Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Como não ser roubado na Europa (principalmente em Barcelona)

9 dicas para você ficar esperto com os seus objetos pessoais e evitar ser roubado em uma viagem pela Europa (sim, aqui você pode ser furtado)

Por Adriana Setti
Atualizado em 13 jul 2021, 12h50 - Publicado em 24 jul 2015, 12h56

Antes de mais nada, evitemos o pânico. Barcelona é uma cidade segura, onde os assaltos à mão armada são praticamente inexistentes. Você pode andar na rua de madrugada (mesmo sozinha) sem stress, circular coberta de joias e usar um laptop caro em pleno parque público. Por outro lado, a onipresença de batedores de carteira é um problemão, é um saco, é real.

Estando longe da violência do Brasil, a gente acaba dando uma relaxada – afinal de contas, para evitar ser assaltado com uma arma na cabeça, não há muito o que fazer. A boa notícia é que, na Europa em geral, não ser roubado depende 95% de você. Em todos os episódios que protagonizei, assumo minha parcela de culpa: vacilei feio. Em 2015, por exemplo, meu iPhone foi furtado durante o festival Sónar. Perdi a conta, mas talvez tenha sido a décima vez que sou vítima da mão leve, em 15 anos de Barcelona.

Não estou só. Ontem mesmo recebi a mensagem de um amigo brasileiro contando que sua mulher acabara de ter a bolsa surrupiada durante as meras 12 horas que passaram na cidade. Ele pediu que eu escrevesse um post sobre como evitar se dar mal em Barcelona e, de fato, acho que faz muito tempo que não toco nesse assunto tão importante. No auge do verão, com a cidade em erupção, vem bem a calhar.

Você pode até achar que estou mais apta a dar dicas de “como dar mole em Barcelona” do que o contrário. Mas, como vacilona reincidente, já experimentei na pele um bom número de táticas. Minhas dicas, acredite, podem salvar a sua carteira:

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Fique PSICO com a suas coisas no metrô

O metrô é, disparado, o lugar mais crítico. Quanto mais cheio, maior a chance de você ser roubado. Se estiver com carteira e/ou celular no bolso (o que nunca é uma boa ideia), enfie a sua mão lá e só tire quando sair da estação. A bolsa e/ou a mochila devem ser esmagadas contra o seu esqueleto na parte FRONTAL do seu corpo.

Fico PSICO com as suas coisas nas Ramblas e outros lugares muvucados

Adote a mesma atitude paranoica do metrô quando estiver nos lugares mais lotados da cidade, como as Ramblas, o mercado da Boquería, o show de luzes da Plaça de Espanya (tem certeza que você vai lá?), a saída do jogo do Barça etc.

Não desgrude da sua bolsa nunca, jamais, nem sob tortura

Em restaurantes e bares, lugar de bolsa é no colo (as minhas estão cheias de marcas e pingos por causa disso, mas pelo menos ainda estão aqui). Pendurá-la na cadeira é roubada na certa (tic, já aconteceu comigo, num restaurante super “família”).

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Na balada, o melhor é levar uma carteira só com as coisas muito essenciais e escolher uma bolsa difícil de abrir. Colocar o celular num bolso interno com zíper é uma boa ideia. No Sónar, por exemplo, o vacilo foi totalmente meu: estava com uma bolsa pequena e facílima de abrir, totalmente contraindicada para lugares com multidões, com um Iphone novinho (que eu tirava a cada cinco minutos para mandar mensagem a algum amigo perdido) largadão lá dentro. Fuéééé. Tampouco dá para largar a bolsa no lobby do hotel (há gangues especializadas nessa modalidade), na piscina, na praia ou no aeroporto.

Bolsinha na mão é vendaval

O modelo de bolsa mais seguro para andar em Barcelona é com a alça cruzada no ombro (tipo professor de geografia da USP). Digo por experiência própria: certa vez estava andando toda fashion com uma bolsinha pequena na mão e um motoqueiro subiu na calçada e vupt. Bolsonas grandes que não fecham com zíper também estão fora de cogitação.

bolso calça
(Gitanna/iStock)

Não deixe objetos de valor no carro

Você não faria isso no Brasil, certo? Pois não tente fazer aqui.

Tranque as portas do carro ao circular pela cidade

Outra coisa que você jamais faria no Brasil. Já ouvi casos de larápios que abriram a porta, surrupiaram a bolsa e saíram correndo no sentido contrário do trânsito. Armas, nunca. Malandragem? Há muita.

Não deixe o celular em cima da mesa do restaurante

A norma vale principalmente para quando você sentar numa mesinha na calçada.

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Desconfie de qualquer tipo de aproximação pegajosa

Pessoal, aqui é Europa. Não é praxe que um fulano chegue do além e comece a puxar papinho furado no meio da rua, e muito menos que alguém fure a sua bolha de espaço pessoal e coloque a mão no seu ombro fazendo o tipo amigão.

Essa é uma tática geralmente usada por batedores de carteira marroquinos nas quebradas do Raval ou do Bairro Gótico, sobretudo com os turistas que saem dos bares cambaleando pelas ruas.

Também é bastante frequente que mulheres com crianças no colo (quase sempre ciganas) se aproximem com um ar “desesperado” e aproveitem qualquer vacilo para bater a sua carteira. Prostitutas, verdadeiras e falsas, que avançam sobre bêbados errantes passando a mão aqui e acolá também NÃO estão cheias de amor pra dar.

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Desconfie de pedidos de informação estranhos

Uma tática bastante recorrente dos ladrões é se fazer passar por turista e, com uma mapa na mão (que cobre a mãozinha leve que está agindo por baixo), pedir informação para distrair a vítima. Um golpe parecido é o do “surdo-mudo” que se aproxima com um papel de uma falsa ONG para pedir dinheiro.

>> O mapa da malandragem: Anos atrás, o jornal El Periodico mapeou os principais golpes dos batedores de carteira pela cidade. Foi uma iniciativa bastante polêmica, sobretudo porque associava certas nacionalidades e grupos étnicos (marroquinos, ciganas, peruanos, bósnios) a determinados tipos de golpes — generalizações que, sem dúvida, podem ser acusadas de xenofóbicas. Mas, polêmicas à parte, o mapa é bastante útil. Clique aqui para baixar em PDF (está em catalão, mas não é difícil de entender).

Clique aqui para ler o outro post sobre batedores de carteira em Barcelona.

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