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Brasília: prédio de Niemeyer reabre como centro cultural

O SESI Lab ocupa o antigo prédio do Touring e agora abriga museu interativo, espaços para oficinas, cursos, shows e até cinema

Por Duda Vasconcellos
1 set 2023, 18h24

Brasília ganhou em novembro de 2022 um centro cultural interativo e educativo que foi instalado no antigo Edifício do Touring. O espaço reabriu como museu do Serviço Social da Indústria (SESI) e oferece exposições imersivas, oficinas, cursos, shows e cinema. Até janeiro de 2024, o lugar vai abrigar a exposição “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, que não era vista no Brasil desde 2014.

O novo SESI Lab fica no coração da cidade, colado na Rodoviária do Plano Piloto, de frente para a Biblioteca Nacional e a um pulo da Esplanada dos Ministérios. A uma caminhada curta você também chega ao Museu Nacional da República e à Catedral de Brasília, ambas obras de Oscar Niemeyer.  O SESI Lab, que também leva a assinatura de Niemeyer, é composto de dois pavimentos, quase 7.500 metros quadrados e uma passagem subterrânea que liga a Praça Zumbi dos Palmares à rodoviária. A localização é privilegiada para aqueles que não estão de carro (item quase obrigatório para circular na capital federal) – dá para chegar ao museu de metrô (desça nas estações Galeria ou Central), de ônibus e pedalando pela ciclovia que o circunda.

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SESI LABEdifício é considerado Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

De 1963 a 2005, o prédio abrigou a sede do Touring Club do Brasil – primeiro órgão a emitir carteira nacional de habilitação. Com os anos, o Touring foi perdendo terreno para seguradoras, despachantes, auto-escolas até que em 2006 o edifício foi a leilão e ficou abandonado. Não demorou muito para que moradores de rua e dependentes químicos se instalassem ali.

Em 2019, o SESI comprou o prédio e, junto do governo do Distrito Federal, revitalizou o edifício e seu entorno. A passagem subterrânea, que segue aberta aos pedestres, recebeu um painel de Athos Bulcão que já fazia parte do projeto original, mas que nunca havia sido executada. Ali também há bebedouros e um cinema que realiza exibições gratuitas aos fins de semana

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Ao entrar no museu, o visitante dá de cara com um enorme painel de LED (Letícia Verdi/Divulgação)
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Painel de Athos Bulcão faz parte do projeto original do edifício (Joana França/Divulgação)

Exposições fixas

Diferentemente de muitos museus, no SESI Lab o proibido é não tocar. Todos os objetos expostos são interativos e sintetizam conceitos de física, biologia, artes e matemática. Não à toa, o lugar é muito frequentado por excursões escolares. Mas o programa também é ótimo para se fazer em família. 

O SESI Lab é parceiro do Exploratorium – museu interativo de arte e ciências em São Francisco, na Califórnia, que ficou responsável pela produção de mais de cem obras para seu parceiro brasileiro. Todas foram pensadas de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), levando aprendizado para além da sala de aula.

As exposições são divididas em três galerias. Uma das mais interessantes é a seção “Fenômenos no Mundo“, com obras interativas focadas nas áreas de ciências da natureza e matemática – como mola gigante, colônias de bactérias, tornado e bola eletromagnética que deixa os cabelos em pé.

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Sopre, toque e chute o tornado de água para ver como ele se comporta (Joana França/Divulgação)
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Crie ondas e observe os efeitos a partir de diferentes estímulos na mola gigante (Letícia Verdi/Divulgação)
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Descubra como os nossos olhos se comportam em diferentes cores de luzes (Letícia Verdi/Divulgação)

Em “Aprender Fazendo“, os visitantes colocam a mão na massa. É possível criar uma reação em cadeia, construir uma alavanca e montar a sua própria animação em stop motion.

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Ao girar a manivela, você gera energia para acender lâmpadas e um secador de cabelo (Joana França/Divulgação)
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Você pode criar diferentes ações e observar as respectivas reações (Joana França/Divulgação)

No primeiro andar do edifício, a galeria “Imaginando Futuros” promove interação entre os visitantes, que devem debater sobre escolhas e decisões que impactarão no futuro do planeta. Um painel especula o que pode deixar de existir daqui alguns: cigarros, gasolina, quimioterapia, selfies, poluição do ar? O interessante é que cada grupo de visitantes chega à conclusões distintas.

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Visitantes debatem sobre o que permanecerá no mundo no futuro (Letícia Verdi/Divulgação)

Exposições temporárias

No primeiro andar há um salão dedicado à exposições temporárias. De agosto de 2023 à janeiro de 2024 “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, estará em cartaz. São 150 fotos em preto e branco tiradas em sete países entre os anos de 1986 e 1992 que retratam as pessoas e os ofícios que foram duramente afetados pelo surgimento dos computadores e da robotização.

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A exposição “Trabalhadores”, de Sebastião Salgado, não era exposta no Brasil desde 2014 (Iano Andrade/Divulgação)

Cursos e festivais

O SESI Lab possui dois laboratórios muito bem equipados (tem impressoras 3D, microscópios, soldas…). Escolas e grupos podem agendar cursos e oficinas especializadas. Durante a visita da VT, alunos do terceiro ano do Ensino Médio estavam acompanhando o processo de produção de gasolina.

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Workshops são personalizados e atendem adultos e crianças (Claraboia Filmes/Divulgação)

As sextas-feiras à tarde, empreendedores podem utilizar, gratuitamente, os laboratórios para produção de suas criações. Basta inscrever o seu projeto neste formulário. Além disso, a área externa do museu recebe exposições e festivais gratuitos. Nos dias 2 e 3 de setembro de 2023 o SESI Lab sedia a primeira edição do Expo Favelas em Brasília.

Night Lab só para adultos

Uma vez por mês, o museu organiza uma programação noturna voltada ao público adulto. Há sempre uma palestra, um show, roda de conversa e oficinas nos laboratórios (ingressos a R$ 40 e, neste caso, menores de 18 anos não entram).

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Durante o Night Lab, adultos põe a mão na massa (Claraboia Filmes/Divulgação)

Café e lojinha

Na varanda do primeiro piso fica um café que serve quiches, tortas e doces e garante um baita visual para a Esplanada dos Ministérios.

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(Claraboia Filmes/Divulgação)

No final do passeio, vale dar uma passada na loja de souvenires, que vende brinquedos educativos, roupas, livros e louças com a estampa do painel de Athos Bulcão.

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(Claraboia Filmes/Divulgação)

Serviço

Quanto? R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). A entrada é grátis para crianças de até 10 anos; pessoas com deficiência; professores e alunos da rede SESI, SENAI e da rede pública; trabalhadores da indústria; públicos em situação de vulnerabilidade social e membros associados do Conselho Internacional de Museus (ICOM). Todo primeiro domingo do mês, a entrada é grátis para todos os públicos. Adquira pelo Sympla.

Quando? Das 9h às 18h (de terça a sexta-feira) e das 10h às 19h (sábado, domingo e feriados). A entrada é permitida até uma hora antes do fechamento do museu.

Onde? Setor Cultural Sul, Bloco A, Asa Sul – Brasília

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