Maragogi tem dois grandes trunfos: um belo conjunto de recifes, conhecido como Galés, a poucos quilômetros da costa; e águas verde-esmeralda que podem lembrar as do Caribe. O resultado? Uma generosa quantidade de piscinas naturais perto da orla.
Como a cidade fica há menos de 90 quilômetros de Porto de Galinhas e a 140 quilômetros de Recife e de Maceió, muita gente vem apenas para passar o dia. Mas o bate e volta não costuma valer a pena: de Recife e de Maceió são cinco horas para ir e voltar. E mesmo partindo de Porto de Galinhas, a um hora e meia de viagem, corre-se o risco de chegar e a maré não estar propícia para fazer o passeio até as piscinas naturais (falaremos sobre tábua de marés um pouco mais abaixo).
Além disso, quem dorme em Maragogi encontra uma ótima infraestrutura hoteleira, que compensa a ausência de bons restaurantes com diárias que não raro são all-inclusive (inclui refeições, petiscos, bebibas e até frigobar), pensão completa (três refeições ao dia) ou meia-pensão (o café da manhã e geralmente o jantar).
GALÉS DE MARAGOGI E TÁBUA DE MARÉS
Catamarãs avançam seis quilômetros mar adentro até chegar às Galés de Maragogi, piscinas naturais formadas pelo recifes, onde ficam ancorados por cerca de duas horas. Em meio a muitos turistas, a diversão é mergulhar para ver os peixinhos coloridos nas águas cristalinas.
É importante ter em mente, porém, que as formações só podem ser visitadas durante a maré baixa, o que não ocorre todos os dias. Tampouco nos mesmos horários: os passeios geralmente acontecem entre 6h e 14h30, mas a cada dia o momento ideal para conhecer as Galés acontece 40 minutos mais tarde que no anterior.
Para não voltar de Maragogi frustrado, não embarque em nenhum passeio sem antes consultar a tábua de marés na recepção do seu hotel ou nos sites do Climatempo e do Maragogi Online. Veja a hora em que a maré estará no nível mínimo (mais próximo do zero) e programe a saída para no máximo uma hora antes, de forma que você chegue às piscinas no momento que elas estiverem o mais secas possível. Como já foi dito, o ideal é que a maré esteja o mais próximo de zero e, no máximo, 0,5 – acima disso o passeio não valerá a pena.
Saiba que as piscinas estarão em sua melhor forma nas luas nova e cheia, quando o fenômeno oscila de forma mais radical. Nas luas crescente e minguante, as marés variam menos e as piscinas ficam mais profundas e menos transparentes.
As águas azuis de Maragogi formam outras piscinas naturais, como as de Taocas e Barreiras de Peroba. Tão belas quanto as Galés, mas menos exploradas, elas são uma boa pedida para evitar as multidões. Outra alternativa ainda pouco conhecida é a Croa de São Bento, que é praticamente uma praia que se forma em alto mar a poucos minutos de jangada da praia de São Bento.
MELHORES PRAIAS E OUTROS PASSEIOS EM MARAGOGI
Dentre as praias mais bonitas de Maragogi figuram as de Antunes e Barra Grande, mais tranquilas e com uma cor de mar surreal, digna de Caribe. A sete quilômetros ao norte do centrinho, o acesso é pela rodovia AL-101, sentido Recife.
Quando a maré está em seu nível mais baixo, é possível andar vários metros mar adentro com a água batendo na canela em Antunes. Mais impressionante é Barra Grande: quem estiver com pique, pode caminhar um quilômetro adiante pelo mar, na passagem conhecida como Caminho de Moisés, até um banco de areia no meio do oceano, com água quentinha e transparente, redes para tirar foto, bares flutuantes e barcos que servem comida. Fique sempre atento ao horário das marés e certifique-se de retornar antes que a água suba. Também é possível chegar até lá de lancha em passeios combinados com as piscinas naturais. Independente da sua escolha, aqui, mais uma vez, a dica é consultar a tábua de marés (saiba mais acima).
A lista de praias continua com Bitingui, Ponta do Mangue, do Xaréu, Japaratinga, que tem um centrinho próprio, e Peroba. Nesta última, barqueiros levam turistas às Barreiras de Peroba – o valor é negociado no local.
Mistura de bicicleta e caiaque, as chamadas bikes aquáticas permitem flutuar sobre os corais e os peixes coloridos que caracterizam Maragogi sem danificar o seu ecossistema. O negócio, que virou febre na cidade, foi idealizado pela Porto do Sol, que aluga o equipamento e faz passeios guiados rumo à barreira de corais a partir da praia de Ponta do Mangue. No vídeo a seguir, produzido pela VT e pela Meta, Moacir Souza, dono do negócio, fala mais sobre os passeios, os melhores trechos de praia e dá uma dica certeira para você jamais se frustrar no passeio das piscinas naturais:
A partir das 17h, a Feira de Artesanato ocupa o calçadão da praia principal de Maragogi. E, falando em artesanato, faça a Trilha do Visgueiro (82/99113-8299), uma caminhada de duas horas que passa por cachoeiras e pela Associação Mulheres de Fibra, que reúne artesãs que confeccionam peças com fibra de bananeira.
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Com mais tempo à disposição, aproveite para dar uma esticada até São Miguel dos Milagres, onde fica a Praia do Patacho e o Santuário do Peixe-boi Marinho. Por lá, também é possível fazer o passeio pelas piscinas naturais do Toque, menos exploradas – mas sempre olhe a tábua de marés antes. Você pode chegar até lá fazendo a travessia de balsa (10 minutos) pela Praia do Pontal.
Outro destino perfeito para conhecer em um bate e volta saindo de Maragogi é a Praia dos Carneiros, em Pernambuco, que além do mar perfeito guarda uma fotogênica igreja à beira-mar. O percurso de carro leva cerca de uma hora e as variações da maré não afetam o passeio porque o barato é o banho de mar na beirinha.
SALINAS MARAGOGI, GRAN OCA E OUTRAS HOSPEDAGENS EM MARAGOGI
Quando a maré sobe e não há passeios para as galés, a cidade de Maragogi volta à calmaria. Menos em um lugar: o Salinas Maragogi, resort que há mais de trinta anos está entre os queridinhos das famílias. Um dos motivos é a gratuidade para crianças de até doze anos hospedadas no mesmo quarto dos adultos. Outro é o sistema all-inclusive, com bebidas, petiscos e frutos do mar à vontade.
Como ele fica a 135 quilômetros do aeroporto de Maceió e a 125 quilômetros do de Recife, muita gente vai por Pernambuco. Seu trunfo é a localização, em um terreno frondoso cortado pelo Rio Maragogi e a poucos minutos de caminhada da vila – o que também faz com que a praia em frente receba muita gente de fora.
Há muito o que fazer o tempo todo, sempre embalado por uma animadíssima equipe de recreadores. O Salinas aproveita muito bem a praia e o rio: o setor náutico lista atividades como mergulho, banana boat, windsurfe, caiaque e stand-up paddle (cobrados à parte).
O resort também tem uma área mais radical, com slackline, arvorismo, ou melhor, “coqueirismo”, e uma tirolesa que despenca em direção ao Rio Maragogi. Crianças a partir de quatro anos se divertem no playground e no kid’s club bem equipado – para os menores, há serviço de babá. Por fim, uma agência instalada no hotel organiza passeios às Galés e saídas de mergulho, facilitando a vida do hóspede.
Outro resort que se destaca entre as famílias é o Grand Oca, que é pé na areia e fica no melhor trecho da praia. Para as crianças, há recreadores à disposição e um playground aquático. Para os adultos, a pedida é descansar na enorme piscina, que começa próxima da recepção e termina 400 metros depois, quase na praia. Ao seu lado, um jardim cheio de coqueiros abriga os bangalôs e as alas de quartos. À noite, os casais procuram o jantar à luz de vez do restaurante Ix’u, cujo ponto forte são as lagostas.
Na Praia do Camacho, uma das menos conhecidas de Maragogi, boa opção para os casais é o Praiagogi Boutique. Superfofos, os quartos têm decoração em tons claros e, ao chegar, recadinhos no espelho e pétalas na cama. Os dilemas serão explorar a região, nadar na piscina azulzinha ou lagartear nos mega gazebos pé na areia. Para completar, o restaurante Tuyn serve cozinha fusion. Apenas adultos são aceitos da propriedade principal, mas duas casas adiante fica a Pousada Little Praiagogi. Em seus três quartos, crianças não só são bem-vindas como também há serviço de babá até as 21h (incluído na diária).
Ao lado do Salinas, a Pousada Camurim Grande também é cortada pelo Rio Maragogi, mas fica em um trecho da praia com pouco movimento. As acomodações estão bem-espaçadas dentro de um terreno com muitos coqueiros, mangueiras e cajueiros, o que garante o clima intimista.
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Se você busca luxo despojado, serviço e muito conforto, considere a lindíssima Anttunina Pousada, no trecho mais bonito da orla, na Praia do Antunes.
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O all-inclusive Japaratinga Lounge Resort inaugurou em 2018 com uma proposta mais sofisticada, tanto em termos das comidas e bebidas quanto na decoração dos quartos e áreas comuns. São 2.500 m² de piscinas, incluindo uma aquecida, mas é importante ressaltar que o hotel não é pé na praia: uma estrada e um gramadão o separam da praia.
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Também fica na região a Pousada do Alto, que tem o melhor ângulo para admirar as cores do mar e as piscinas naturais do município vizinho de Japaratinga – especialmente da piscina, de borda infinita. Livros de arte, esculturas e cerâmicas decoram o ambiente.
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Perto dali, o Venezia Tropicale dispõe de quartos com rede na varanda.
A Pousada Marahub tem a vantagem de estar perto do ponto de partida dos passeios de catamarã. De areia branca e águas transparentes, a Praia do Burgalhau é o endereço do Praia Dourada, com meia-pensão. Ainda mais afastada, na Praia de Barreiras do Boqueirão, a Pousada Vila de Taipa tem espreguiçadeiras na beira da praia e uma pequena piscina com uma bela vista do mar.
Veja outras opções de hospedagens em Maragogi
ONDE COMER EM MARAGOGI
Maragogi não é uma força gastronômica, motivo pelo qual muitos resorts, hotéis e pousadas incluem meia-pensão, pensão completa ou são all-inclusive. Não à toa, as melhores mesas ficam dentro de hospedagens que exigem reserva de quem não estiver hospedado. É o caso do Tuyn, na Praiagogi Boutique Pousada, com cardápio que mescla influências asiáticas e brasileiras; do Camurim Grande, na pousada homônima, especializado em frutos do mar; e do Caiuia, dentro da Estalagem Caiuia, com sua famosa cozinha aberta onde os comensais observam o cuidado no preparo dos pratos. No município vizinho de Japaratinga, a pousada Venezia Tropicale também funciona como um restaurante italiano com foco em frutos do mar – o espaguete com lagosta e camarão serve bem três pessoas. No centrinho de Maragogi, não deixe de provar a Tapioca da Martha, preparada por uma boliviana que adotou o litoral alagoano.
QUANDO IR PARA MARAGOGI
A melhor época para visitar Maragogi é de outubro a janeiro, meses com o tempo mais firme. Entre abril e agosto há mais chances de chuvas, o que pode prejudicar a visibilidade nas piscinas naturais. É muito importante programar a visita durante a maré baixa, requisito necessário para os passeios até as Galés (saiba mais acima). Entre setembro, o Festival da Lagosta celebra o nobre fruto do mar em pratos e petiscos criados pelos hotéis e restaurantes da região.
COMO CHEGAR EM MARAGOGI
Maragogi está a 140 quilômetros de distância de Maceió e também de Recife. De carro, quem chega por Maceió pega um trajeto simples, mas as rodovias mudam de sigla, o que pode atrapalhar um pouco. Siga pela AL-101 até a Barra de Santo Antônio, depois pela AL-413 até São Luís do Quitunde, AL-105 até Porto Calvo, AL-465 até Japaratinga e, finalmente, AL-101 até Maragogi. De Recife, a saída é pela BR-101.
COMO CIRCULAR POR MARAGOGI
Uma van sai do centro e percorre a AL-101, passando pelas praias no sentido sul e norte – menos Bitingui, Barreiras do Coqueirão, Boqueirão e do Pontal. Outra opção para conhecer as praias da região é fazer um passeio de bugue ao sul ou ao norte, que passa pelos principais points e leva até quatro passageiros.