Noruega: silo de grãos vira museu de arte nórdica modernista

Estrutura da década de 1930 passou por reforma monumental para receber a maior coleção do gênero no mundo

Por Bárbara Ligero
Atualizado em 22 Maio 2024, 14h14 - Publicado em 22 Maio 2024, 12h00

Além de ser gestor de fundo na Noruega e trilionário, Nicolai Tangei é dono da mais vasta coleção particular de arte modernista nórdica do mundo. Desde 11 de maio, as peças avaliadas em US$ 46 milhões, que foram colecionadas ao longo de trinta anos por ele e sua esposa, estão reunidas no Kunstsilo.

Escolhida para receber o museu por ter sido o local de nascimento de Tangei, a pequena e portuária Kristiansand é a cidade mais ao sul da Noruega. Até então, o destino a 300 quilômetros da capital Oslo tinha pouco apelo turístico.

O Kunstsilo está instalado em silos de grãos da década de 1930 nas docas de Kristiansand. A idade da estrutura influenciou na escolha do lugar, que ficou abandonado por décadas, porque uma parte considerável da coleção de Tangei também é da década de 1930.

De maneira geral, as mais de cinco mil pinturas doadas por Tangei para o acervo do museu são datadas de 1920 a 1990. Mas também fazem parte da exibição peças da Sorlandet Art Collection, com mais de mil esculturas e artesanatos, e da Christianssands Picture Gallery, que compunham a primeira coleção de arte da cidade.

O Kunstsilo abriga ainda uma galeria digital, com projeções nas paredes, e recebe exposições temporárias (confira a programação).

Continua após a publicidade

O silo era capaz de armazenar 15 mil toneladas de grãos em trinta torres de concreto, cada uma com 39 metros de altura, que tiveram parte de suas bases removidas para a criação da entrada do museu. O espaço de quase 9 mil m² possui três andares de exposição e um terraço no topo, com paredes de vidro que acompanham o formato cilíndrico das torres.

O presidente do Kunstsilo é Stein Olav Henrichsen, ex-diretor do Munch Museum em Oslo – reinaugurado em uma nova sede monumental em outubro de 2021. Em entrevista para a Bloomberg, ele apostou que os turistas farão longos desvios no roteiro pela Noruega para adicionar o museu como destino.