Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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10 dicas essenciais para quem vai ao Sudeste Asiático

O cuidado ao escolher a época (e o roteiro), as barcas furadas, a neura da pechincha e outras questões

Por Adriana Setti
Atualizado em 25 jun 2018, 16h50 - Publicado em 10 fev 2017, 11h20

Antes tarde do que nunca, o Brasil descobriu o Sudeste Asiático (incrível como metade da minha timeline do IG andou por lá nos últimos tempos). E para quem estiver a fim de embarcar, aproveitando as passagens que estão pintando a preços nunca dantes navegados, faço aqui a minha contribuição.

Nos últimos 10 anos fiz quatro viagens longas pela região. No total, passei mais de um ano viajando por Tailândia, Camboja, Laos, Malásia, Cingapura e Indonésia.

Tomei muito na cabeça, mas acho que, hoje em dia, posso falar desse pedacinho da Ásia com certa autoridade. Todas as minhas viagens foram no modo mochilão econômico – então, é para esse público que as minhas dicas se dirigem.

+ As praias mais incríveis da Malásia, Indonésia, Tailândia e Filipinas

1. Estude o calendário das monções como um CDF

A maior besteira que você pode fazer na Ásia é estar no lugar certo, na hora errada. Ignorar o complexo calendário das monções é um viagecídio. Palavra de quem já pegou furacão nas Filipinas e passou o Réveillon embaixo d’água na Tailândia. Não é tão simples. Cada região segue uma dinâmica diferente que pode variar muito dentro de um espaço reduzido.

Fevereiro, por exemplo, é época de céu azul nas Filipinas. Também é tempo de sol garantido costa do mar de Andaman, na Tailândia e na Malásia, enquanto as monções pegam forte na face oposta – ou seja, conciliar Koh Tao ou Koh Pha Gnan com Phi Phi na mesma viagem é sempre complicado.

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Essa época também é chuvosa em Bali. Por outro lado, faz uma seca desgraçada no interior do Laos e do Camboja e no norte da Tailândia. Sacou o quebra-cabeça?

+ Websérie Pé na Areia: as atrações radicais do golfo da Tailândia

2. Fique pelo menos três semanas

Por mais guerreiro e bem disposto que você seja, cruzar oceanos para uma viagem de menos de três semanas é um pouco insano. Coloque nessa conta pelo menos 24 horas de viagem na ida e na volta, mais vários dias de adaptação ao fuso, com um jet lag pesado.

Some aí pelo menos meio dia para qualquer deslocamento, ou um dia inteiro se o processo incluir mais de um meio de transporte (avião + barco, por exemplo).

Se você tiver a intenção de conhecer vários destinos de uma vez, no fim das contas vai passar metade do tempo indo de um lugar para o outro. Vale? Mesmo?

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3. Menos é mais

Uma vez que as passagens estão mais acessíveis, uma viagem pelo Sudeste Asiático não precisa ser encarada como a sua única oportunidade de colocar os pés na região. Vá com calma.

No esquema mochilão, os deslocamentos por terra (ônibus, trem e as famigeradas vans onde dois corpos ocupam o lugar de um) podem ser eternos. E mesmo viagens de avião acabam consumindo horas e horas.

A Ásia pede um slow travel para que você possa curtir as praias com calma, visitar templos no modo zen, contemplar, absorver o turbilhão de novas informações que estarão ao seu redor.

Duas semanas? Dá pra conhecer Bangkok, duas ilhas tailandesas e, com pressa, fazer um bate e volta de avião até Angkor Wat, no Camboja. Em três semanas, dá para conhecer a Tailândia um pouco melhor.

Um mês? Aí já dá até para pensar em uma esticada no Vietnã. E assim por diante.

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+ Um roteiro de 1 mês pelo Sudeste Asiático

O Air Pass da Air Asia é a maior mão na roda para economizar nos deslocamentos
O Air Pass da Air Asia é a maior mão na roda para economizar nos deslocamentos (Adriana Setti)

4. Compre o Air Asia Asean Pass

Uma dica de ouro para quem vai fazer vários voos é comprar o Air Asia Asean Pass. Por apenas US$ 124, você tem direito a 10 créditos 30 dias, para reservar voos pagando apenas as taxas.

Para dois meses, e 20 créditos, o preço é de US$ 221. Cada voo corresponde a um certo número de créditos. A Air Asia voa para todos os países da região e é uma companhia aérea totalmente confiável. A Amanda, do Amanda Viaja, explicou direitinho como funciona neste post.

Uma realidade: você não vai pagar o mesmo que os locais em tuk tuks e muitos outros lugares
Uma realidade: você não vai pagar o mesmo que os locais em tuk tuks e muitos outros lugares (ruas de Bangkok) (Pixabay)

5. Pechinche, mas não deixe que isso se torne uma obsessão

A Síndrome da Pechincha Compulsiva é um mal que acomete muitos mochileiros viajando pelo Sudeste Asiático.

Sim, pechinchar é preciso, mas antes de gastar a sua energia para abater 50 bahts da diária, lembre-se que isso significa apenas US$ 1,50 (menos do que um chopp em SP), e que esse dinheiro quase sempre fará mais diferença para a tiazinha que vive de alugar um bangalô de bambu na beira da praia do que para você.

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Cansei de cruzar com viajantes obsessivos por pagar “preços de locais”, eternamente achando que estão sendo enganados.

É fato: você não vai pagar o mesmo que os locais nas barraquinhas de street food, em vários tipos de transportes e em muitas outras ocasiões. Mas ainda assim vai ser barato. Relaxe.

6. Evite reservar hotel com antecedência

Em tempos de apps e mil facilidades para reservar acomodação, no Sudeste Asiático o melhor continua sendo o olho no olho. Na categoria mochilão, os hotéis costumam seduzir quem chega em cima da hora com os melhores quartos ao passo que oferecem o calabouço para quem reservou (e pagou) com antecedência.

As piores espeluncas que já enfrentei na minha vida foram hotelecos reservados om antecedência no Sudeste Asiático.

Se isso não for essencial (por exemplo: se você estiver na Tailândia na época do Réveillon ou se for chegar muito tarde a um lugar), prefira ver, cheirar e ouvir (vai que tem uma fábrica de moer gelo ao lado? Já aconteceu comigo) o seu quarto antes.

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Não embarque sem o seu bom senso
Não embarque sem o seu bom senso (na foto, Koh Phi Phi, na Tailândia) ()

7. Seja prudente ao viajar de barco

Naufrágios não são raros, inclusive de ferrys e barcos grandes, principalmente na Indonésia profunda.

Além disso, muitas viagens improvisadas em barcos pequenos podem ser altamente perigosas (eu passei dois perrengues épicos no mar e contei a experiência neste post).

Use o bom senso ao embarcar. Se o barco estiver em péssimas condições, se o tempo estiver ameaçador ou se não houver colete salva-vidas, pule fora.

+ 10 coisas essenciais que você precisa saber antes de viajar pela Indonésia

8. Viaje leve

Ferry, barco, barquinho, lancha, trem, van (com pouquíssimo espaço), caminhadas na areia… Tudo isso é parte da vida do mochileiro no Sudeste Asiático. Acredite: você vai querer morrer se estiver com uma mala muito pesada.

9. Estude os hábitos locais para evitar gafes monstruosas

Você sabia que tocar na cabeça de um budista é uma gafe tremenda? Que usar a mão esquerda para oferecer qualquer coisa a qualquer um na Malásia ou na Indonésia é uma falta de educação horrenda? Que tirar o sapato é fundamental para entrar na casa de qualquer pessoa?

Essas e outras regrinhas nem sempre explícitas são importantes para você não espalhar modos horríveis por aí.

Diante de uma roubada, o melhor é ficar zen
Diante de uma roubada, o melhor é ficar zen (templo em Ayutthaya, na Tailândia) ()

10. Sorria, você está entrando em uma roubada

Por mais que você se informe. Por mais que você seja safo. Por mais que não seja a sua primeira vez na Ásia. Por mais que você tente…

O viajante de cabeça aberta, disposto a rodar o Sudeste Asiático de forma independente e com pouca grana VAI encontrar algumas roubadas e perrengues pelo caminho. Relaxe e ria de si mesmo. Essas serão as suas melhores histórias em rodinhas de amigos.

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