Cidades do mundo inteiro estão planejando inaugurações ambiciosas para 2022. Novos museus abordarão temas que vão desde artefatos milenares da civilização egípcia até as novíssimas NFTs, que vieram sacudir o mercado da arte com sua tecnologia disruptiva. Os edifícios que abrigarão as coleções, como há muito se vê, também também trarão inovações arquitetônicas: tem desde construções esféricas até o reaproveitamento de antigos tanques de óleo usados na Segunda Guerra Mundial. Confira as novidades a seguir:
NFT Museum, Seattle
Antes de tudo, é preciso explicar: ‘Non Fungible Tolkens’ (NFTs) são um ativo digital que pode ser usado para autenticar a propriedade de praticamente qualquer coisa. Na maioria das vezes, eles são usados por colecionadores de arte digital que podem comprar, por exemplo, o arquivo original de um meme que viralizou na internet. Mesmo que ele seja compartilhado milhares de vezes, considera-se que existe apenas uma versão original, que é aquela autenticada pelo tal NFT. Essa temática está se tornando tão séria que ganhou o seu primeiro museu, aberto em 27 de janeiro em Seattle. O NFT Museum possui 30 displays que exibem obras de arte digital do mundo todo, incluindo peças do artista de criptomoedas Blake Kathryn e imagens do fotógrafo Charles Peterson, que exibirá cliques nunca vistos antes do vocalista do Nirvana, Kurt Cobain. Os ingressos custam US$ 15.
National Museum, Oslo
O National Museum está fechado desde 2019. A ideia era que ele se mudasse no ano seguinte para outro endereço em Oslo, o que não aconteceu devido a atrasos provocados pela pandemia. Agora, está prevista para 11 de junho de 2022 a sua reinauguração na nova sede na orla da cidade, que terá o dobro do espaço expositivo e fará dele o maior museu dos países nórdicos. Dentre os seus 54 mil m² de área total, o que mais chama atenção é o chamado “Light Hall”, um espaço de 2,4 mil m² no topo do prédio iluminado por 9 mil lâmpadas de LED. Ali ficarão as exposições temporárias, a começar pela mostra “I Call it Art“, que destacará obras de 150 artistas noruegueses contemporâneos. No acervo fixo, a obra mais famosa é uma das quatro pinturas da série “O Grito” – outras duas ficam no novo museu dedicado a Edvard Munch, inaugurado em Oslo em outubro de 2021, e a última pertence a uma coleção particular.
Museum of Broadway, Nova York
O Theater District de Nova York ganhará um espaço inteiramente dedicado à Broadway. Inicialmente previsto para 2020, o museu deve abrir as portas entre junho e setembro, durante o verão no Hemisfério Norte, com um pouco da história dos palcos e os segredos dos bastidores divididos em quatro áreas temáticas. A primeira mostrará a migração dos teatros, que já se concentraram na Union Square e na Herald Square antes de se estabelecerem na Times Square. A segunda exibirá uma linha do tempo desde o nascimento da Broadway no século 18 até os shows em cartaz atualmente. A terceira permitirá que os visitantes transitem por instalações que recriam alguns dos musicais mais clássicos. A última, por fim, homenageia os profissionais que trabalham dentro e fora dos palcos.
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Museu do Ipiranga, São Paulo
As obras de reforma e restauração do Museu do Ipiranga, que estão acontecendo desde 2013, devem ser finalizadas bem a tempo do Bicentenário da Independência do Brasil: 7 de setembro de 2022. O museu faz parte do conjunto urbanístico que conhecemos como Parque da Independência, formado também pelo Horto Botânico, pelo Jardim Francês, pela Casa do Grito e pelo Monumento à Independência. Juntos, eles guardam um acervo de mais de 450 mil objetos e documentos da história da formação da sociedade brasileira. Com a reforma, o complexo vai crescer: uma área de 6.800m² está sendo aberta no subsolo para receber uma bilheteria, um café, uma loja, um auditório para 200 pessoas, um espaço para programas educativos e uma sala para exposições temporárias. Falamos mais sobre como deve ficar o novo espaço aqui.
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Grand Egyptian Museum, Gizé
Já fazem vinte anos que o Egito planeja a inauguração do Grand Egypt Museum, que deve acontecer finalmente em setembro ou novembro de 2022. O novo edifício está sendo construído no sítio arqueológico de Gizé, a dois quilômetros de onde ficam as famosas pirâmides e a cerca de quarenta minutos de carro do Cairo. Com uma área total de 24 mil m², ele será o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização e abrigará cerca de 100 mil artefatos antigos, incluindo a estátua do faraó Ramsés II que costumava ficar no meio de uma rotatória na capital, a despeito dos seus 3.200 anos de idade. Outro destaque é a coleção de 4.549 peças que foram encontradas na tumba do faraó Tutancâmon, que serão reunidas pela primeira vez desde então. Vale lembrar que no ano passado também houve a inauguração do Museu Nacional da Civilização Egípcia no Cairo, marcada por um megaevento que transportou 22 múmias para lá.
Robot & AI Science Museum, Seul
A primeira exposição do Robot & AI Science Museum será sobre a sua própria construção, que está sendo feita com a ajuda de robôs. O edifício em formato esférico, que terá mais de 7 mil m², deve ficar pronto no final de 2022 e abordará justamente os últimos avanços em tecnologia robótica, inteligência artificial e simuladores de realidade virtual. A ideia é que ele seja ligado diretamente ao Photographic Art Museum, também em construção. Ambos ficam no distrito cultural de Chang-dong, região norte de Seul.
Sydney Modern, Sydney
Mais conhecido como Sydney Modern, a Galeria de Arte de New South Wales será expandida para um novo prédio de vidro que já está sendo considerado um dos mais sustentáveis de toda Austrália. Além de estar sobre um par de tanques de óleo desativados da Segunda Guerra Mundial, ele conta com painéis solares e sistemas de captação da água da chuva. Quando a construção for inaugurada, o que deve acontecer no final de 2022, o museu terá dobrado de tamanho, com uma área de 16 mil m² e capacidade para receber mais de dois milhões de visitantes a cada ano. Entre os destaques estão a coleção de arte aborígene e o jardim com vista para o porto de Sydney.
Museum of the Future, Dubai
Inaugurado em 22 de fevereiro de 2022, o Museum of the Future chama atenção de quem passa pela Sheikh Zayed Road, a maior avenida de Dubai. O edifício à base de energia solar segue os padrões extravagantes do emirado: a forma circular representa a humanidade e o conhecimento, enquanto o vazio do centro simboliza o futuro desconhecido. Para completar, a fachada prateada é coberta por um poema escrito pelo atual governante de Dubai, o Sheikh Mohammed Bin Rashid Al Maktoum. Como o próprio nome indica, o museu promete ser um vislumbre do futuro: dos sete andares, três são dedicados a exposições imersivas sobre o espaço sideral, a bioengenharia e os ecossistemas. Outro mostra as tecnologias que devem ser aplicadas nas próximas décadas em áreas como saúde, alimentação, transporte e energia. E o último é dedicado às crianças, que têm que resolver desafios na tentativa de se tornarem “futuros heróis”.