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Certificado de vacinação brasileiro é aprovado no Senado

O certificado é inspirado no documento recém-aprovado na União Europeia e vai permitir o retorno tanto de eventos maiores quanto das viagens de navio

Por Bruno Chaise
Atualizado em 22 jun 2021, 10h14 - Publicado em 15 jun 2021, 18h21
 (SOPA/Getty Images)
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O Senado aprovou de forma unânime na quinta-feira (10) o projeto de Lei que cria o Passaporte Nacional de Imunização e Segurança Sanitária (PSS). O documento é inspirado no Certificado Verde Digital criado pela União Europeia e tem como objetivo permitir que as pessoas vacinadas ou que testaram negativo para Covid-19, ou outras doenças infectocontagiosas, possam voltar a frequentar locais com grande concentração de público. 

Aprovado pelo Senado, o projeto segue agora para a Câmara dos Deputados, ainda sem data para votação. Na manhã da terça-feira (15), ao ser perguntado a respeito do projeto, o Presidente Jair Bolsonaro afirmou que, caso seja aprovado pela Câmara, ele vetará. “Não acredito que vá passar no Parlamento. Se passar, eu veto e o Congresso vai analisar”, afirmou. Na visão do Presidente, a aprovação do documento seria o mesmo que obrigar a população a se vacinar, coisa que Bolsonaro é contra.

Mesmo que o Presidente venha a vetar, o projeto não será extinto. Pelo contrário. A Câmara e o Congresso em sessão conjunta têm o prazo de 30 dias para darem o veredito se derrubam ou não o veto presidencial.

O que prevê o projeto para a criação do certificado de vacinação

O novo documento armazenará não apenas as informações com relação à Covid-19, mas de outras vacinas que a pessoa toma ao longo da vida. O objetivo é criar uma espécie de carteira digital integral. O projeto também prevê que estrangeiros não residentes no Brasil poderão utilizar certificados sanitários internacionais que se equivalem ao brasileiro.

O PL 1674/2021  prevê a criação de um documento que trará informações referentes à imunização de qualquer pessoa. A proposta determina que a autoridade competente define quais imunizantes e testes serão aceitos no comprovante. Caberá à União, estados, Distrito Federal e municípios determinar os lugares onde a apresentação do certificado será obrigatória. O documento será implementado por meio de uma plataforma digital, a qual o titular poderá emitir os seguintes certificados:

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  • Certificado de Nacional de Vacinação – CNV;
  • Certificado de Vacinação Internacional e Testagem – CVIT;
  • Certificado de Testagem – CT; 
  • Certificado de Recuperação de Doença Infectocontagiosa – CRDI

O documento poderá ser solicitado para o acesso a eventos públicos, hotéis, cruzeiros, shows, campeonatos. Os estabelecimentos deverão divulgar a seguinte mensagem na entrada: “O ingresso neste local está condicionado à apresentação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária (CSS)”.

De acordo com o relator, Veneziano Vital do Rêgo, o objetivo é conciliar a adoção de medidas restritivas para conter a pandemia com a preservação dos direitos individuais e sociais. O senador ressalta ainda que, com o certificado, as autoridades terão as informações necessárias para administrar as medidas restritivas para conter um eventual avanço da pandemia.

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Sem vacina para todos, certificado deveria ficar para depois

Em entrevista ao podcast Café da Manhã na sexta-feira (18), o médico e advogado sanitarista Daniel Dourado ponderou sobre o descompasso entre a proposta de um certificado emitido no Brasil e o atraso na vacinação. “Isso só faz sentido em países em que já disponibilizam vacinas para todos que precisam ou desejam se vacinar. Não faz sentido adotar um documento como esse [no Brasil], que não tem vacina para todo mundo”, afirmou.

Na Europa, o que vem ocorrendo é uma pressão econômica para que as pessoas voltem a viajar entre os países, principalmente com a chegada do verão. O que se pretende com o certificado verde é “facilitar a circulação onde se deseja que essa circulação seja facilitada”, disse Dourado.

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