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Como é o Acquamotion, novo parque aquático em Gramado

As piscinas de águas termais, as estratégias para evitar o choque térmico, a alimentação e, é claro, os preços

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 12 jan 2024, 11h53 - Publicado em 25 jun 2021, 10h59
Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul (Acquamotion/Divulgação)
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Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
O Acquamotion teve a inauguração postergada devido à pandemia e abriu as portas em junho de 2021 (Bárbara Ligero/Arquivo pessoal)

Em Gramado, o inverno se desapegou do calendário para se transformar em um estado de espírito presente o ano inteiro. Ainda que viva seus momentos de glória nos meses de frio, a estrela da Serra Gaúcha há anos deixou de ser um lugarzinho charmoso para tomar vinho e comer fondue e se desdobra para gerar novidades a cada temporada. Em 2021 não foi diferente e, mesmo com a pandemia ainda em curso, o destino anunciou uma nova atração que sintetiza o objetivo de ser interessante em qualquer época: um parque aquático indoor.

Atrações inusitadas já vinham se tornando uma especialidade local. Tem museu de bonecos de cera, de carros antigos, de monumentos mundiais em miniatura, de selfies… Mas até então nada batia o Snowland, parque de neve indoor com pistas de esqui, snowboarding e tubing sob temperaturas negativas que foi fruto de um investimento de R$ 60 milhões da Gramado Parks em 2014. Passados sete anos, essa mesma empresa apostou mais R$ 100 milhões no Acquamotion, que abriu as portas discretamente no dia 25 de junho de 2021.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Visão da parte de trás do Acquamotion (Acquamotion/Divulgação)

Ingressos e gastos à parte

As duas atrações ficam bem próximas entre si, a cerca de 15 minutos de carro do centro de Gramado, e tem preços parecidos, que variam de acordo com a temporada.

Na entrada do Acquamotion, é preciso apresentar o ingresso adquirido antecipadamente pelo site. Mostrei o bilhete na própria tela do meu celular, o que foi suficiente para receber a pulseira que libera a catraca. O mesmo acessório serviria para consumir comidas, bebidas e outros produtos dentro do parque aquático, dispensando assim a necessidade de andar pelas piscinas com dinheiro ou cartão de crédito.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Na entrada do Acquamotion, visitantes formam fila enquanto funcionários checam os comprovantes de vacinação e distribuem as pulseiras (Bárbara Ligero/Arquivo pessoal)
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Usei a pulseira pela primeira vez no guarda-volumes do vestiário. O processo é bastante tecnológico e intuitivo: basta selecionar “alugar” em uma tela touch screen instalada no próprio armário e depois aproximar a pulseira a um sensor para que a cobrança seja feita. A mesma coisa vale para destrancar o locker: depois de selecionar “abrir” e aproximar a pulseira, a porta é automaticamente destravada. Os trocadores ficam dentro dos banheiros masculino e feminino, mas a parte do vestiário onde ficam os armários é unissex, o que facilita a logística das famílias que vão deixar seus pertences juntos.

Depois de colocar o biquíni, o chinelo e saída de praia, deixei as volumosas roupas e botas de frio dentro do armário, junto com a mochila e a carteira. Além do celular, decidi levar comigo apenas a toalha que, felizmente, tinha trazido do hotel: o Acquamotion não oferece toalhas gratuitamente e as que são vendidas na loja de lembrancinhas. Nesse ínterim, nem deu tempo de sentir frio. Ao passar pela porta de vidro que separa o vestiário do restante do parque aquático, já senti o calor de 30ºC dos ambientes climatizados. As águas das piscinas, ainda mais quentes, são mantidas em torno dos 36ºC.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Os visitantes fazem a locação do locker por conta própria, através da tela touch screen e da pulseira (Bárbara Ligero/Arquivo pessoal)

Piscinas, toboáguas e a vista para a Serra Gaúcha

A ideia de construir o Acquamotion existia desde 2012, quando descobriram uma fonte hidrotermal no local: as águas a 46ºC fazem parte do aquífero Guarani e ficam a 800 metros de profundidade, o que exigiu o uso de bombas de extração de petróleo para furar o poço. O principal desafio, porém, eram justamente as características geográficas da Serra Gaúcha. Por motivos óbvios, a maior parte dos parque aquáticos ficam em terrenos planos de cidades onde os dias quentes predominam o ano todo, pré-requisitos que Gramado não atende. A solução encontrada pela Gramado Parks foi dividir as sete piscinas em diferentes andares e colocar quatro delas em ambientes cobertos e climatizados. O resultado é, de fato, à prova de choque térmico.

A ideia de que o parque aquático pode ser aproveitado nas quatro estações do ano acabou virando a própria temática do complexo. Saindo do vestiário no andar térreo, o primeiro espaço com o qual os visitantes se deparam é uma homenagem ao outono, decorado com árvores artificiais de folhas alaranjadas. Batizada de “Obah!“, a sua piscina é uma das mais relax do parque aquático, com jatos de hidromassagem e um bar molhado. Um pouco mais adiante, o verão é celebrado através da piscina de ondas “Tchêbum“, sucesso entre a criançada, que recebe iluminação natural através do teto de vidro.

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Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Na área do outono, mais frequentada pelos adultos, a piscina possui mar molhado e jatos para hidromassagem (Acquamotion/Divulgação)
Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
A piscina de ondas, que imita uma praia, fica sob um teto de vidro que permite a passagem da luz do sol (Acquamotion/Divulgação)

Subindo de escada ou elevador até o primeiro andar, você se depara com o espaço dedicado à primavera, que guarda as piscinas infantis “Acquaplay” e “Acquatix“. Os escorregadores, baldes de água e outros brinquedos instalados ali entretém crianças de no máximo dez anos. Passada essa idade, os maiorzinhos devem achar mais interessante subir outros dois lances de escada até os toboáguas. Achei bastante inteligente a forma como eles foram posicionados: apesar de se debruçarem para fora do Acquamotion, seus trajetos começam e terminam em ambientes fechados, evitando assim a mudança brusca de temperatura. A descida do toboágua laranja é um pouco mais emocionante que a do amarelo, mas ainda assim deixa a desejar em termos de adrenalina. Felizmente, o parque aquático planeja adicionar novas descidas com maior nível de “intensidade” no futuro.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Brinquedões na piscina infantil AcquaPlay, na área temática da primavera (Acquamotion/Divulgação)
Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Por enquanto, o Acquamotion possui apenas dois toboáguas (Acquamotion/Divulgação)
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O andar da primavera também guarda uma piscina externa de borda infinita, a “Alegria Infinita“. Aqui, mais uma vez, há uma solução bastante inteligente para evitar a mudança brusca de temperatura. O acesso à piscina é feito ainda dentro do ambiente fechado e climatizado do parque: você passa por um túnel de piso inclinado e, só quando a água quentinha já está batendo no peito, chega à área externa. A mesma tática é utilizada nas piscinas suspensas “Cálida” e “Serena” que, juntas, compõem a área do inverno no andar logo abaixo do térreo. Nas três, o grande destaque é a vista para as araucárias da Serra Gaúcha que, aliás, está presente em todo o complexo. Para garantir a visibilidade do lado de fora, foram instaladas janelas com vidros especiais duplos que não embaçam. 

A construção do parque aquático começou em 2019 e deveria ter acabado no fim de 2020, mas com a pandemia as obras acabaram atrasando. A paralisação acabou servindo para repensar algumas questões sanitárias que seriam importantes dali para frente. Uma delas resultou na instalação de equipamentos de filtragem e renovação do ar que, segundo a Gramado Parks, são semelhantes aos utilizados dentro dos aviões.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
A área temática do inverno consiste em duas piscinas suspensas e externas, com vista para as araucárias (Acquamotion/Divulgação)

Alimentação e pagamento

Além do valor do ingresso, do estacionamento e do locker, outro gasto significativo para quem passa o dia no Acquamotion é a alimentação. O parque aquático possui três restaurantes principais, sendo que dois deles ficam no andar térreo, dentro da área temática de outono. O Ottoz Burguer vende hot dogs, hambúrgueres bovinos, de frango ou veganos, além de porções de batata frita e de nuggets. Logo ao lado, o Deliciottoz tem opções um pouco mais saudáveis, como a salada de folhas e tomate cereja no copinho e o sanduíche de waffle com tomate seco, rúcula e queijo colonial.

No andar de cima, dentro do espaço que homenageia a primavera, o Delícias da Floris oferece refeições com mais sustância: há desde polpetone recheado e frango à parmegiana até escalopinhos com arroz e feijão e espaguete ao sugo. Para as crianças pequenas, há papinhas industrializadas, mini burguers e mini hot dog. Todos os restaurantes servem, de sobremesa, frutas do dia, sorvete, cookies e chocolate quente.

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Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Parmegiana para fugir do esquema hambúrguer-com-batata-frita e detalhes da embalagem do cookie, que imita uma folha (Acquamotion/Bárbara Ligero/Divulgação/Arquivo pessoal)

Os preços das bebidas também chamam atenção. Tem água, refrigerante, cerveja de lata, caipirinha, drinks mais elaborados e taças de espumante. Elas são vendidas tanto nos restaurantes quanto em carrinhos e máquinas de venda automática espalhadas pelo complexo, que em alguns casos também têm salgadinhos de pacote e balas Fini. Como todo os pagamentos são feitos com a pulseira, é importante estar atento para não perder o controle dos gastos. Ao final do dia, é preciso fechar a conta em totens de autoatendimento que aceitam cartão de débito e crédito.

Acquamotion, Gramado, Rio Grande do Sul
Carrinho vendendo vinhos e espumantes e máquinas para fechar a conta no final do dia (Bárbara Ligero/Arquivo pessoal)

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