Apagão atinge Espanha e Portugal e impacta os viajantes

Queda inesperada de energia deixou grande parte dos países sem energia elétrica, causando caos em estações de trem, aeroportos e estradas; conheça seus direitos

Por Livia Rozada
Atualizado em 28 abr 2025, 19h06 - Publicado em 28 abr 2025, 17h30
Aeroporto de Barajas, Madri, Espanha
Terminal do Aeroporto Internacional de Barajas, em Madri (frank2016wang/Pixabay)
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Um apagão inesperado atingiu Portugal e a Espanha na segunda-feira (28). Por volta das 12h30 em Madri e 11h30 em Lisboa, a interrupção de energia afetou grande parte da Península Ibérica, impactando semáforos, trens, linhas de metrô e aeroportos, além de deixar milhões de pessoas sem energia elétrica. Há relatos de queda de energia também em outros países europeus.

A causa do apagão ainda não tem uma confirmação oficial. A REN (Redes Energéticas Nacionais), operadora elétrica de Portugal, afirmou que o corte do fornecimento de energia no país foi causado por uma falha na rede espanhola, relacionada a um fenômeno atmosférico.

Já a Red Eléctrica, operadora da Espanha, declarou que a causa do apagão foi uma flutuação muito forte no fluxo energético, que fez com que o sistema espanhol se desconectasse do restante da rede elétrica europeia.

As autoridades portuguesas e espanholas ainda não divulgaram uma previsão oficial de quando a energia deve voltar completamente.

Como isso afeta quem está viajando pelos países?

O corte maciço do fornecimento de energia impactou os voos. Diversas companhia aéreas estão alertando os passageiros para não se dirigirem aos aeroportos por enquanto.

Em Portugal, a Autoridade Nacional de Aviação Civil também fez esse alerta aos viajantes e afirmou que planos de contingência já foram acionados, mas que o funcionamento segue limitado. Apesar dos aeroportos não terem interrompido seus serviços totalmente, por contarem com geradores, as atividades estão reduzidas.

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Vários aeroportos na Espanha também foram afetados. Os aeroportos de Barajas (Madri) e El Prat (Barcelona) tiveram voos cancelados e passageiros relataram que não puderam decolar após o apagão.

Além do cancelamento de diversos voos, os aeroportos portugueses e espanhóis enfrentam tumultos e filas enormes, causadas principalmente por passageiros que chegam de viagem e são informados de que os sistemas de metrô, trens e ônibus não estão funcionando.

Na Espanha, os sistemas de metrô e de trem foram interrompidos quase totalmente. A Renfe, companhia espanhola de transporte ferroviário, informou através da rede social X (antigo Twitter) que o sistema ferroviário do país foi suspenso por causa da queda na rede energética nacional.

Também no X, o Ministro de Transportes e Mobilidade Sustentável do governo espanhol, Oscar Puente, afirmou que ainda não há previsão para que os trens de média e longa distância retomem os serviços, e disse que os usuários que planejam uma viagem desta natureza não poderão fazê-lo. Puente pediu, ainda, para que as pessoas não fossem às estações até receberem novos avisos e que evitassem viajar, mesmo que de carro.

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Vale lembrar que atrações turísticas podem ter o seu funcionamento afetado pelo apagão. Além disso, meios de pagamento digitais e caixas eletrônicos podem estar inoperantes. Há relatos ainda de lotação nos supermercados, à medida que as pessoas buscam estocar água e comida.

Se você tiver uma viagem programada para Portugal ou Espanha, visite as redes sociais e o site oficial da companhia aérea ou ferroviária, além das autoridades locais, para ter as atualizações e recomendações mais recentes.

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Meu voo foi cancelado: quais são meus direitos?

O advogado Rodrigo Alvim, especialista em Direito do Passageiro Aéreo, afirma que em caso de cancelamento de voo por falha técnica ou energética, os direitos dos passageiros são muito semelhantes aos aplicáveis em cancelamentos comuns. “O passageiro terá direito de escolher entre a reacomodação gratuita, por qualquer companhia que tenha disponibilidade, na primeira oportunidade, mantendo a origem e o destino da viagem, ou o reembolso integral da passagem”, explica. Alvim ressalta, porém, que diferente de um cancelamento comum, em um cancelamento por falha energética o caso se configura como um evento fortuito externo. Por isso, se a companhia aérea acomodar o passageiro no primeiro voo disponível e prestar toda a assistência devida, não há embasamento para pedir indenização por danos morais. “Porém, se a companhia deixar de prestar a assistência necessária, demorar excessivamente para reacomodar o passageiro (por exemplo, alocando em um voo dois dias depois, mesmo havendo opções anteriores disponíveis), pode haver a configuração de danos materiais e morais, passíveis de indenização”, completa.

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