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Guaraqueçaba e Salto Morato: ecoturismo no litoral do Paraná

O centrinho, a Reserva Natural do Salto Morato e os passeios de barco que levam para a Ilha do Superagui e Paranaguá

Por Duda Vasconcellos
Atualizado em 16 mar 2024, 20h35 - Publicado em 16 mar 2024, 18h00

Uma das regiões de Mata Atlântica mais bem preservados do Paraná, Guaraqueçaba é pequena, mas esbanja atrativos naturais. Além de guardar a cachoeira e as trilhas da Reserva Natural do Salto Morato, a cidade serve como ponto de partida para a remota Ilha do Superagui e Paranaguá.

Em tupi, Guaraqueçaba significa “lugar aonde os guarás dormem” e assim já dá para imaginar que os maravilhosos pássaros vermelhos dominam a paisagem, dividindo os holofotes com golfinhos e micos-leões. Veja, a seguir, o que fazer no destino:

Guaraqueçaba
Guarás por toda a parte (Cesar Augusto Chirosa Horie/Wikimedia Commons)

Centro de Guaraqueçaba

É delicioso flanar pelo centrinho de Guaraqueçaba. A Ponta do Morretes é um camarote para assistir aos golfinhos fazendo piruetas, canoas de pescadores indo e vindo e um dos pores do sol mais lindos do Paraná.

Vale conhecer ainda Igreja de Bom Jesus dos Perdões, construída em 1838 aos pés do Morro Quitumbê. Aos fundos da construção, uma trilha de 600 metros te leva ao alto do morro, de onde se tem um visual panorâmico da cidade.

Guaraqueçaba
A Ponta do Morretes é o lugar para ver a vida passar em Guaraqueçaba (Otávio Nogueira/Wikimedia Commons)

É também na região central que se concentram os bares e restaurantes. Não deixe de experimentar os produtos locais: carne de siri, ostras e a refrescante caipirinha de cataia, feita com cachaça produzida na Ilha do Superagui. De 1962, a Mercearia Rodrigues vende a mais tradicional casquinha de siri da cidade.

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Há poucas opções de hospedagens na cidade, a principal é a Pousada do Biguá, que fica de frente para o píer e oferece piscina, café da manhã, ar condicionado e wi-fi.

Como chegar em Guaraqueçaba

Saindo de Curitiba, a viagem parece ser tranquila no começo, com início pela duplicada BR-277 em direção ao litoral. Após a descida da serra, entre no Trevo de Morretes e siga para Antonina. Vire à esquerda na PR-340 (4 km antes de Antonina) e aproveite os últimos 15 km asfaltados. A partir daí são 80 km em estrada de terra pedregosa, que vira um lamaçal na chuva. Prepare-se para três horas de viagem. A alternativa é pegar o barco que sai de Paranaguá diariamente (2h30 de viagem).

Para quem vem de São Paulo, o caminho é ainda mais longo. De carro, siga a BR-116 até Rodovia da Graciosa (pista única, curvas fechadíssimas, encare o lugar como um passeio e nem cogite em acelerar) e pegue a saída 58 via BR-116 em direção a Paranaguá. A viagem leva nove horas. Outra alternativa é ir até Cananéia (a três horas e meia da capital paulista) e de lá reservar uma viagem de barco de mais três horas até Guaraqueçaba.

Salto Morato

A Reserva Natural Salto Morato é uma área de conservação privada mantida pela Fundação Grupo Boticário. Abrangendo uma vasta extensão de Mata Atlântica, ela é reconhecida por sua diversidade biológica, incluindo espécies ameaçadas de extinção.

Para valer a pena encarar 70 quilômetros em uma precária estrada de terra, o atrativo tem que ser espetacular. Salto Morato cumpre essa função com maestria e sua dificuldade de acesso acaba sendo a razão para a sua preservação.

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Tudo o que há de difícil no acesso até lá é amenizado nas trilhas locais. A maioria delas possui passarelas de concretos recém-construídas, ideais para pessoas com dificuldades de locomoção. Ah, e tem percursos para todos os públicos, como é o caso da Trilha das Brincadeiras, pensada para crianças, mas que também garante a diversão dos adultos. Curtinha, a trilha é cheia de obstáculos: é preciso passar por dentro de um pneu, caminhar sobre uma ponte que balança, descer um escorregador, escalar uma rede de cordas e por aí vai.

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Chão lisinho e corrimão auxiliam na acessibilidade das trilhas na Reserva Salto Morato (Murilo Ruocco/Fundação Grupo Boticário/Divulgação)

Com dois quilômetros bem tranquilos, é possível chegar até uma figueira centenária, que serve de aperitivo para a atração principal: a Cachoeira Salto Morato.

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A linda Figueira do Rio do Engenho (Estúdio Anderson Mello/Wikimedia Commons)

O caminho para a queda d’água passa primeiro por um aquário natural, onde é possível nadar com uma infinidade de peixinhos. Revigorado, siga em frente pela mata. De longe, já se tem um visual e tanto para a cachoeira, que despenca de uma altura de 100 metros. Não é permitido tomar banho debaixo da queda d’água, mas as piscinas naturais formadas na base da cachoeira refrescam e garantem um super clique. Nessa hora, você esqueceu da estrada de terra e nem lembrou que vai precisar pegá-la novamente.

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cachoeira salto morato
A incrível Cachoeira Salto Morato é a grande atração (Duda Vasconcellos/Viagem e Turismo)

Birdwatchers também encontram um lugar especial para praticar a atividade – a reserva contabiliza 325 espécies de aves.

Dois dias é o tempo ideal para desbravar tudo o que a Reserva Natural Salto Morato pode oferecer. Os mais aventureiros podem pernoitar ali mesmo, em áreas de camping que disponibilizam wi-fi, banheiros e churrasqueira compartilhada. É só levar sua barraca e muito repelente! Quem quiser uma infra melhor, precisará voltar para o centro de Guaraqueçaba.

Como chegar a Salto Morato

É preciso encarar uma hora e meia de estrada de chão, mas o visual compensa o perrengue: o percurso contorna toda a baía de Guaraqueçaba.

Quem não estiver de carro pode fazer a viagem com motoristas locais que ficam na frente da Ponta do Morretes, no centro da cidade. Não se esqueça de combinar previamente a data e horário de volta. Salto Morato não tem sinal de celular e o wi-fi pode oscilar, te deixando incomunicável.

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Ilha do Superagui

Pertencente ao município de Guaraqueçaba, Superagui tem apenas 700 habitantes e reúne manguezais, praias desertas, trilhas, muitos botos e animais ameaçados de extinção, como o mico-leão-da-cara-preta e papagaio-de-cara-roxa. Carros são proibidos na ilha, mas fique tranquilo: é possível fazer tudo a pé. A trilha até a praia mais distante tem três quilômetros.

ilha do superagui
No início da manhã formam-se pequenas piscinas naturais (Alex Joukowski/Wikimedia Commons)

Aqui, é produzido o “uísque caiçara”, aguardente feita a partir das folhas da Cataia – arbusto local. Há pouquíssimas pousadas, e todas são bastante simples (veja as opções disponíveis na Booking). Vale destacar que em Superagui não há sinal de celular, farmácia e caixas eletrônicos: a ideia é desconectar e curtir a natureza.

Como chegar na Ilha do Superagui

A ilha fica a três horas de barco da cidade. Barqueiros locais fazem o trajeto – combine a ida e a volta.

Paranaguá

Reconhecida como a primeira cidade do Paraná, Paranaguá guarda o segundo maior porto da América Latina (perdendo apenas para o de Santos) e a estrutura hoteleira mais robusta entre as cidades vizinhas. Confira opções de hospedagens em Paranaguá pela Booking.

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Em contraste com a área industrial, o Centro Histórico, cortado pelo Rio Itiberê, é tranquilo, tem belas praças e 400 casarões do período colonial tombados. Vale visitar o Mercado Municipal do Café e o Aquário Marinho de Paranaguá.

Dica: de Paranaguá, é possível seguir viagem até a Ilha do Mel. Há saídas diárias e o trajeto leva duas horas. Veja aqui um guia completo da Ilha do Mel.

Como chegar em Paranaguá

Saindo de Guaraqueçaba, duas horas de barco te levam à Paranaguá. Barqueiros locais fazem o trajeto.

 

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