Lisboa se rende à febre da cerveja artesanal
Que vinho, que nada. A moda agora é mergulhar nas ótimas safras de IPAs, Lagers, Stouts e quetais produzidas na capital
Responda sem pensar. Qual é a bebida queridinha de Lisboa? Opção número um: vinho. Opção número dois: vinho. Opção número 3… vinho, certo? Bem, sim, mas agora a bebida que é a marca registrada de Portugal começa a sofrer com a concorrência, pelo menos nos ambientes mais, digamos, hipsters . A febre da cerveja artesanal finalmente desembarcou por aqui.
A onda começou bem tímida, coisa de três anos atrás. Naquela altura, a Dois Corvos, instalada no bairro super cool de Marvila (leia mais neste post aqui), lançou a sua primeira safra no mercado. A ideia chegava dos Estados Unidos, de onde vinham os donos, Susana e Scott, há anos em contato com a cultura cervejeira tão comum em Seattle, onde viviam. Hoje a fábrica produz seis unidades fixas e ainda uma série sazonal que é o maior sucesso. Tanto que a fábrica virou também bar – e o tap room estrategicamente localizado na frente da linha de produção vive concorrido.
Não muito longe dali, a Musa seguiu o mesmo caminho. Das primeiras garrafas, que ganharam o mercado em meados de 2016, até o bar ultra badalado que congestiona a rua principal do bairro foi um pulo. Suas quatro cervejas (stout, IPA, Red IPA e Lager) são refrescantes e divertidas.
A lista das marcas produzidas na cidade e arredores é extensa: Mean Sardine, Aroeira, Oitava Colina… essa última nasceu no coração da Graça, na Vila Berta, e produz três cervejas que são autênticos personagens – Zé Arnaldo, por exemplo, é uma porter escura e encorpada; Florinda, uma lager de aromas florais. É possível agendar visitas guiadas pela fábrica e participar de degustações.
Acompanhando a onda da produção, a cidade ganhou também verdadeiros templos dedicados à bebida. É o caso do Delirium Café, por exemplo, em pleno Chiado; do Chimera Brewpub, em Alcântara, instalado em um túnel secular de pedra que servia de passagem para a cavalaria real; da Cerveteca, na Praça das Flores; ou do Malt, no Cais do Sodré.