Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Os australianos têm um jeito todo especial de curtir uma praia

Pegar praia na Austrália é bem diferente do Brasil; veja como é a cultura praiana dos australianos antes de estender sua canga nas areias deles

Por Adriana Setti
Atualizado em 5 Maio 2017, 19h12 - Publicado em 23 jan 2015, 19h01

Ter cultura de praia não é pra qualquer um. E basta olhar para a sunga frouxa de um alemão de férias para sacar que fazer bonito na areia é algo que se aprende com a experiência.

Os australianos não jogam frescobol e jamais se renderiam aos prazeres de um biscoito Globo (glúten! Chamem a polícia!), mas têm estilo e know-how de sobra para curtir milhares de quilômetros de praias que são páreo duro para as nossas.

Branco é lindo!

A grande maioria das pessoas é branca no úrtimo (não me lembro de ter visto tantos ruivos). Nunca me senti tão confortável para desfilar a minha branquelidade nagô pela praia sem parecer um ET. Acrescente a esse panorama uma camada de ozônio inexistente e a maior taxa de câncer de pele do mundo e voilá: eis um país absolutamente preocupado em proteger-se do sol.

Pouquíssima gente fica estatelada na canga almejando ficar jambo. O mais normal é que adultos e crianças usem camiseta de lycra o tempo todo (muitas vezes de manga comprida), chapéu (até para entrar no mar) e uma argamassa de protetor solar.

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O iglu é o canal

Guarda-sol é coisa de mané, especialmente de Sydney para o sul. Experimente fincar uma sombrinha na areia, deitar na canga e ver o que acontece. Em dois segundos você estará coberto por uma duna e o seu aparato estará cruzando a linha do Equador. Ao invés disso, os australianos usam iglus parecidos com barracas de camping. Eles servem para proteger do vento e do sol. Comprei um vagabundex no supermercado por US$ 15. Tô super “in”.

Grama ou croquetão

Muita gente prefere ficar no gramadão que cerca a praia do que na areia. Num dia de vento, isso é pura sabedoria.

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Moda praia

O estilo aqui é livre: vale biquíni fraldão, vale médio e vale até uns gominhos da bunda de fora. Em termos de estampas e criatividade, os biquínis brasileiros são imbatíveis, mas fiquei surpresa com o que vi por aqui. Não é fraco não, viu?

Alô mate! Alô bixxxcoito Grobo!

Nenhuma praia tem vendedores de bebida e comida. É proibido por aqui e, sabe como é, os australianos cumprem a lei. Por isso, todo mundo leva a sua comidinha sem traumas e a farofa é parte da vida. Aliás, quando foi que nós brasileiros decidimos que levar um tupper ware com comida para a praia era um horror? Tão caipira, não?

Farofa profissa

E se a “farofa” rola solta na areia, no gramadão ela é uma instituição altamente sofisticada. E mais: muitas e muitas praias ao longo de todo o país estão equipadas com churrasqueiras elétricas – limpas e gratuitas – posicionadas ao lado de mesinhas na frente da praia. É tão civilizado o esquema, mas tão civilizado, que chega a ser irritante.

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Lei seca

Não é permitido beber na praia. Nem uma mísera cervejinha – fueeeeem. Vi uma quantidade razoável de australianos burlando essa norma discretamente, disfarçando a latinha com uma capinha de neoprene, mas definitivamente não rola aquele climão de alalaô sambalelê como no Brasil ou mesmo em Barcelona.

A praia é sagrada

Não tem banana boat, jet-ski, boteco com mesa de plástico na areia, axé, casas que avançam sobre a costa sem critério, pedaço de piche que gruda no pé, lixo no chão, o tiozão que enfia o anzol no meio da galera, kites no meio dos banhistas, barco atracado onde não pode, cachorro fazendo cocô (os cachorros podem frequentar as “dog beaches”, especiais para eles… ). O lema aqui parece ser preservação, sustentabilidade e noção.

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Xixi na boa

Quase toda praia tem um banheiro público LIMPO, com chuveiros, vestiário, fraldário e bebedor.

A prancha é nossa

Surfar é como andar de bicicleta, e todo mundo faz. Vovô, vovó, tia, pai e filha surfam juntos. É bonito de ser ver.

SOS Malibu

O orçamento dos salva-vidas australianos muito provavelmente seria suficiente para eliminar a fome da África. Em cada praia opera um pequeno esquadrão 007, além de voluntários locais. Eles têm pranchas, motos aquáticas, quads, pick ups, torres… e usam um chapeuzinho à moda antiga fofíssimo. Em muitas praias, o clube dos salva-vidas (devidamente equipado com um pub) é o ponto de encontro. E nem precisa dizer que os garotões e garotonas do gorrinho vermelho e amarelo são os reis do pedaço…

Olha a onda!

Os salva-vidas definitivamente não estão lá para enfeitar. O mar em geral na Austrália é casca grossa (há anos não tomava tanto caldo, daqueles de virar o biquíni do avesso e encher o crânio de água). Quase sempre, a área delimitada para o banho – entre duas bandeiras – é bem restrita. E quem nadar longe dela passa vexame sendo advertido com um apito. É meio jardim de infância, mas é extremamente necessário – meno male que por aqui praia lotada é algo que rola apenas em Sydney.

Piscinão

Exatamente por causa de tanta onda, várias praias (principalmente na região de Sydney) têm piscinas construídas nas pedras. A ideia me pareceu meio estranha inicialmente, mas elas são uma delícia!

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Noosa, sem quiosques, sem vendedores, sem lixo, sem bêbados (foto: Thinkstock)Noosa, sem quiosques, sem vendedores, sem lixo, sem bêbados (foto: Thinkstock)

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