Quando o assunto é Barcelona, talvez a primeira imagem de um templo que venha à cabeça seja a Sagrada Família, o ambicioso projeto ainda inacabado do arquiteto Antoni Gaudí, em obras desde 1882.
Mas há outro espaço religioso, ainda mais antigo, que merece atenção em seu passeio pela capital catalã: a Catedral de Barcelona, no Bairro Gótico.
Chamada oficialmente de Catedral da Santa Cruz e Santa Eulália, ela também levou muito tempo para ficar pronta: o grosso dos trabalhos ocorreu no século 14, embora as primeiras instalações no espaço datem de 1058.
Já a imponente fachada em estilo neogótico engana: embora pareça muito antiga, suas obras são do século 19, e foram concluídas em 1913.
Um símbolo do Bairro Gótico
Na descrição acima, já deu para ver que a catedral é um espaço que simboliza, ao mesmo tempo, a permanência e a transformação em Barcelona. Afinal, só o prédio acumula quase um milênio de história, com 855 deles dedicados a algum tipo de construção.
O fato de o exterior impressionante ser muito mais recente do que se imagina conversa com a própria história do Barri Gòtic, hoje uma das áreas mais concorridas por turistas que passam pela metrópole catalã.
Embora os prédios da área sejam predominantemente do período medieval, como a própria catedral, os elementos góticos que tanto chamam atenção nas fachadas só foram adicionados nos últimos 150 anos. Nos prédios vizinhos, inclusive, a maior parte esteve em renovação em pleno século 20, até a década de 1970.
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Não negligencie o interior da catedral
Como a fachada acaba se destacando tanto, é comum que muitos viajantes de passagem por Barcelona acabem se contentando em tirar uma foto na frente da catedral. Mas, justamente porque o prédio verdadeiramente histórico está por trás dessa face pública, os aficionados por história se deliciam ainda mais com o que é possível encontrar lá dentro.
Com quase 100 metros de extensão e um ar cavernoso, com a nave se elevando por outros 28 metros e sustentada por fileiras de colunas, o gigantesco prédio da Idade Média chega a intimidar o visitante que cruza o umbral, mais ou menos como os antigos moradores de Barcelona deviam se sentir quando iam à missa.
Mas mesmo essa visão inicial não passa toda a dimensão do que se vê no interior: confinado entre as alas da igreja está o claustro, um refúgio entre as pedras do templo que desponta como um oásis verde em meio a tanto cinza.
O local, além das plantas, possui até um tanque d’água ao redor do qual são mantidos sempre 13 gansos. Segundo a tradição, o número de animais é uma referência à idade de Santa Eulália de Barcelona, a quem a catedral é consagrada, quando ela foi martirizada a mando dos romanos no século 4.
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Para os mais religiosos, aliás, vale recordar que a Catedral de Barcelona também guarda as relíquias de Santa Eulália, mantidas na cripta. A cada 12 de fevereiro, dia da santa, a visitação à cripta é gratuita, e pessoas com o nome Eulália podem ter seu nome inscrito no livro de ouro da diocese.
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Como e quando visitar a Catedral de Barcelona
A catedral recebe visitantes das 9h30 às 18h30 (última entrada às 17h45) em dias úteis, das 9h30 às 17h15 (com último acesso às 16h30) aos sábados, e das 14h às 17h (última entrada às 16h30) aos domingos.
Se você estiver hospedado próximo ao Bairro Gótico, a melhor pedida é percorrer as ruas da vizinhança e chegar ao templo a pé.
Já para quem parte de pontos mais distantes, a maneira mais prática de chegar à Catedral de Barcelona é pelo metrô: a estação Jaume I, na linha 4, fica nos fundos da igreja.
Na maior parte do tempo, é possível visitar o templo e o claustro sem pagar nada, mas o tour mais completo, que inclui a visita ao terraço, um audioguia e a entrada no Museu Diocesano tem uma taxa de € 14 por pessoa. Confira mais informações pelo site.
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