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Roma: reforma no Coliseu colocará visitante no centro da arena

Alta tecnologia permitirá que se tenha o mesmo ponto de vista dos gladiadores

Por Bruno Chaise
Atualizado em 5 Maio 2021, 14h15 - Publicado em 4 Maio 2021, 20h58
Um piso retrátil cobrirá a arena do Coliseu por inteiro (Sabrina Genovesi/Getty Images)
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Foi dada a largada para um ambicioso projeto de restauro do Coliseu que colocará os visitantes na mesma posição dos gladiadores quando enfrentavam os leões: no centro da arena. 

O Ministro da Cultura, Dario Franceschini, apresentou no domingo (2) o projeto desenhado pela Milan Ingegneria, vencedora da licitação, que construirá um piso retrátil de madeira que cobrirá a arena por completo. Um sistema com engrenagens fará com que as ripas que compõem o piso sejam recolhidas a qualquer tempo, permitindo que o ar circule pelas câmaras subterrâneas. O vídeo abaixo mostra o funcionamento:

O subsolo do Coliseu só foi escavado há pouco mais de um século. Sobre ele era instalada uma cobertura de madeira onde eram despejadas toneladas de areia. Nessa intricada rede de salas, elevadores e jaulas ficavam os gladiadores e as feras antes de entrarem em cena.

O piso do Coliseu começou a ser removido no final do século 18 em razão de escavações feitas por arqueólogos. No momento, boa parte das câmaras subterrâneas estão expostas. As obras devem começar ainda em 2021 e a entrega está prometida para 2023 a um custo de 18,5 milhões de euros. 

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“Estamos finalmente devolvendo ao público a mesma visão que as pessoas tinham durante a antiguidade”, disse a diretora do Coliseu, Alfonsina Russo, em entrevista coletiva. Antes da pandemia paralisar as viagens internacionais, o Coliseu era o local mais visitado da Itália: foram 7,6 milhões de entradas vendidas em 2019.

Piso no Coliseu: é de bom tom?

A obra nem começou e já está envolta em polêmicas. O projeto foi contestado por especialistas e arqueólogos que questionaram a necessidade da cobertura. Em entrevista ao The New York Times, o historiador de arte Tomaso Montanari afirmou que do ponto de vista da política cultural a obra não servirá para nada. “É a Itália vista como se fosse Las Vegas. A ideia de que o monumento como está não seria o suficiente e deve ser transformado é ridícula. Monumentos não são coisas para serem preenchidas”, afirmou.

O ministro Dario Franceschini defendeu que o projeto é de grande valor pois combina sustentabilidade, conservação, proteção e inovação tecnológica. Polêmicas à parte, fato é que a partir de 2023 o passeio por Roma estará diferente e deverá empolgar especialmente os fãs de filmes como Ben-Hur (1959), Spartacus (1960) e Gladiador (2000). 

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