Enquanto alguns destinos tentam de tudo para controlar o excesso de turistas, outros possuem características geográficas que os mantêm afastados das massas. É o caso de Tristão da Cunha, arquipélago no Oceano Atlântico que é o território habitado mais remoto do mundo.
O pedaço de terra mais próximo é a ilha de Santa Helena, a 2,4 mil quilômetros. Mas, descartando as ilhas, o ponto em terra firma mais perto de Tristão da Cunha é a costa da África do Sul, a 2,8 mil quilômetros.
O grupo de ilhas – composto por Tristão da Cunha, Gough, Nightingale, Inacessível, Ilha do Meio e Stoltenhoff – faz parte do conjunto de territórios ultramarinos do Reino Unido. As terras foram encontradas por navegadores portugueses, o que explica o nome familiar à nossa língua, mas anexadas pelos britânicos em 1816.
No arquipélago, a única das ilhas habitada é Tristão da Cunha, de apenas 13 km de diâmetro, onde 275 pessoas moram no vilarejo de Edimburgo dos Sete Mares. A comunidade é tão pequena que há apenas 10 sobrenomes diferentes entre os moradores.
Os habitantes vivem principalmente da pesca e agricultura. As ilhas são formações vulcânicas, sendo que Tristão da Cunha guarda um vulcão ativo. Sua última atividade ocorreu na década de 1960, quando os residentes tiveram de ser evacuados para a Inglaterra.
É possível subir até o cume do vulcão, conhecido como Queen Mary’s Peak, a 2.062 metros de altitude.
Como chegar em Tristão da Cunha
Não é nada fácil chegar à Tristão da Cunha. É preciso encarar uma viagem de seis dias de navio partindo da Cidade do Cabo, na África do Sul. Apenas três embarcações fazem o trajeto cerca de uma vez ao mês.
As datas estimadas das viagens são divulgadas no site da ilha (que parece ter parado no início dos anos 2000), mas a administração local recomenda que os viajantes planejem passar um ou dois dias a mais na Cidade do Cabo, já que o horário de partida dos navios pode ser alterado sem aviso prévio.
As passagens de navio de ida e volta custam em torno de US$ 1.000 e o valor deve ser pago no mínimo três semanas antes da data de partida.
Antes de embarcar para Tristão da Cunha, é preciso solicitar por e-mail uma autorização da administração da ilha – a emissão do documento pode levar cerca de 40 dias.
Também é necessário apresentar a passagem de retorno, seguro de saúde e alguma comprovação de que o viajante possui recursos suficientes para custear a viagem.
Como cartões de débito e crédito não são aceitos na ilha, o visitante deve levar libras esterlinas em espécie para pagar as despesas. Alguns estabelecimentos também aceitem dólares, euros e o rand sul-africano.
Veja todas as informações no site oficial de Tristão da Cunha
O que fazer em Tristão da Cunha
Não há hotéis ou restaurantes propriamente ditos na ilha. Visitantes podem se hospedar nas casas de moradores ou em pequenas pousadas, que incluem refeições mediante uma taxa extra. Saiba mais no site oficial.
O principal atrativo do arquipélago é sua fauna. Além de pássaros variados e lobos-marinhos, que podem ser vistos quase o ano todo, há algumas espécies que aparecem em épocas específicas. Janeiro e setembro são meses indicados para ver os pinguins rockhopper. Já o período de maio a outubro é marcado pela presença de baleias.
Em 2020, o governo de Tristão da Cunha anunciou a criação, em parceria com o Reino Unido, de uma área marinha totalmente protegida nas águas que cercam o arquipélago. Mas em alguns pontos da costa ainda é permitido pescar.
A costa da ilha tem alguns pontos próprios para banho, especialmente na área próxima aos chamados patches, onde os moradores cultivam batatas. Lá, as formações rochosas da praia garantem distância dos tubarões e das correntes marítimas mais fortes.
Caminhadas de cerca de 30 minutos podem levar os visitantes ao cume do vulcão da ilha de Tristão da Cunha (o acompanhamento de um guia é obrigatório). De cima, é possível enxergar o lago em formato de coração que existe na cratera do vulcão.
Tristão da Cunha também conta com um café, um bar, um museu contando a história do arquipélago e um campo de golfe, bem como duas igrejas.
Dependendo da data da viagem, o viajante pode presenciar alguns dos costumes curiosos da comunidade. Na virada de ano, por exemplo, jovens costumam se fantasiar para entrar nas casas da vila e assustar os vizinhos – é a tradição dos chamados “okalolies”, que também existe em alguns lugares da Europa.
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