Hotel Savoy: a melhor localização em Florença

Em plena Piazza della Repubblica e a um pulo de tudo o que interessa, o Savoy tem uma equipe afinadíssima capaz de organizar os melhores passeios no contrafluxo

Por Fabricio Brasiliense Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 jan 2025, 14h42 - Publicado em 20 dez 2024, 18h00
Savoy Florença
O carrossel da Piazza della Republica, a fachada do Savoy, o campanário de Giotto e a cúpula de Brunelleschi (RFH/Divulgação)
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Eu sabia que estava perto, mas não perto a ponto de escutar da cama a melodia dos sinos do Campanário de Giotto – da porta do hotel até a Piazza del Duomo, foram menos de dois minutos de caminhada. Até a Ponte Vecchio ou às primeiras vitrines elegantes da Via Tornabuoni, menos de cinco minutos. Para o mítico Caffè Gilli, cinco segundos porta a porta: bastava atravessar a rua. A essa altura não restam dúvidas: o prédio de 1893 que abriga o lindíssimo Hotel Savoy, em plena Piazza della Repubblica, tem a localização mais perfeita de Florença.

O Savoy é um exemplar da elegância e do luxo florentinos, coroados pela gentileza de um estafe afinado, ágil e muito gentil. Esgotaram os ingressos para ver o Davi, de Michelangelo, na Galleria dell’Accademia? A equipe de concierges costuma conseguir. Quer ver uma exposição de arte contemporânea no vizinho Palazzo Strozzi depois de fechar para o público em geral? Basta chegar, tocar na imensa porta do prédio do século 15 e, no melhor estilo Código Da Vinci, dizer a senha que foi passada na recepção do Savoy. Sim, o hotel organiza visitas especiais, como a da exposição de Anish Kapoor, que eu tive a chance de participar com um grupo pequeno conduzido por uma curadora do museu, depois das 19h. Aliás, a partir de 16 de março de 2025, o Strozzi abrigará uma retrospectiva da artista britânica Tracey Emin – nem só dos cânones da Uffizi é feita a arte da capital do Renascimento.

Savoy Florença
Fachada do Savoy: perto de tudo (RFH/Divulgação)

O Savoy, do grupo Rocco Forte, optou por um luxo contemporâneo – não faria sentido competir ou repetir o que a cidade já entrega. O lobby é enxuto em tamanho, o branco predomina e os toques coloridos ficam por conta do padrão dos estofados, tapetes e almofadas com referências à pop art, que é o dedo da grife florentina Pucci, colaboradora de Olga Polizzi, diretora de design da Rocco Forte, na decoração do hotel.

Rainha das fragrâncias 

Ainda na recepção, à esquerda de quem entra, uma pocket loja vende algumas das fragrâncias mais desejadas da Europa. Em 2022, ali foi inaugurada uma filial muito discreta da mítica Officina Profumo Farmaceutica di Santa Maria Novella, a fantástica farmácia de 1612 que fica grudada na basílica homônima (o Savoy organiza tours privativos à officina). Um de seus produtos mais emblemáticos, o perfume L’Acqua della Regina, foi criado especialmente para Catarina di Medici usar no dia de seu casamento com Henrique II, o então rei da França. A pequena loja na recepção do Savoy é perfeita para aquela compra de última de hora caso você esteja hospedado no hotel ou naquele pedaço. 

Savoy Florença
Lobby do Savoy: toques coloridos da grife Pucci (RFH/Divulgação)
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A poucos passos da recepção, o aconchegante restaurante Irene fica aberto o dia todo e recebe também o público passante. O salão se abre para a Piazza della Repubblica e algumas mesas são colocadas na calçada sob ombrelones, uma delícia para curtir o vaivém da cidade. Uma sugestão é o vitello tonnato de entrada e, na sequência, uma lasagnetta con ragú di chianina. A casa também tem um cardápio com preparos elaborados com trufas brancas, que vai do ovo frito ao risoto. 

Savoy Florença
O restaurante Irene tem mesas na calçada, em plena Piazza della Repubblica (RFH/Divulgação)

Aconchego e detalhes

Os quartos, de tamanhos variados, primam pelo aconchego. As paredes ganharam papeis de parede, o piso é de taco, as poltronas possuem tecidos com detalhes ora em vermelho, ora em verde. E o banheiro, todo em mármore, ganhou iluminação indireta embaixo da bancada da pia para evitar o efeito holofote nas eventuais visitas da madrugada.

Passeios em Florença podem ficar a cargo do hotel, como a visita a exposições em horários alternativos, mas não só. Com o meu grupo, fizemos uma atividade que virou moda no Brasil nos últimos tempos que é a coloração pessoal, uma técnica que busca identificar qual paleta melhor combina com o tom de pele – tecidos são posicionados como babadores logo abaixo do rosto e vão sendo “folheados” como se um livro fossem.

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Savoy Florença
Quarto superior: acolhedor até dizer chega (RFH/Divulgação)

Caça às trufas

Das atividades que o hotel organiza, a mais interessante, de longe, foi a caça às trufas nos arredores da cidade, que é conduzida pelo figuraça Giulio Benuzzi, que se auto intitula The Truffle Hunter. Ele mora em um lugar bucólico a cerca de meia hora do centro de Florença e lá ele conduz incursões aos bosques vizinhos com seus fieis farejadores, Tina, Maga e Scott. Treinados que são, os três cães vão em busca das trufas, enquanto nós, no papel de caçadores, os mantemos firmes à coleira. Ao menor sinal de trufa, a regra é afastá-los para que não a devorem e imediatamente recompensá-los com biscoito. Mas Giulio não é simplesmente um “trufólogo”: ao final ele nos leva até a sua casa e ali vemos a sua faceta mais encantadora, que é a de contador de histórias e músico. Sim, Giulio tem uma banda e lançou até um disco com composições dedicadas à trufa. Na sala de casa, ele faz um pocket show intercalado com causos da sua vida que vão da melancolia à comédia, num daqueles momentos que a gente leva para sempre.

Florença caça às trufas
Giulio com seus fieis escudeiros e o resultado da caça do dia (FBrasiliense/Arquivo pessoal)

O Ateneo de Florença

Esteja você hospedado ou não no Savoy, não deixe de visitar o fabuloso cinema e livraria Giunti Odeon, que fica em frente ao Palazzo Strozzi. O lugar nada mais é do que a versão florentina da livraria porteña El Ateneo Grand Splendid. Mas se na unidade de Buenos Aires o palco virou um café, no Odeon ainda existe um telão e as sessões de filmes são diárias e legendadas (coisa rara na Itália). Menor e mais aconchegante, o lugar foi reaberto em 2023 após reforma e já se tornou um lugar incontornável em Florença. Por sorte, ainda parece alheio ao frenesi da cidade. Vá no meio da tarde, circule, assista a um dos filmes mudos que costumam passar e depois siga até a lateral direita onde tem um café charmoso e muito aconchegante – e tudo isso a meros três minutos do Savoy.

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Odeon Florença
Cinema e livraria: reforma impecável e filmes com legenda (FBrasiliense/Arquivo pessoal)
Giunti Odeon: o Ateneo Grand Splendid de Florença
Giunti Odeon: o ‘Ateneo Grand Splendid’ de Florença (FBrasiliense/Arquivo pessoal)

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