um movimento de resistência mais engajado e violento, o Euskadi Ta Askatasuna, o ETA (Terra Basca e Liberdade). Hoje, mais pragmáticos e menos preocupados com movimentos separatistas, os bascos visam os benefícios de uma Europa unida e mais cosmopolita. Se os instintos primitivos ainda afloram nas festas de San Fermines, em Pamplona, a face vanguardista é defendida no espetacular Museu Guggenheim de Bilbao, nos surfistas em Mudanka e nos celebrados Festival Internacional de Cinema e Festival de Jazz, ambos em San Sebastián.
COMO CHEGAR
Pamplona, capital de Navarra, é o ponto de conexão entre as regiões do País Basco. Há voos de Madri e Barcelona para a cidade, que aterrissam no Aeropuerto de Noaín. Há também trens fazendo a ligação com a capital da Espanha.