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48 Horas em Fortaleza

Além de praia e atrações culturais, a capital cearense apresenta suas peculiaridades: parque aquático, caranguejada, show de humor, lagosta e jangada

Por Fernando Leite
Atualizado em 23 jul 2021, 15h42 - Publicado em 11 jun 2013, 17h04

Toda capital nordestina tem suas semelhanças e diferenças. Fortaleza não foge à regra: localizada no meio do litoral cearense, tem uma portentosa infraestrutura turística e serve de base para conhecer as outras praias do estado. O sol? Até mais presente que em outras capitais. Mesmo em dias de chuva, o astro-rei costuma dar as caras. Os shows de humor, as caranguejadas nas noites de quinta-feira, as animadas casas de forró e a possibilidade de comer um bom prato de lagosta a preços mais acessíveis funcionam como um eficiente chamariz à cidade.

DIA 1

Nenhuma cidade brasileira tem o mar tão colorido como Fortaleza. Não estamos falando da água do mar, mas sim da “esquadra” de jangadas a desfilar por Mucuripe e Meireles, que junto com Iracema, formam a trinca das praias mais centrais da cidade. Aliado a um arborizado calçadão, quadras de esportes e o sol criariam o cenário perfeito para um grande dia na praia, correto? Nem tanto: a faixa de areia é pequena e, apesar dos esforços, em alguns pontos a água está poluída. Resta a gostosa caminhada com final no Mercado de Peixe do Mucuripe, acompanhando a negociação entre pescador/comerciante/consumidor.

Banho de mar bom mesmo só a oito quilômetros dali, na Praia do Futuro – uma longa faixa de areia com acesso pela Avenida Santos Dumont. Plasticamente ela até perde para as praias centrais, mas compensa em infraestrutura, animação e ondas. Ao longo da Avenida Zezé Diogo, gigantes barracas de praia deixam o banho de mar como fator secundário. Cada uma voltada para um público distinto. A Crocobeach e a Itapariká tem piscinas e toboáguas para as crianças. Os jovens preferem a Guarderia Brasil e a Vira Verão.

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Barraca de Praia Crocobeach, Fortaleza, Ceará Barraca de Praia Crocobeach, Fortaleza, Ceará

Após uma manhã inteira intercalando mergulhos no mar com momentos de sombra na espreguiçadeira e banhos de piscina, hora de ir para a mesa e curtir um farto prato de pargo ou lagosta antes de curtir a vespertina programação cultural.

O início da Praia de Iracema é o próximo destino. Ocupando um quarteirão inteiro, o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura é um programa para a tarde inteira. Passarelas ligam às construções que abrigam o Memorial da Cultura Cearense, o Museu de Arte Contemporânea, o Planetário Rubens Azevedo, além de um anfiteatro e um cinema. O nome Dragão do Mar homenageia um jangadeiro pardo que lutou pela abolição da escravatura. Aproveite para visitar uma das filiais da Ceart, um ótimo local para comprar artesanato cearense.

Ao cair da tarde, duas opções: jogar conversa fora em um dos inúmeros bares e cafés no entorno do centro cultural ou caminhar até a Ponte dos Ingleses, que avança sobre o mar e rende o melhor pôr do sol da cidade. Os bairros vizinhos Aldeota e Varjota concentram os melhores restaurantes de Fortaleza.

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Maneire no pecado da gula, a noite está apenas começando e Fortaleza oferece muito nesse quesito. Cada dia da semana, a balada é num local diferente. Impulsionado pelo The New York Times, que há alguns anos atrás, rotulou-o de segunda-feira mais animada do mundo, o Pirata Bar segue arregimentando a turistada no início da semana. Várias bandas de forró e axé se apresentam durante a noite/madrugada. Entretanto basta conversar com locais e as melhores indicações forrozeiras serão o Arre-Égua  e o Kukukaya.

DIA 2

Deixamos para o segundo dia a atração mais famosa de Fortaleza. Quer dizer, da região de Fortaleza. Situado na Praia Porto das Dunas, na vizinha Aquiraz, a 20 minutos de carro da Praia de Meireles, o Beach Park traz uma multidão de gente para curtir o dia em suas piscinas, toboáguas ou mesmo na areia do mar. A pergunta óbvia é qual a razão de deixar uma atração imperdível para o segundo dia? Resposta simples: quem está em família dificilmente passará apenas uma manhã no local e ainda corre o risco de passar os dois dias no parque aquático – tanto que um dos passaportes vendidos vale por três dias.

Atiçadas pela animada equipe de recreação e os mais de 150 brinquedos espalhados nos complexos infantis, as crianças gastam todas as suas energias e dão um refresco para os mais crescidos curtirem a piscina com ondas, o rio com correnteza e os inúmeros toboáguas – entre eles, uma das atrações mais radicais do Beach Park, o Insano, com 41 m de altura e uma descida quase vertical atingindo 105 km/h.

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Beach Park: a imagem do paraíso das crianças e dos pais céticos Beach Park: a imagem do paraíso das crianças e dos pais céticos

Assim como no dia anterior, reserve o período da tarde para as atrações culturais de Fortaleza. A primeira parada é no Theatro José de Alencar, uma curiosa edificação em “dois atos”. A sisuda construção neoclássica onde fica a bilheteria e o foyer esconde um prédio metálico recheado de coloridos vitrais (imperceptível externamente) – lá dentro fica a sala de espetáculos. Entre as construções, um belo jardim projetado por Burle-Marx.

Saindo do teatro, basta caminhar até o final da Rua Senador Pompeu e se esbaldar em compras no Centro de Turismo, que funciona na antiga cadeia pública. Rendas, artesanato e produtos típicos são encontrados nos mais de 100 boxes.

Antes de retornar ao hotel, uma parada na Balu Doces para comer um salgado. Sim, você leu bem, um salgado. Clássico da casa, o camarão empanado com Catupiry chega sequinho e muito saboroso.

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Por mais que se torça o nariz e, principalmente, os ouvidos, é quase uma heresia deixar Fortaleza sem ter ido a pelo menos um show de humor. Terra natal de Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante, o Ceará é um reduto de humoristas. Diga-se de passagem, o cearense é um povo muito bem humorado. Os shows ocorrem diariamente em algum palco da cidade – no Lupus Bier, o mais famoso, a turistada participa ativamente sofrendo com piadas bem batidas, mas engraçadas naquele contexto.

Se você tem mais dias em Fortaleza:

– Visite o I-Park e o Museu da Cachaça, localizados na vizinha Maranguape e administrados pelo Grupo Ypióca.

– Prove dezenas de tapiocas em um dos 25 boxes do Centro das Tapioqueiras.

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– Faça um bate-e-volta pelas praias vizinhas de Cumbuco, Lagoinha e Morro Branco.

– Visite a feirinha noturna na Praia de Meireles.

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