Atualizado em julho de 2019
Montreal é a metrópole que representa as duas metades da alma canadense: a inglesa e a francesa. Segunda maior cidade de língua francesa do mundo depois de Paris, Montreal é também a capital do bilinguismo: seus moradores trocam do francês para o inglês com uma facilidade impressionante. Há bairros em que o inglês predomina e locais nos quais o francês é mais usado, mas em toda parte é possível encontrar pessoas que falam os dois.
Até quem não aprecia Beatles se lembrará de Lennon e Yoko em 1969, submetidos a um tiroteio de flashes na cama do Fairmont The Queen Elizabeth, em Montreal, em protesto contra a barbárie no Vietnã. Atitude congruente com o espírito da principal cidade da província de Quebec, com gente mais descolada do que se vê Canadá afora.
Trata-se de uma ilha interligada a ilhotas com 4 milhões de moradores, que ocupam os espaços públicos de acordo com as estações do ano: no verão, ao longo dos seus 500 quilômetros de ciclovias, em piscinas, praças com wi-fi grátis e parques; no inverno, engalfinhados nos 33 quilômetros de ville souterraine, túneis conectados ao metrô, com lojas e restaurantes que protegem os montrealers durante quase seis meses de neve.
Daí que a melhor época para visitar a cidade é entre abril e novembro. No resto do ano, não dá pra ficar na calçada mais que meia hora. Se você estiver por lá nessa época, e querendo se manter no nível do solo, uma saída é ficar saltando entre os estabelecimentos com calefação. Sobretudo os gastronômicos: Montreal é o segundo município da América do Norte em restaurantes per capita, atrás de Nova York.
Visite a Vieux-Montreal, região turisticassa e com edificações como a neogótica Basilique Notre-Dame, com mais de mil estrelas de ouro temperando um teto azul – só tenha paciência com a muvuca.
Uma boa parada é o Schwartz’s – a não ser que você seja veggie (não é o caso de Celine Dion, uma das donas) e não queira o pão de centeio com carne defumada. Fica no Boulevard Saint-Laurent, onde também se prova o deveras típico e não menos turístico poutine (batata frita com molho) do Patati Patata.
Boa em comida, excelente em arte. Onde mais se ganha dinheiro com esta última é no Mile-End e no Plateau Mont-Royal, bairros em revitalização e cheios de galerias.
Já no Parc du Mont-Royal, ponto de esqui no inverno cujo morro deu nome à cidade, os domingos à tarde pulsam com o Tam-Tams, evento em que o povo leva todo tipo de treco pra batucar em sincronia como espadachins.
Também na região central, o eixo Quartier des Spectacles-Quartier Latin recebe festivais de rua: são uns 200 a cada ano, efervescência pura nos de jazz (julho), de moda e de cinema, ambos em agosto.
Pra turma alternativa, o pedaço guarda lugares que fervem, como o roqueiro Foufounes Électriques, cheio de tatuados que flertam com o punk e bebem rum. E ainda o Gay Village, reduto LGBTQ, com cafés, butiques e restaurantes no fim do arco-íris. É tanta coisa que se torna irrelevante contar que o Cirque du Soleil nasceu em Montreal.
Experiências Obrigatórias
– Uma visita ao Parc du Mont-Royal;
– Assistir a uma partida do time de hóquei no gelo Montreal Canadiens;
– Explorar os museus e atrações do Parque Olímpico;
– Desfrutar da gastronomia fusion da cidade, um cruzamento de influências inglesas, francesas e nativas.
Fica perto de algumas das atrações mais visitáveis da cidade. Caso da Torre de Montreal, a inclinada mais alta do mundo, cujo topo é acessado por funicular; do Planetário, inaugurado em 2013; do Jardim Botânico, com 22 mil espécies de plantas do planeta todo; do Insetário, com besouros gigantes; e do Biodôme, que reconstitui os diferentes climas e detém bichos como o nosso mico-leão-dourado, todos no Espace pour la vie (https://espacepourlavie.ca/).
Sua veia esportiva vai pulsar mais em uma visita ao Parque Olímpico (https://parcolympique.qc.ca/), onde rolaram os jogos de 1976, e ao Estádio Saputo, casa do Montreal Impact, que disputa a liga americana do nosso futebol
Parede é tela no Plateau Mont-Royal
Guia VT
Onde ficar
O Fairmont é o hotel onde John Lennon e Yoko tiraram as famosas fotos – na suíte 1742. O Delta fica no Quartier des Spectacles e o Alternative Backpackers tem café orgânico.
Onde comer
Não perca o Schwartz’s, uma típica charcuterie de rua, e o Patati Patata, cujo hit é o poutine. À noite, vá ao Distillerie, que tem mais de dez drinques com vodca, e ao Foufounes Électriques.
O que fazer
Na região de Vieux-Montreal está a neogótica Notre-Dame, xará da igreja de Quebec. Se o frio apertar, compre um bom casaco na La Baie.
Saúde
Para entrar no Canadá, nenhuma vacina é obrigatória.
Línguas
Francês e Inglês.
Quando ir
Todas as estações do ano apresentam seus atrativos, dos agradáveis períodos de outono e primavera aos longos dias de verão e muitas diversões invernais, entre dezembro e fevereiro, quando os dias são mais curtos e pode fazer muito frio.
Documento
O visto é exigido. Quem possui visto de turismo para os Estados Unidos pode solicitar o eTA (eletronic Travel Authorization, autorização eletrônica de viagem).
Por Bruno Favoretto