Bahia: 7 paradas imperdíveis na Linha Verde (BA-099)
Do luxo ostentação ao rústico-chique, conheça a estrada baiana ao norte de Salvador que reúne a maior democracia hoteleira do litoral brasileiro
Há bem mais entre Salvador e a divisa com Sergipe do que meros 245 quilômetros de rodovia. Linha Verde, Estrada do Coco, Costa dos Coqueiros ou, oficialmente, BA-099, são alguns dos nomes da via que os une. É uma faixa de asfalto que leva a cenários idílicos, que pouco mudam à medida que a viagem segue. Pelo caminho se veem praias com faixas de areia largas, mar azul e coqueiros perfilados que vão se sucedendo, uma após a outra.
Apesar de ter alguns trechos desertos, bem que a estrada poderia ser chamada de “Costa dos Resorts”. Por ali há uma quantidade impressionante de hotelões e pousadas com propostas tão variadas que fazem o destino possível para quase todos os perfis. Para ser feliz por ali, os viajantes só precisam de um denominador comum: ter loucura por uma linda praia. Espie o nosso miniguia das principais atrações ao longo da estrada e escolha o seu point.
1. AREMBEPE
Foi um dos mais famosos redutos da comunidade hippie aqui no lado de baixo do Equador. Só que a aldeia que já recebeu Janis Joplin e Mick Jagger e tinha Caetano e Gilberto Gil como habitués nos anos 1960 e 1970 não tem mais o mesmo apelo. Quem quiser ainda pode passar a noite em uma das cabanas dos remanescentes ripongas, que alugam cômodos ou espaço para camping.
Mas há também glamour em Arembepe, na pousada A Capela. Localizada na Praia do Piruí, tem garçons que servem bebidas na piscina à beira-mar e quadra de tênis. Saem daqui bons passeios pela região: vale um mergulho no Rio Capivara, de águas mornas, e nas piscinas naturais.
2. GUARAJUBA
Assim como Arembepe, é um balneário de Camaçari, um dos principais polos industriais brasileiros. A partir da Linha Verde, uma avenidinha corta o distrito até a orla. Dos dois lados, muitos condomínios fechados, onde aparecem lado a lado pousadas simples e casas luxuosas de veraneio. Guarajuba tem um jeitão de paraíso privativo de segunda a sexta, mas aos sábados e domingos o movimento aumenta e a praia pode lotar. Na alta temporada, claro, a faixa de areia fica bem mais concorrida.
Na área central da praia, restaurantes, quiosques e barracas disputam nacos de espaço, cada um com seu público – nos restaurantes, o preço das bebidas pode ser mais que o dobro do que nas barracas. No canto esquerdo da orla fica o resort Vila Galé Marés. A estrutura é superlativa: são cinco restaurantes, seis bares, uma piscina com 3 000 metros quadrados e um spa. E oferece aulas de surfe, caiaque, stand-up paddle – o transporte, aqui, é feito com carrinhos de golfe.
3. PRAIA DO FORTE
É o destino mais badalado da região – e é o trecho da Linha Verde com melhor infraestrutura. A começar pela capacidade hoteleira. São diversas as pousadas distribuídas ao redor do centrinho, algumas mais confortáveis, como a Refúgio da Vila, e outras mais simples – há até um hostel, o Praia do Forte Hostel, como opção para os mochileiros.
Mas a frequência média por ali é de um público que não economiza para se divertir. O lugar é reduto de jovens em busca de festas (caras), música eletrônica ou shows de artistas famosos. A noite começa na Alameda do Sol, sobretudo nos arredores do Bar do Souza, onde a juventude sarada e com pouca roupa começa a paquera. Os resorts acompanham o clima da região: restaurantes sofisticados, quartos com vista para o mar, público endinheirado.
O complexo Iberostar tem duas unidades, o Praia do Forte e o Bahia, ambos com equipamento turístico robusto, que inclui aulas de surfe, campo de golfe, shows e spa. A estrela do Forte, contudo, é o Tivoli Ecoresort. Menor e mais integrado à natureza, é o que mais investe em serviços exclusivos como cursos de mergulho e passeios. Para além da infra, a maior atração por ali é a praia. A orla do Forte é larga e extensa (14 quilômetros), com bastante movimento na área central e piscinas naturais em que os peixes nadam entre os recifes do lado esquerdo.
Nesta praia fica a sede do Projeto Tamar, que protege e estuda as tartarugas marinhas. E não é que a praia tem mesmo um forte? Um castelo, a bem da verdade. Erguido entre 1551 e 1624, o Castelo Garcia D’Ávila hoje é apenas ruínas, mas mantém uma capela e passarelas suspensas, de onde se vê o mar.
4. IMBASSAÍ
O pequeno distrito fica bem no meio dos principais destinos da Linha Verde: Praia do Forte e Costa do Sauípe. Tem um perfil de hospedagem no meio-termo entre opções mais acessíveis e luxuosas. Há por ali simpáticas pousadinhas familiares, como a Too Cool na Bahia. E também alternativas mais ambiciosas, como a charmosa Vilangelim Eco-Pousada, planejada para receber casais (não aceita crianças menores de 10 anos), e o Grand Palladium Imbassaí.
Como bom resortão, o Grand Palladium tem boa parte do lazer dedicado às crianças. Mas é dos poucos com área exclusiva para descanso: uma das piscinas é afastada, apenas para adultos. Combina com Imbassaí, lugar de praia tranquila. O rio de mesmo nome corre em paralelo até desaguar no mar. Para cruzá-lo, é preciso atravessar uma ponte de madeira ou contratar um barquinho. Entre rio e mar, ambos bons para banho, as barracas de praia se espalham pela orla. As dunas daqui são as favoritas dos snowboarders.
5. COSTA DO SAUÍPE
Aqui fica o maior complexo de resorts do país, o Costa do Sauípe, batizado com o mesmo nome da praia. No total, o Costa do Sauípe possui mais de 1 500 apartamentos divididos em três categorias. Todas funcionam no regime all-inclusive, mas cada uma possui características específicas.
Das três categorias, o Sauípe Premium é o que oferece as maiores mordomias. Quem se hospeda no Sauípe Premium Brisa ou no Sauípe Premium Sol têm acesso às piscinas e aos restaurantes de todo o complexo, mas o contrário não acontece.
A categoria logo abaixo do Premium é a Sauípe Resorts, dividida em três alas. Cada uma tem a sua própria piscina, mas elas tendem a ser mais agitadas pelo simples fato de acomodarem mais gente.
Além de curtir a piscina de seu próprio hotel, os hóspedes podem aproveitar outras atividades. O complexo conta com o Sauípe Sports, dono de uma quadra de vôlei, uma de handball e um campo de futebol society. Já o Sauípe Náutica oferece atividades não incluídas na estadia, como caiaque, canoagem, tirolesa e stand up paddle. Outra opção é alugar uma bicicleta, carrinho elétrico ou triciclo para passear pela Orla da Costa, um calçadão à beira-mar que também pode ser tranquilamente percorrido a pé. Leia aqui um relato completo da hospedagem que a VT fez por lá.
Também é possível, com apenas 30 minutos de caminhada, se isolar do movimento do resort e chegar a Praia de Santo Antônio. Local tranquilo e pouco frequentado, mas que ainda ainda assim conta com estrutura de barracas.
6. SÍTIO DO CONDE
O município de Conde se estende por cerca de 40 quilômetros de praia e, junto com os 23 quilômetros de orla de Entre Rios, forma a porção de litoral mais tranquila da Linha Verde. Ao todo, o trecho tem dez pequenas praias. A principal base turística da região é Sítio do Conde, a 6 quilômetros do centro da cidade – e onde ficam boas pousadas e os melhores restaurantes. Essa área mais central foge do perfil médio das praias de natureza preservada do trecho. De dia, as barracas tocam música alta à beira-mar, e à noite, às margens da Passarela da Cerveja, o movimento ainda aumenta, assim como o volume do som.
Para o norte ou para o sul, não se vê estrutura parecida, exceto em Subaúma (a 74 quilômetros), a praia mais urbanizada de Entre Rios, com muitas casas de veraneio. Da bela Siribinha, vila de pescadores a 11 quilômetros de Sítio do Conde, saem passeios de barco que sobem o Rio Itapicuru, entrecortando o manguezal – paisagem descrita por Euclides da Cunha no clássico Os Sertões. Por ali também está a área conhecida como Cavalo Russo, uma lagoa de água natural localizada entre dunas de até 20 metros de altura. Nesta costa está ainda uma das oito praias de naturismo do Brasil. Ao sul, em Massarandupió, você está liberado para entrar totalmente nu na água morna que banha a orla.
7. MANGUE SECO
A Bahia de Jorge Amado, por onde Tieta circula e de onde os pescadores partem com seus barquinhos coloridos, é aqui. A vila eternizada no romance Tieta do Agreste é a última porção de Bahia antes da divisa com Sergipe. Para chegar lá, só com barcos. Por ali não passa carro. E a circulação pela vila é toda feita a pé ou com pequenos barcos. Bugues de passeio estão liberados e são quase obrigatórios para os turistas. Se preferir passar a noite, a pousada Fantasias do Agreste é simples, mas com banheira de hidromassagem. Leia aqui um roteiro completo por Mangue Seco.